Hogwarts: uma outra história

Capítulo 37. Bons amigos


Capítulo 37 Bons amigos

Os roteiristas dos filmes de ação não estavam brincando, há sim coisas piores que a morte e estar em um lugar completamente cor de rosa é uma delas. Ao menos eu não estou sozinho nisso, a cada vez que o olho de Tony treme de agonia com a overdose pink, eu finjo uma tossida para disfarçar o riso.

‒ Parece ser uma ótima história, Tracy, eu só não entendi ainda como vocês passaram de ódio mortal para o amor.— O olho de Tony tremeu de novo, tenho certeza que foi pelo uso da palavra “amor” dessa vez, Claire às vezes pega pesado.

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‒ Conta a história, querido! Tony conta essa história tão bem...— Meu melhor amigo estava procurando uma rota de fuga da elegante Casa de chá Madame Puddifoot, mas acredite, eu já procurei, cara!

E antes que ele consiga escapar, eu vou azarar ele, que fique bem claro. NINGUÉM FICA PARA TRÁS!

‒ Eu pedi desculpas e depois a pedi em namoro, simples assim.— Tony falou tudo em um fôlego só e depois bebeu um gole de seu chá, que surpresa, rosado, enquanto olhava desinteressado pela janela. Ou seria resignado?

— Não, amor, não seja tímido! Antony implorou pelo meu perdão e depois me pediu em namoro com um discurso tão lindo! — Os olhos puxados de Tracy brilharam e Claire olhou para o casal sentado na nossa frente entre o encantada com o romantismo e o meio duvidosa pela cara de enterro de Tony. Resolvi que já estava na hora de salvar meu amigo.

— Isso tudo é muito incrível, Tracy, mas a melhor parte do namoro de vocês é que Tony não conseguiu fugir da paixonite dele por mim.— A oriental me olhou com uma sobrancelha arqueada, quase me fazendo mudar a fala, mas dane-se, adoro esse meu raciocínio. – Ele foi atrás de uma estrangeira para namorar!

Falei apontando para a dita cuja, que me olhava ainda com uma expressão pesada. Ela me odeia, mas quem liga? Eu é que não. E nem o namorado dela, pelo visto.

— Verdade, Cesc, ela não é um espanhol atrevido, mas já...

— Não sou estrangeira.— Harmond me olhou diretamente, interrompendo um Tony que tinha voltado a vida graças a mim. Ele revirou os olhos para a veemência da garota. Tracy Harmond não reconheceria uma brincadeira nem que ela lhe desse um murro na cara. – Meus avós são chineses, mas dificilmente posso ser chamada de estrangeira.

— Cesc sabe, Tracy, ele só está brincando.— Claire disse me dando um tapa de leve no braço. Olhei para ela com um sorriso falso. Mulher, não explique minhas brincadeiras! A namorada de Tony me devolveu a falsidade.

E agora está aquele silêncio horrível.

Meu Merlin, onde estávamos com a cabeça quando resolvemos fazer esse encontro duplo? O que eu estou dizendo? Eu e Tony claramente não tivemos opção! Dei um gole no meu chá, também muito rosa e disfarcei uma queimadura na língua com uma crítica velada ao serviço do lugar.

—Nossa, está faltando açúcar nessa coisa!

—Está faltando açúcar no seu coração, capitão! — Tony me deu um sorriso de lado e eu fingi coçar o nariz enquanto mostrava o dedo do meio para ele. Ele riu. – Falando em Quadribol... Bem que a gente podia jogar aqui em Hogsmeade, né?

—Quem falou em Quadribol?— Eu perguntei falando com ninguém em particular e fui sumariamente ignorado.

—Onde exatamente? Na rua? Porque se você não percebeu, não tem estádio aqui.— Tracy sorriu para o desdém de Claire e Tony apenas a olhou com uma impaciência mal disfarçada.

—Podemos construir um!

Eu o olhei com condescendência, porque, né? Mas Tony sempre tem muitos argumentos, nem todos bons, na verdade quase nenhum presta, mas ele liga? Claro que não! Ele continuou alugando e alugando e alugando nossos ouvidos com essa idiotice, até nos convencer a olhar as possibilidades com a mente aberta.

