Ela

Ela fala muito, todos dizem. Consegue animar a todos ao redor, ou irritá-los, dependendo da situação e de quem está ao seu lado.

Mas na hora de falar de sentimentos, ela se cala. Se tenta falar, apenas lágrimas saem e ela não quer que ninguém as veja: lágrimas, para ela, são sinais de fraqueza e se você demonstra fraqueza, você pode ser vencido.

Ela não quer ser vencida, ela quer ser a vitoriosa!

Dia após dia ela sorria, seguia como se não sofresse, embora, às vezes e para algumas poucas pessoas, ela mostrasse o quão frágil era. Mas precisava escolher bem: muitos confundem tristeza com drama, ou simplesmente não se importam com os sentimentos alheios.

Ela chora baixinho, deixando somente as lágrimas rolarem, tentando não soluçar. Ela está engasgada em suas lamúrias, afogada em suas dores. E não há nada que possa fazer.

Respira fundo. Uma, duas, três vezes, e tenta não acordar a casa toda. As madrugadas são suas melhores amigas: é quando ela pega a dor e transforma em algo suportável... Tenta, de preferência, transformar em risadas, mas às vezes pode causar sofrimento em terceiros.

Cenários imaginários criados a partir de sua agonia... Pelo menos neles há possibilidades de a felicidade bater a porta. Porque ela desistiu desse conceito... Se é que um dia acreditou.

Ela está chorando!

E rindo com pessoas que também estão chorando!

Ela é você!

Ela também é eu!

Mas ela... Ela não sabe quem é de verdade! Só sabe como está!