Feliz para sempre

Cena 2 - "Mas quando te vi na última noite..."


E então a voz conhecida da amiga, exclamando seu nome, cortou a atmosfera e atingiu o momento, que morreu ali. Bárbara voltou-se na direção da voz e abraçou Sabrina, institiva como a vontade de sumir do tempo e do espaço. Ah, se pudesse...

— Pensei que você não vinha mais, Babs! Vamos te instalar. Depois vocês conversam. Você só veio com essa mochilinha?

— Sempre, né? Parece que você nem me conhece!

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Pedindo licença a Ezequiel, ela puxou Bárbara em direção à casa onde foram improvisadas várias camas.

— Ufa, essa foi por pouco — Sabrina disse. — Acho que a esposa dele já estava para te arrancar os cabelos. Estava até arrastando o pequeno do tanto que vinha rápido.

— Sabrina, eu juro que não acredito... — ela ainda não havia sequer se recuperado dos instantes anteriores para ainda digerir essa outra cena.

— Se eu te contasse que ele viria, você não teria vindo!

— Com certeza, não.

— Você nunca vai esquecer isso?

— Não é questão de esquecer, é questão de não ter absolutamente nada para tratar. Sei lá, é como se alguém que você nunca viu na vida viesse correndo e te abraçasse, e você ficasse ali dura, de susto, e de repente, como você disse, viesse a esposa e o filho querer tirar satisfação... Seria cômico se não fosse tão horrível.

Se repetisse isso em voz altas muitas vezes, quem sabe não se tornaria verdade.

— Vou te falar a real: ele só resolveu vir depois de eu falar que você viria.

Essa declaração quase lhe soou em grego, porque, de certo modo, dissolvia todos os fatos ao quais Bárbara sempre se apegava na sua postura de ser realista acima de tudo.

— Isso não ajuda em nada... Podemos mudar de assunto? Afinal de contas, existe muito sobre o que falar na vida.

— Podemos, só ainda acho que vocês precisam resolver isso... Mas, mudo de assunto!: Você ainda não viu meu filho, você tem que vê-lo! Assim que eu achar o Miguel, que o está exibindo para alguns amigos, eu te mostro. Agora só falta você arrumar um, né?

O tom de brincadeira de Sabrina não amenizava em nada a situação, muito pelo contrário; e só fazia Bárbara se lembrar de por que evitava esses eventos, esses encontros com os amigos, mesmo que isso lhe custasse o rótulo de fria, antissocial e o que mais pudesse agregar no mesmo campo semântico.

Ainda bem que não precisou responder nada, porque haviam chegado ao lugar. Por mais que tivesse na ponta da língua umas 20 respostas diferentes para isso, nenhuma delas lhe vinha à cabeça quando precisava, ou nenhuma delas soava na realidade como soava na sua cabeça. Desse modo, não ter que dizer nada era sempre um alívio.

Sabrina mostrou-lhe as instalações e deixou-a para que Bárbara pudesse descansar da viagem antes de se juntar à festa, não sem antes adverti-la de que se demorasse muito, voltaria para levá-la amarrada.

Bárbara acenou se despedindo da amiga, mas pensou que valeria a pena esperar por isso.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.