Carrossel: Órfãos e Perdidos
Capítulo 17 - A briga dos meninos
Algumas horas haviam se passado desde que Paulo tinha saído, segundo ele, para esfriar a cabeça. Daniel estava de certa forma preocupado, o amigo nunca demorava tanto assim quando saía de casa.
— Paulo não voltou até agora, eu acho que vou atrás dele, tá ficando tarde — Daniel disse a Davi quando já tinha voltado ao seu quarto.
— Ué, mas o Paulo saiu? — Davi perguntou confuso
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— É, ele discutiu com Alicia e disse que ia sair de casa pra poder esfriar a cabeça, só que isso já faz algumas horas — Daniel responde.
— Bem, se você vai ir atrás do Paulo, vou com você — Davi diz
— Então ok, vamos lá — Daniel fala e os dois descem as escadas chegando na sala de estar.
Daniel e Davi já estavam preparados para sair de casa e procurar pelo Guerra, quando Majo e Valéria chegaram, estranhando os dois ali tão tarde.
— O que vocês fazem aqui tão tarde? Ouvimos alguém descer as escadas e viemos aqui — Maria Joaquina diz.
— É, acho melhor vocês irem dormir, temos aula amanhã bem cedo — Valéria comenta.
— É o Paulo, ele não voltou ainda desde que saiu — Daniel responde e Majo fica preocupada, afinal o Guerra já havia saído há muito tempo.
— Hm, realmente é bem esquisito que ele não tenha voltado ainda — Majo fala.
— Gente, será que vocês poderiam me explicar o que tá acontecendo? Estou boiando aqui — Valéria diz sem entender nada. Afinal, não sabia que Paulo tinha saído.
— É que o Paulo saiu mais cedo e não voltou até agora, o que é bem estranho — Daniel diz.
— Mas vocês já tentaram ligar no celular dele? — Valéria perguntou.
— É uma boa ideia, vou tentar aqui — Davi responde e retira o celular do bolso para tentar ligar pra Paulo.
Mas todas as ligações do Rabinovich eram inúteis, sempre caíam na caixa postal.
— E aí, Davi? — Daniel perguntou ansioso.
— Nada, só dá caixa postal — O garoto responde desanimado.
— Então não tem jeito, teremos que sair e procurar por ele mesmo — O Zapata fala suspirando.
Maria Joaquina arregalou os olhos, eles iriam realmente sair e procurar por Paulo tão tarde assim?
— Vocês tão malucos? Tá muito tarde, não podem sair assim pra procurar por ele, melhor avisamos pra Helena — Majo diz mais preocupada do que antes.
— Não podemos acordar e perturbar Helena com algo desse tipo. É melhor eu e o Daniel irmos atrás dele mesmo — Davi falou decidido e Daniel concordou.
Eles continuaram tentando decidir o que fariam, mas Alicia logo ouviu o barulho que causavam e desceu as escadas, sonolenta.
— Galera, o que vocês tão fazendo aqui a essa hora? É melhor irem dormir — Ela diz se juntando a eles
Quando todos iriam respondê-la, Alicia notou que faltava uma pessoa, Paulo.
— Espera aí, cadê o Paulo? — Alicia indagou, tentando fingir que não estava interessada em saber onde o Guerra se encontrava.
— É isso que estamos querendo saber — Valéria respondeu.
— Ele saiu desde a hora em que vocês discutiram e não voltou mais — Daniel informou enquanto observava o rosto preocupado da Gusman.
— Ah, é? Não fiquem preocupados com isso, Paulo já sabe se virar sozinho — Alicia fala e sobe as escadas de volta para seu quarto, deixando seus amigos surpresos para atrás.
Ao chegar em seu quarto, a Gusman sentiu um forte aperto no peito. Por mais que não quisesse admitir, estava preocupada com o sumiço de Paulo.
Na sala as coisas estavam do mesmo jeito, Valéria e Majo ainda não concordavam em deixar Daniel e Davi saírem pela rua a procura do Guerra.
— Tá decidido, nós vamos atrás do Paulo mesmo — Daniel determina, deixando as duas amigas bem aflitas.
