Perversa
Capítulo 26
Era quinta-feira, Dia de Ação de Graças. Hermione estava sentada à mesa com os pais. O sol brilhava lindo, apesar do frio, mostrava-se através das janelas, iluminando o lugar.
No dia seguinte seria a Feira de Ciências, e a herdeira Granger não tirava da cabeça o terrível fato de ter que apresentar um trabalho ao lado do Bolsista. Todo o colégio iria ver; toda a comissão da rede de escolas Hogwarts iria ver.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Está um belo dia. – Disse o Sr. Granger. – Concordou olhando o grande pedaço de peito de peru em seu prato. Parecia delicioso. – Será que podemos andar logo com isso? Estou faminto.
Eles se deram as mãos e o Sr. Granger começou a oração do Dia de Ação de Graças.
– Obrigado Senhor, por todos os bens que nós temos.
– Obrigada Senhor, pelas conquistas e honras da família Granger. – Prosseguiu a filha, esperando a aprovação do pai.
– Obrigada Senhor, pelo pão e pelos cosméticos de cada dia. Amém.
Hermione a encarou enojada.
– Será que dá para você pensar só na família pelo menos hoje?
– Eu só estava brincando.
– Foi ridículo. – Respondeu, empurrando prato. – Não estou mais com fome. Com licença.
Levantou e deu as costas par eles.
– Feliz Dia de Ação de Graças.
– Hermione... – Chamou a mãe, mesmo sabendo que não ia adiantar.
A pequena Granger retirou-se da sala de jantar e subiu as escadas sem pressa.
– Viu o que fez? – Acusou o Sr. Granger, quando a filha sumiu de seu alcance visual.
– Não fiz nada de errado. Céus!
– Você sempre fez assim. – Reprovou ele. – Nunca pensou em nós. Somos sua família, se é que você esqueceu.
– Não seja tolo! – Respondeu levantando-se e colocando as mãos na cintura. – Você sabe que vocês dois são tudo que eu mais amo nesse mundo.
– Pois não parece! – Retrucou de pé. – Você não passa de um vulto vivo nessa casa! Às vezes nem percebemos se você está ou não.
Hermione chegou à porta do quarto em silêncio. Mal respirava para ouvir o que se passava na sala de jantar.
– Cale a boca! Não vou permitir que fale assim comigo.
– Seu cérebro se transformou em postes de creme. – Disse se aproximando. – Você não sabe mais o que é família! Você é ridícula!
– Seu cachorro raivoso! Por que não vai cuidar daquela porcaria de jornal, Senhor Editor Chefe?!
Ele deu um passo à frente, ameaçador. Levantou uma das mãos. A senhora Granger recuou e esbarrou no aparador, derrubando um vaso e quebrando-o. Guinchou de medo e dor quando a mão dele desceu e acertou seu rosto com força, jogando-o para o lado.
A filha desceu as escadas tropeçando nos próprios pés. Voou até a sala de jantar e pôs-se entre eles.
– Não ouse fazer outra vez. – Olhava fundo nos olhos do pai. Estava com a voz embargada e com os olhos assustados, porém cheios de coragem. – Se afaste, papai. Agora!
– Volte para o quarto, filha. –Disse ele, desviando o olhar. – Papai e mamãe estão conversando.
– Eu não sou mais uma criança! Não minta para mim! – Abraçou a mãe. – Você está bem?
– Está tudo bem.
– Eu não vou deixar ele fazer de novo, mãe. Eu prometo. – Sussurrou chorando.
– Não se preocupe. – Respondeu forçando um sorriso. – Eu já estou acostumada.
Hermione se levantou e se aproximou do pai. Apoiou as mãos em seus ombros e procurou seus olhos em todo aquele um metro e oitenta de homem.
– Você nunca fez isso antes não é, papai? – Perguntou, praticamente implorando por uma resposta positiva.
Ele engoliu seco e pegou as mãos da filha, que tremiam.
– Filha, entenda uma coisa... Os pais brigam às vezes e...
Com um arranco, a pequena Granger se soltou dos braços do pai e o olhou confusa.
– Você é meu herói pai. Você é o melhor pai do mundo. Você não podia fazer isso. Não você.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Hermione, eu te amo. Mas esse não é um assunto seu; é meu e da sua mãe.
– É claro que é meu! – Gritou ela. – Meu pai bate na minha mãe e isso não é um assunto meu?!
– Tente não enxergar as coisas desse modo. – Defendeu-se ele pacientemente.
A filha olhou para a Sra. Granger que assistia tudo encostada à parede, entre os cacos de porcelana, do vaso quebrado. Lançou um olhar confiante à herdeira, que se encheu de coragem.
– Por que você é tão calmo? Por que mente para mim?
– Eu não minto, meu bem. Eu...
– Você mente! É um sujo, mentiroso! Se não fosse, não bateria na própria esposa!
Ele fechou os olhos e caminhou de um lado para o outro com as mãos nas têmporas, fazendo pequenos círculos.
– Fique quieta! – Respondeu em alto tom. – Não vou permitir que fale assim comigo. Eu sou seu pai.
– Você é um covarde. – Acusou. Estava ofegando e o suor inundava seu rosto e pescoço. – Você era meu exemplo, pai. O que eu vou fazer agora?!
– Não se faça de vítima! Quem começou com tudo isso aqui? Quem a machucou primeiro hoje?
– Eu não estou falando só de hoje!
– Não vê como a trata?
– Não transfira a culpa. Ela é sua esposa!
– Ela é sua mãe!
A Sra. Granger suspirou entediada e farta daquela gritaria.
– Calem a boca! – Ordenou ela. – Será que vocês podem ser um pouco menos infantis, por favor?
Eles obedeceram e a encararam como crianças arteiras.
– Vocês são exatamente iguais; é por isso que brigam. Não podem discutir minha vida como se eu não estivesse presente! Quem sabe de mim sou eu, façam-me o favor! – Endireitou as roupas e a postura. Olhou para a filha. – Fique tranquila, Hermione, não vai acontecer mais nada. Por que vai para o quarto, relaxar um pouco. Conversamos mais tarde. Eu vou arrumar essa bagunça.
O Sr. Granger pegou a chave do carro e saiu. A mãe foi limpar a sala com as empregadas e Hermione subiu para – tentar – relaxar.
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