—Possibilidades!— Ele está apontado com um gesto grandioso para a Casa dos Gritos, que se já era velha na época de Harry Potter, hoje em dia é uma ruína caquética. Claire está tapando o rosto do sol e Tracy parece cínica, como sempre. Eu estou simplesmente me controlando para não demolir a casa com a cabeça de Tony. – Vocês não visualizam? Eu vejo... Hic... Eu vejo um estádio... Hic... Bem aqui!

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Ele está com esse soluço já faz alguns minutos e só por isso eu não vou rir dele, apesar de obviamente merecer.

— E vão construir com que dinheiro?

—Com o de... Hic... Hogwarts!

—Mais fácil ser com o nosso...— Aqueci as mãos com um sopro, enquanto olhava para a construção decrépita. Ele me deu O olhar. Mas sério que ele acha que Brenam vai liberar alguma verba para isso?

—Alunos não podem financiar obras de Hogwarts. — Tracy falou com o pior tom corvinal e arrogante dela, o que me instiga a ficar no meu pior humor. Notem que “corvinal” agora é um defeito.

—Eu não estava falando sério, eu só... Ah, esquece.— Eu joguei a toalha, essa chinesa é impossível. Ela parecia que ia contrargumentar, eu não sei exatamente o que, já que eu desisti do meu argumento, mas o soluço de Tony piorou. Piorou de uma forma... Mágica? – Isso foi uma bolha?

Todos olharam para a dita cuja flutuando e...

—Hic...— Outra bolha, oh meu Merlin! Eu juro que não vou rir. Não posso rir! Droga, que falta de convicção que eu tenho... – Ah, não!

—Ah, sim!

***

—Se tem uma coisa que ninguém pode negar é que eu sou um bom amigo...— Eu disse enquanto me jogava folgadamente em um dos leitos da Enfermaria. Me aproveitei que Bodernave foi lá dentro ver uma poção para fazer Tony parar de apitar bolha que nem um daqueles trenzinhos de desenho do Discovery Kids. Saudades da minha época de Discovery Kids... – Então vou te ajudar no seu plano, Tony.

Quando... Hic... Pegarmos...

—Você quis dizer quando nós... Espera! Você já fez esse trocadilho! Eu pensei que ia dizer se o pegarmos!

—ÉquandomesmoAidan.— Tony falou tudo num fôlego só para evitar as bolhas, mas coitado, acabou soltando duas seguidas, uma delas saindo pelo o nariz, o que o fez engasgar. Eu olhei para o teto para evitar a cara de raiva de Tony e a de diversão sem vergonha de Aidan.

O unicórnio só estava na Enfermaria porque havia conseguido o incrível feito de queimar dois dedos da mão direita com um inofensivo e para “todas as idades” jogo de Snap Explosivo. Idiotice pouca é bobagem, hein?

Claro que eu não acredito na classificação de “inofensivo” dos bruxos.

—Ele já fez o trocadilho...— Aidan falou enquanto me cutucava com um dos dedos enfaixados.

—E eu ouvi da primeira vez.— Informei e ele sorriu. Tony bufou na cama ao lado. – Vamos ajudar você a concretizar esse seu “quando”, meu caro.

— Eu vou... Hic...— Entendi todo o plano dele com o simples gesto obsceno que demonstrou. Aidan fez uma careta, mas sorriu em seguida, porque o mundo é colorido e fofo para ele.

Unicórnios...

Antes que qualquer um de nós disséssemos alguma coisa, James Potter entrou pela porta como um furacão vermelho e dourado - sim, porque ele literalmente estava usando essas malditas cores - e veio diretamente falar comigo.

— Que bom que finalmente te encontrei, Fábregas!— Ele não parecia surpreso como deveria caso realmente estivesse me procurando e os caras perceberam isso também. – Está doente?

— Sim, estou.— Uma das bolhas de Tony me desmentiu. Continuei impassível. – Não estou, mas não estou a fim de falar com você agora.

— Lily acha que vocês são um casal.— Aidan interrompeu a réplica de James sem nenhum motivo aparente e Tony fechou a expressão para o mundo em geral. Suspirei, levantando o tronco e encarando todos.