— Tudo bem então, vão e tomem cuidado — Valéria diz mordendo os lábios, em sinal de nervosismo.
Logo os garotos sumiram da visão de Valéria e de Majo, só deixando-as cada vez mais apreensivas.
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Paulo ainda caminhava pelas ruas sem rumo algum. Ele sabia que já estava bem tarde e que deveria voltar para casa, mas não fez isso. O celular do Guerra chamou inúmeras vezes, mas o garoto ignorou e não entendeu.
Ao virar uma rua, deparou-se com um local extremamente vazio e silencioso, ele temeu, mas mesmo assim continuou a caminhar. Quando já estava longe o suficiente, achou que já era hora de ir pra casa, pois estava bem tarde e logo de manhã cedo ele teria aula. Paulo tentou voltar para a mansão, porém uma voz o fez parar.
— Perdido, pirralho? — A voz falou e Paulo pôde constatar que havia três garotos mais ou menos de sua idade, parados em sua frente.
— Pirralho? Vocês são do meu tamanho — O Guerra respondeu irônico. Nem em um momento de perigo ele perdia o sarcasmo.
— Olha só pessoal, além de pirralho, é abusado — O menino do meio comentou, parecia ser o “líder” deles.
— Olha só pessoal, além de burro, é cego — Paulo voltou a falar debochadamente e o menino não se aguentou, se aproximando e fitando o Guerra bem de perto.
— Me chamou de quê? Repete se tiver coragem — A voz do garoto saía quase num sussurro.
— É isso mesmo que você ouviu — Paulo respondeu no mesmo tom que o garoto.
— Ei, Maicon. Não vale a pena perder tempo com um idiota como ele, vamos logo pegar o celular dele e ir embora — Outro menino, que estava mais atrás, disse.
— É Kléber, você tem razão — O tal Maicon comentou e voltou sua atenção a Paulo — Passa apenas o seu celular, e vaza daqui.
Paulo estava nervoso, nunca havia passado por uma situação dessas antes. Não queria entregar seu celular, mas estava em desvantagem.
— Vem pegar — Paulo desafiou e Maicon ficou irado.
Mas antes que o garoto pudesse responder algo, uma voz bem conhecida por Paulo falou, se aproximando.
— Precisando de uma mãozinha, Paulo? — Davi perguntou se pondo ao lado do Guerra.
— Estávamos te procurando, você sumiu e não voltou mais — Daniel diz enquanto se postava do outro lado de Paulo.
— Vocês chegaram numa ótima hora — Paulo diz ignorando o comentário de Daniel, porém ao mesmo tempo muito aliviado por seus amigos terem chegado.
— É, pelo visto isso aqui vai ficar bem interessante — O terceiro garoto desconhecido comentou.
Paulo não esperou mais nada e desferiu um soco em cima de Maicon, que prontamente revidou. Kléber, o segundo garoto, partiu pra cima de Daniel e começou a desferir alguns socos. Davi não perdeu tempo e acertou um soco na barriga do terceiro e último garoto. Uma pancadaria começou e consequentemente chamou a atenção dos vizinhos.
Não demorou muito, e um homem surgiu. Assustado com tudo aquilo.
— Vão embora seus vândalos, vou chamar a polícia — O tal homem disse e os três garotos encrenqueiros começaram a correr pra bem longe da dali.
Os órfãos estavam bem machucados, haviam conseguido bater, mas também tinham apanhado consideravelmente.
— Obrigado pela ajuda, senhor — Daniel pediu.
— Ah, por nada. Mas pelo visto vocês estão bem machucados — O homem comentou, preocupado.
— Espera, você não é o José Rivera? Pai do Cirilo... — Davi disse lembrando-se do homem.
— Sim, sou eu mesmo. Quem são vocês? — O homem respondeu confuso, não se lembrava de onde conhecia os garotos.
— Somos amigos e colegas do seu filho — Daniel responde e o homem só agora se recorda dos órfãos.
— Ah, claro. Vocês são os jovens que moram com a tia, não é? — José diz e os três assentem — Vem, vou levar vocês pra casa.
Rapidamente o homem os ajudou a caminhar em direção a mansão.
