For the love of a mother

Don`t you remember of your little baby?


Ela apareceu na sala dele como se tivesse aparatado. Como se aparatar na sala dele fosse possível. De qualquer modo, do modo como a presença de Narcisa Black parecia inundar a sala, parecia que nenhum dos feitiços de proteção que ele tão precisamente fizera funcionara.

Tom Riddle poderia começar o interrogatório por esta pergunta. Poderia com um aceno pesado da varinha mandar a jovem garota de cabelos dourados voando pela janela. Poderia até mesmo dispensar qualquer pergunta e represália e invadir de vez a mente dela para obter a falha no seu esquema de segurança e depois faze-la esquecer de que algum dia já estivera ali, de que algum dia já estivera com ele.

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Ao invés disso, porém, Tom opta por ser generosa e pacientemente educado, algo que num futuro nem tão distante jamais voltaria a ser uma opção:

– Eu te vejo e não posso impedir-me de perguntar o que de tão urgente pode ter acontecido para te trazer à este lugar, à esta hora? Infelizmente, algo me faz pressentir que não é apenas pela minha bela aparência, ou, como foi que você disse aquela vez? Pelas minhas inacreditáveis habilidades na arte do amor?

Narcisa fixa o olhar no dele, abaixando lentamente o capuz da caríssima e ornamentada capa negra que ela veste. Tom não pode negar: a presença dela é literalmente uma luz na escuridão.

Ela empina seu queixo pomposo em direção à ele, mas desta vez, no gesto, não há o orgulho de sempre. Tom nota: há temor. Medo. Ainda assim, ela solta de uma vez, a voz inacreditavelmente firme:

– Nós vamos ter um filho.

Há alguns objetos na magia que permitem a volta no tempo. Nenhum deles permite que se paralise um momento. Mas aquela noticia, Narcisa, o caso proibido e ridículo ridículo ridículo de amor deles conseguiu isso.

Tom não esperava um filho. Não tinha nenhuma reação a isso. Nem seus músculos faciais sabiam como expressar qualquer reação a isso. Ele permaneceu parado, apenas encarando aquela criatura por tanto tempo que não sabe dizer.

– Não, nós não vamos.

Narcisa engole em seco, expele orgulho:

– Todo rei precisa de um herdeiro.

Tom responde com desdém. Ele sorri de um jeito que faz Narcisa se arrepiar como nunca antes.

– Ah por favor, não venha tentar me convencer com argumentos trouxas. Na história trouxa, reis precisam de herdeiros porque precisam de alguém para continuar seu legado, uma vez que seu legado terminará com sua morte. Mas eu – ah, Narcisa, eu realmente não acredito que você está me fazendo esclarecer isso – eu, não sou trouxa. Eu não sou mortal. O meu legado não terminará. Haverá apenas o meu comando perpétuo sobre a supremacia bruxa.

– Tom...

– Não implore. Nem ao menos cogite começar a implorar. Isso não funciona. Esse seu rostinho bonito – ele agarra o rosto dela pelo queixo – não vai se replicar levando traços do meu consigo!

Tom larga o rosto de Narcisa com brutalidade e sai num rompante furioso da sala.

Lágrimas queimam nos olhos de Narcisa, mas não é dor que ela sente. Ela está igualmente furiosa e Tom nem ao menos é capaz de perceber. Sempre preso à sua própria raiva, à sua própria obsessão pelo poder e a imortalidade. Nunca ela, nunca nada além dele mesmo.

Ela sempre soube que sempre seria assim.

Mas aquilo não era sobre ela nem sobre Tom. Era sobre uma criança. Uma criança inocente.

Tom faz questão de fechar a porta com um estrondo ao entrar na sala. Narcisa não se abala, apenas o observa com uma calma fria.

Ele caminha lentamente até a escrivaninha onde ela está sentada.

– Beba. – a palavra e a ordem contida nela ecoam infinitamente mais do que o baque do frasco contra a mesa de carvalho puro.

– Este é o meu filho.

Tom gargalha, escarniando.

– Sim, é o seu filho. E como você acha que o Malfoy vai reagir ao bastardo? Ou como você acha que a herdeira de uma das famílias mais poderosas e tradicionais da Inglaterra vai conseguir criar uma criança com sua honra manchada? E mais do que isso: você realmente, realmente acha que eu vou permitir a existência de uma fraqueza tão grande que possa ser usada contra mim?

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– Ninguém nunca vai saber que esse filho é seu.

– Ninguém que nunca seria capaz de invadir a sua mente. Ninguém que nunca seja capaz de realizar um simples feitiço de sangue para verificar a paternidade de uma criança. Você realmente quer ter um filho que herde todos os inimigos do pai? Eu sinto pena pela criança ter uma mãe tão egoísta assim.

Narcisa se levanta num rompante para dar um tapa na cara de Tom. Ele bloqueia o movimento numa rapidez indiscutivelmente impressionante.

– Então sua solução é poupá-lo, matando-o?

– Mais do que isso: minha solução é poupar a todos nós.

Agora ela está chorando muito quietamente. O medo e a raiva contida em cada uma das lágrimas dela satisfaz algo perverso dentro de Tom.

– Agora beba isso. – ele ordena outra vez.

– Não.

Tom lança um feitiço mudo em Narcisa. Ela apenas se dobra de dor e sente o sangue escorrer da facada mágica que apenas cresce em seu abdômen. Tom a joga na cadeira que há um segundo antes não estava ali e se senta na outra que também surgiu do nada – a rapidez com que Tom é capaz de conjurar sempre a impressionou.

– Estúpida. Minha estúpida e teimosa garota... Beba isso.

Narcisa apenas balança a cabeça em resposta, dobrando-se mais um pouco na cadeira. Seus cabelos quase brancos agora tingindo-se de sangue.

– Você realmente vai me fazer te obrigar a beber? Porque você sabe que eu vou. – ele pega o delicado rosto dela entre as mãos. Olha tão profunda e certeiramente nos olhos dela que ele nem precisa da varinha na mão para fazer o feitiço. – Beba e depois esqueça.

Narcisa bebe e depois, vinte e quatro anos depois, se lembra, quando aquele mesmo homem estava prestes a matar outra inocente criança.

Quando Lorde Voldemort pergunta à Narcisa Malfoy se Harry Potter está morto, ela mente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.