— O que você quer, Potter? — Sim, não vou responder a maluquice de Aidan e Lily. Tony soltou mais algumas bolhas antes de eu perder a paciência com a falta de resposta do grande idiota. O da Grifinória, no caso, já que tem mais dois de outras Casas por aqui. Ele fez um sinal para a porta e eu olhei para Tony, o humor dele não estava melhorando. – Eles sabem de tudo, imbecil.

— Então sabem que você me prometeu verificar o casinho da minha prima com o quadrúpede do Habermas?

— Boa, Cesc! Está seguindo Habermas para saber quando ele perdeu a memória dele também? — Aidan merece um tiro.

— O quê?!?

— “O quê” o quê?— Me fiz de desentendido, sou muito bom nisso, já sabem. – Aidan está sobre o efeito de poções, não sabe o que diz.

— Quando pretendia me contar sobre isso?

— Ora, por... Hic.... Favor, Potter! Parece uma... Hic.... Esposa traída!— Tony falou mais alto do que deveria e isso fez com que Bodernave saísse de sua saleta. – Oh! Ela lem... Hic.... Lembrou que tem um... Hic... Paciente!

A indignação dele era justificada, mas a Curandeira simplesmente o ignorou e voltou para o que quer que tivesse fazendo, com certeza um veneno que chamaria de “cura” dentro de algumas horas...

Tony levantou da cama e começou a falar direta e raivosamente com Potter.

— Olha aqui... Hic... O que contamos... Hic... Ou deixamos de cont... Hic... PORRA! Cesc, fala.

— O que contamos ou deixamos de contar para você não é da sua conta.— Disse tudo com um sorrisinho sacana, que eu sei que irritaria Potter e assenti para a expressão satisfeita de Tony. Um bom amigo, de fato.

Potter respirou fundo, enquanto pinçava o nariz com os dedos, provavelmente pedindo por uma paciência infinita. Não posso culpa-lo, faz parte do nosso show sermos exasperantes e nós somos muito bons nisso!

— Fábregas, podemos, por favor, ir ver o que minha prima e o seu artilheiro idiota estão aprontando?

— Nós queremos mesmo ver isso?— Dei o meu olhar mais razoável, porém Potter retribuiu apenas com um gesto seco em direção a porta. Olha, vou te dizer, só vou porque fiz uma promessa, não sei muito bem onde eu estava com a cabeça quando a fiz, mas a fiz. – Aidan, cuide de Tony, papai já volta.

O dito cujo fez um sinal de positivo, enquanto Tony cruzava os braços e fazia aquela expressão de “não estou acreditando que você vai mesmo fazer essa idiotice” que ele aperfeiçoou com o passar dos anos. Pena que o efeito foi estragado por algumas bolhas coloridas e alegres, que arrancaram um riso do unicórnio.

Aparentemente esse é um dia normal na vida dele.

Segui Potter pelos corredores de Hogwarts, a uma distância segura, porque não sou idiota, claro. Ele estava pisando duro, como se estivesse irritado de verdade, e eu sinceramente não sei o porquê disso.

— Quando pretendia me contar?— Ele continuou andando e olhando para frente, então não viu meu dar de ombros desinteressado no assunto. Ele ainda não esqueceu isso? Aconteceu a, tipo, 3 minutos atrás! — Como espera que eu ajude você a descobrir quem tirou sua memória se você continua escondendo as coisas de mim?

Dessa vez ele se virou e viu meu dar de ombros. Isso não o deixou nada feliz.

— O que quer que eu diga? A vida é uma grande estrada, cheia de caminhos tortuosos e...

— Me poupe das suas metáforas! Como eu vou te ajudar se você não me diz o que está acontecendo?

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­– Achei que fosse usar suas habilidades “Potterísticas” para...— Ele cruzou os braços. ­– Olha, que tal nós seguirmos em frente com isso, antes que os pombinhos passem da fase “mão naquilo, aquilo na mão” para a fase “ aquilo naquilo”, hein?

Ele fez uma careta para minha sugestão esperta, mas parou de me encarar - que bom - enfiou a mão nas vestes e tirou de lá um pergaminho velho e ativado por magia. Será que é o que estou pensando?