(...)
Na sala de estar da mansão, Valéria e Majo continuavam aflitas. Os minutos se passavam e nada dos meninos voltarem, e o pior é que dormiriam bem pouco para o dia seguinte. Perdidas em seus próprios pensamentos, elas nem reparam em Helena, que chegava no local.
— Meninas? O que estão fazendo aqui tão tarde? — A mulher perguntou desconfiada.
— Ai Helena, desculpa se te acordamos — Valéria pediu.
— Vocês não me acordaram meninas, eu só vim pra beber água. Mas não me responderam ainda, o que tão fazendo aqui a essa hora? Vocês tem aula cedo amanhã — Helena terminou de falar enquanto alternava o olhar entre Majo e Valéria.
— É que o Paulo saiu há um tempão e não voltou ainda, aí o Daniel e o Davi foram atrás dele — Majo respondeu nervosamente, deixando Helena preocupada.
— Vocês deviam ter me avisado antes, eu sou a responsável por vocês — Helena diz aflita.
— Foi o que eu sugeri, mas os meninos não queriam te incomodar — Maria Joaquina fala.
Sem poder fazer nada, a mulher se juntou com as meninas a espera dos garotos chegarem. Após mais alguns minutos, há algumas batidas na porta e as três se levantam apressadamente indo em direção à entrada.
— Até que enfim vocês chegaram! — Helena exclamou abraçando os meninos assim que atendeu a porta.
— Olá senhora, suponho que seja a tia deles. Eu sou o José, pai de um dos amigos deles, e vim trazê-los aqui — José diz depois de todos terem entrado.
— Sou Helena, a tia deles. Muito obrigada por ter os trazido. Eu já estava morrendo de preocupação aqui — Helena respondeu agradecendo, estava muito aliviada.
— Bem, agora que já está tudo ok, vou pra minha casa, boa noite a todos — José se despediu e Helena o agradeceu mais uma vez enquanto o acompanhava até a porta.
Como se estivesse previsto que Paulo havia chegado, Alicia desceu mais uma vez as escadas.
— Ah, até que enfim voltaram — Alicia comentou ainda fingindo falso interesse.
— Ah, vai dizer que não tava preocupada comigo, Alicia? — Paulo perguntou provocando.
— Claro que não, você já é bem grandinho, e pelos machucados que eu to vendo, até brigou — A Gusman diz.
Majo e Valéria, até então, não haviam reparado nos ferimentos dos garotos, só foram notar quando Alicia comentou. As duas se aproximaram de Daniel e Davi, preocupadas.
— Meu Deus! — Majo exclamou assustada ao ver os ferimentos no rosto de Daniel — O que aconteceu?
— É uma longa história — O Zapata murmurou.
— Basicamente o Paulo tava precisando da nossa ajuda, e nós brigamos com alguns garotos — Davi complementou a resposta do amigo.
— Mas até você que é da paz e contra brigas, brigou Daniel? — Majo indagou surpresa, mas com um leve tom de deboche.
— Pois é, mas pelos amigos a gente faz um esforço — Daniel respondeu rindo.
Logo após Helena acompanhar José até a porta, ela voltou para a sala de estar.
— Nossa, vocês tão muito machucados. José me contou tudo. Tenho que fazer algo — Helena comenta analisando os ferimentos dos garotos.
— Não precisa se preocupar, Helena — Valéria diz — Deixa que eu cuido dos machucados do Davi.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— E eu dos ferimentos do Daniel — Majo responde.
— Mas e quem vai cuidar dos machucados do Paulo? — Helena perguntou e as meninas fitaram Alicia, como se pedisse pra menina fazer isso.
A Gusman pareceu entender, e suspirou derrotada.
— Tá bem, deixa que eu cuido dos ferimentos do Paulo — Ela comenta bufando e Paulo comemora internamente.
— Tudo bem, vou para o meu quarto, caso precisem de algo, é só me chamarem — Helena diz se retirando e todos assentem.
Rapidamente todos se dirigiram até a cozinha e as meninas começaram a cuidar dos machucados dos meninos.
Majo cuidava dos ferimentos de Daniel calmamente, até que a garota começa a rir e o Zapata estranha.
— Ué, do que você tá rindo? — Ele pergunta confuso.
— Nada demais. É que eu me lembrei da primeira vez que eu cuidei de um machucado seu no orfanato, e agora estou eu aqui novamente fazendo a mesma coisa — Ela responde.
Daniel começa a rir também, lembrando-se do dia.
— Você ainda lembra? — Majo indaga surpresa.
— Mas é claro, como eu poderia esquecer? — Daniel comenta rindo.
FLASHBACK ON
— Diretora, diretora! — A garota, que beirava os doze anos de idade, exclamou aflita enquanto adentrava a sala da diretora do orfanato.
— O quer você quer, Médsen? —A mulher esbravejou — E não sabe bater na porta?
— Desculpa, senhora — A menina pediu nervosa — É que o Paulo aprontou com as meninas de novo.
A mulher levantou-se da cadeira e revirou os olhos. Não era nada de anormal Paulo aprontar algo com as garotas do orfanato.
— O Paulo Guerra não tem jeito mesmo — A diretora bradou mais uma vez — Mas então, o que ele fez desta vez?
— Ele usou bolinhas de gude para as meninas tropeçarem no quarto — Maria Joaquina respondeu.
— Ora essa... — A mulher, chamada Alessandra, murmurou para si mesma já imaginando a situação.
— Só que tem um porém, senhora — Majo disse
— E o que seria? — Alessandra perguntou.
— O Daniel, sabendo o que o Paulo faria, impediu que as meninas caíssem na armadilha dele e acabou se machucando — Maria respondeu aflita, sabia que o garoto havia se machucado feio na queda.
— É, o senhor Zapata como sempre um cavalheiro — Alessandra disse — Vamos, me leve até o local onde tudo ocorreu.
Não demorou muito e as duas chegaram no quarto das meninas. A algazarra era grande, e a diretora passava entre as crianças até chegar em Daniel e Paulo, que estavam sentados na cama de Maria Joaquina.
— É verdade isso, senhor Guerra? — A senhora perguntou quando já estava perto o suficiente do garoto.
— Isso o quê? — Paulo perguntou se fingindo de desentendido.
— Não se faça de santinho senhor Guerra, estou falando do que a senhorita Médsen disse, que você pôs bolinhas de gude aqui no quarto das meninas para que elas tropeçassem e caíssem — A voz da mulher saiu autoritária.
“Maria Joaquina fofoqueira” — Paulo pensou.
— Sim, é verdade — A voz de Paulo saiu quase que num sussurro.
— Você é impossível mesmo, Guerra — A mulher comentou enfurecida.
— Mas no fim das contas nem deu certo, o Daniel acabou impedindo que elas caíssem na armadilha — O Guerra comentou entristecido por seu plano ter falhado.
— E você ainda tem coragem de dizer isso? Seu colega se machucou feio, agora terei que chamar um médico — Alessandra fala ainda irritada, não era novidade pra ninguém que ela odiava trabalhar com crianças.
— Não é preciso, diretora — Daniel diz pela primeira vez se pronunciando na conversa.
— Mesmo senhor Zapata? — A mulher indagou com certa animação, já se livraria disso.
— Sim, eu estou bem. Não me machuquei muito — Daniel respondeu forçando um sorriso.
— Muito bem. Apronte mais uma e ficará de castigo, Paulo Guerra — A mulher falou virando-se para Paulo.
— Que saco... — O Guerra murmurou.
— Aprontar mais uma? — Uma certa morena indagou — Mas diretora, o Paulo vive aprontando com a gente! Castiga ele logo.
— Mais respeito, senhorita Gusman — Alessandra disse já mais calma — Eu quem dou as regras por aqui. E agora se apressem e não demorem porque daqui a pouco é hora do almoço, e vocês sabem que eu não tolero atrasos.
A mulher terminou e saiu do quarto das meninas voltando para seu escritório.
Paulo também saiu do local discutindo com Alicia e rapidamente o recinto estava totalmente vazio, diferente de antes. Exceto pela presença de Maria Joaquina e Daniel. A garota sabia que o amigo havia se machucado, e só negou a ajuda de um médico pra não ter que dar trabalho a diretora.