— Potter, esse é o...— Ele colocou o pergaminho para o alto, fora do meu alcance, dando um passo para trás. – Esse é o Mapa do Maroto?

— Você não vai gritar ou chorar, não é?— Só agora percebi que estava com a mão no rosto, como um fã doido, impressionado demais para ser racional.

— Posso tocar?

— Não, você não pode.

— Mas eu vou ser cuidadoso!— Ele fez uma cara de quem não acreditava nisso e eu cruzei os braços com a desconfiança. Qual é! Eu sou supercuidadoso, pergunte a qualquer um!

— Para com isso, você não vai ver nada!— Eu já ia retrucar, mas ele foi mais rápido. – É ruim quando não cooperam com a gente, não é?

— Que comparação mais cretina... Minha curiosidade é totalmente justificada, de um fã! Enquanto que a sua é...

— A de um amigo. — ECA! O quê? Potter andou cheirando losna estragada?

— Eu não vou nem responder a isso...

— Eu estou tentando te ajudar, de verdade, não porque é conveniente, porque, vamos ser sinceros, lidar com você não é nada conveniente, mas sim porque realmente estou tentando ajudar!

— Por que?

— Por que? Porque as pessoas não precisam de motivos escusos para quererem ajudar os outros, Fábregas!— Eu levantei uma sobrancelha cética. – As pessoas normais, digo.

— Vai me deixar ver o Mapa?

— Você ainda está nessa?

— Ainda estamos tentando flagrar a sua prima sem graça com Habermas?— Falei sem conseguir evitar a careta. Isso deve ser o roteiro de um dos meus piores pesadelos, “Habermas transando”, Potter não tem limites? Não sente medo dessas coisas horríveis?

— Você não entende, eu não posso...

— Não entendo mesmo, não tenho primos, graças aos céus! Mas tenho uma irmã, se não se lembra e honestamente, Potter, não tenho problemas com o fato de que ela possa estar tendo um pouco de diversão, se é que me entende.

— Eu entendo. Você é um irmão desnaturado, isso é o que você é! Louise tem apenas treze anos e...— Eu revirei os meus olhos, me concentrando no Mapa enquanto Potter continuava o monólogo ridículo dele. Talvez se eu for rápido o bastante, posso pisar no pé dele e... — Fábregas, você está me ouvindo?

— Claro que não, como sempre! Já reparou que nossas conversas vão do nada para lugar algum?

— Nem consigo imaginar o porquê.— O quase ruivo me disse, deixando pingar um sarcasmo desnecessário da fala. Ele consultou novamente o pergaminho. —Agora vê se fica quieto, eles estão próximos, virando o corredor.

— Potter, eu acho...

­– Shiu!­

— Não faça “shiu” para mim, seu...— Ele me puxou para trás de uma armadura empoeirada e tapou a minha boca. Já estava pronto para dar uma cabeçada no nariz dele, mas eu ouvi uma voz conhecida.

Olha, eu tenho que ir agora...— Houve um sussurro feminino, meio abafado. – Não é por isso, Molly...

Tentei me aproximar para ver melhor o casal, mas o braço de Potter me impediu. Fiz um gesto para ele tirar a mão da minha cara, mas ele fez que não. Eu mereço!

— Mas eu realmente acho que não precisamos mais fazer isso! Ninguém lembra mais dessas coisas de Quadribol e...— A lufana parou de falar bruscamente e ouvimos alguns barulhos suspeitos. Olhei para Potter com uma cara que dizia “eu te disse que você não ia gostar do que veria” e ele apenas apertou mais a mão na minha boca, olha, mais que desgraçado! Eu não vou falar nada, pelo amor de Merlin!

Eu tenho que ir agora, reunião do time, você sabe...— Eu fiz que não para Potter, Habermas é um sujeitinho muito baixo, usando o nosso honrado esquadrão para fugir de mulher desse jeito. – A gente se vê depois, ok?

— Ok.— Mais alguns sons desagradáveis depois, passos pelo corredor sul, suspiro pesado de uma garota apaixonada, passos no corredor oeste e finalmente pude pisar no pé de Potter, como eu queria fazer antes.