— Porque você disse que estava bem, em Daniel? — A menina perguntou enquanto o fitava.
— Porque eu realmente estou — Ele respondeu sorrindo e quando tentou se levantar para sair do quarto, gemeu de dor e sentou-se novamente. Seu joelho doía bastante, desde que havia caído na armadilha de Paulo para poder salvar as meninas.
— Você não está nada bem — Maria Joaquina exclamou — Eu vou te ajudar com esses ferimentos, espera aí.
Daniel ficou observando a garota pegar uma pequena caixa debaixo da cama e colocar ao seu lado.
— O que é isso? — O Zapata perguntou confuso.
— Uma caixinha de primeiros socorros, eu guardo pra caso alguma das meninas precisarem, nunca se sabe — Majo respondeu e Daniel assentiu.
Logo a menina começou a cuidar do joelho de Daniel, desinfeccionando com álcool e algodão, em seguida cobrindo o local com uma gaze. O Zapata analisava com toda atenção a linda garota fazendo o curativo.
— Muito obrigado, Majo — O garoto agradeceu — Agora estou bem melhor.
— Era o mínimo que eu podia ter feito depois de você ter salvado as meninas de cair na travessura do Paulo — Ela responde sorrindo.
— Mas vem cá, onde você aprendeu a fazer um curativo assim tão bem? — Daniel perguntou curioso.
A feição da garota mudou. De um sorriso, sua cara havia se fechado e ficado triste.
— É que bem, meu pai era médico e ele havia me ensinado, antes de acontecer aquela maldita viagem — Majo respondeu baixinho, porém o garoto tinha escutado.
— É, acho melhor descermos para o almoço, você sabe como a Alessandra é — Daniel disse tentando mudar daquele assunto.
— É, você tem razão — Majo concorda e guarda a caixinha de primeiros socorros debaixo da cama novamente.
Logo os dois descem e são recebidos pela diretora.
— Atrasados, hein senhor Zapata e senhorita Médsen — A mulher diz.
Daniel e Maria Joaquina se entreolharam rindo e se sentaram junto aos outros.
FLASHBACK OFF
— Faz tanto tempo, que eu achei que você tivesse esquecido — Majo comentou.
— Jamais vou esquecer desse dia, Maria Joaquina — Daniel respondeu olhando profundamente pra menina, o que a fez corar.
— Impossível mesmo era o Paulo, nem a diretora escapava dos planos dele — A garota disse tentando mudar o assunto e Daniel assentiu rindo.
— Fica quieto, Paulo! — Alicia bradou — Assim eu não consigo cuidar desse machucado aqui.
— Mas você só reclama hein?! — Paulo diz rindo.
— Claro, você me dá motivo pra reclamar. Se ao menos ficasse quieto — Alicia falou mais uma vez quase gritando.
— Hm, sabe o que eu lembrei agora? — Paulo perguntou rindo.
— O quê? — A Gusman indagou revirando os olhos, já imaginando mais uma das piadinhas de Paulo.
— De você. Um tempo atrás me disse pra não ficar arrumando confusão aqui, porque não iria cuidar dos meus ferimentos, e olha agora o que você tá fazendo — O Guerra falou enquanto ria mais ainda.
— Ai Paulo, deixa de ser infantil — Alicia exclamou — Eu falei que não ia ficar cuidando dos ferimentos das brigas que você arranjaria. Mas dessa vez foi diferente, você só se defendeu, e agora cala a boca e me deixa terminar isso.
Não demorou muito e as meninas conseguiram terminar de cuidar dos machucados dos garotos. Davi e Valéria eram mais calados, sempre trocando poucas palavras, sorrisos e olhares. Alicia e Paulo, por outro lado, não. Discutiam bastante e sempre se provocavam.
— Acho melhor ir dormimos, temos aula amanhã bem cedo e já tá bem tarde. — Valéria comenta.
— É, concordo. Sem falar que dormiremos bem pouco — Davi diz suspirando.
Todos acabaram concordando e foram para seus respectivos quartos.
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