— PORRA, FÁBREGAS! Mais que merda! — Cruzei os braços e fiquei observando o grifinório idiota pulando num pé só. Seria patético se não fosse... Não, é só patético mesmo.

— Agora que temos a confirmação de que sua prima e Habermas estão mesmo se pegando debaixo do seu nariz, fazemos o quê?— Ele ainda me deu um olhar mal-humorado, antes de respirar fundo, passar a mão no rosto e responder.

— Talvez você possa me contar porque acha que esse imbecil também perdeu a memória!— Olhei ele de baixo para cima e depois levantei uma sobrancelha questionadora.

— Vai me deixar ver o Mapa?

— Por Merlin, Fábregas! Você é insuportável!

Ele me deixou ver o Mapa do Maroto, 10 pontos para a Sonserina, baby.

***

­— Então você contou tudo para Potter?— Scorp me perguntou enquanto nos encaminhávamos para a primeira sessão de tortura, digo, aula, de segunda-feira.

— Não tudo, só sobre a carta de Habermas. Que não tenha servido para nada na investigação do grande T, mas...— Tony me olhou sem entender, ainda comendo um resto de bolo do café da manhã, nenhuma novidade aqui. – T de traficante.— Eu sussurrei, como um bom espião.

— Ah.

— Que não tenha servido para gente, mas ao menos vai distrair Potter de sua “patrulha da castidade” e tirá-lo de cima da pobre prima, Deus sabe que a garota precisa de diversão.— Completei, fazendo Scorp rir do nome da missão de vida do grifinório sem noção. – Quem sabe ele seja...

—Fábregas, você leu a última edição do Hogs News? — Cabelo ruivo, interrompendo a conversa dos outros, só pode ser uma... Weasley! Ai, Merlin.

—Ainda não, acho que os elfos esqueceram de entregar a minha. — Pode ou não ser verdade, eu não dou importância o suficiente para saber.

—Você usou para forrar o fundo da gaiola da Uizlei.— Ela olhou indignada para a cara de Tony. – A da coruja, não a sua!

Scorp deu uma risada fora de hora e tentou contornar com o seu charme Malfoy fálido, ninguém merece!

— Weasley, você parece diferente hoje, mudou o cabelo?— Resolvi parar a lombriga platinada por aí.

—Não usei o jornal na gaiola não, tenho certeza! Eu usei a edição anterior, aquela que falava do aniversário do Salgueiro Lutador...

—Não, aquela edição você usou para enrolar a comida da Lula Gigante e colocar na ca...

—HEY! Shiiiii–Shhhaa, Cha-chamando Tony, Terra chamando Tony! Não sei do que você está falando.— Fui obrigado a fazer um escândalo no corredor porque Tony, que se diz meu melhor amigo, já estava entregando para a fofoqueira oficial de Hogwarts uma das minhas pequenas, diria minúsculas, contravenções.

Weasley aproveitou a deixa da cena esquisita que eu fiz, não só para falar sobre a reportagem sobre regras no uso de vassouras que foi um sucesso - Deus, essa “notícia” me persegue até hoje - mas também para dar um discurso sobre o desrespeito e blá, blá, blá, ela acabou de me chamar de mal-criado?

Ouvi todo o discurso da garota sem dizer uma palavra e no final olhei para Scorp em busca de apoio, mas ao invés de um simples encolher de ombros, o loiro resolveu verbalizar seus pensamentos.

— Não olhe para mim, você devia ter investido mais tempo na construção de argumentos para suas discussões sem sentido no meio do corredor...

— Vou de idem então.

— É, fazer o quê...

— Idem, Weasley, mas na próxima vez juro que penso em algo mais elaborado para te responder, essa semana eu não tive tempo...

— Ou interesse de pensar em você.— Tony completou em sua maneira impaciente e cruel de sempre e Weasley o encarou ainda mais irritada.

— Mas foi mais falta de tempo, juro.

—Já sei o que tem diferente em você, ruiva! Você parece mais infeliz!— Eu e Tony nos entreolhamos e tirámos Scorp da mira furiosa de Weasley, simples assim.

Somos bons amigos, de fato.