Hogwarts: uma outra história

Capítulo 21. A maldita tríade


Capítulo 21. A maldita tríade

—Ok, explica de novo esse lance de fluidez! — Aidan pediu e apenas porque ele é uma criança interessada, vamos explicar de novo.

—Cesc, por favor. — Westhampton seria um professor terrível apesar de Tony ter razão quanto a ele ser um bom feiticeiro. Ele tem bons exemplos em casa, aparentemente.

—Aidan, você precisa pensar que todos os movimentos que aprendemos nas aulas de feitiços ou nos livros são coringas! — Aidan é trouxa e entendeu a referência, apesar de John ter feito uma cara de que não entendeu. Mas ele não precisa entender nada. – Eles funcionam para qualquer bruxo com o mínimo de magia e uma varinha.

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—São feitiços que levaram muita técnica para serem desenvolvidos e ficarem básicos o suficientes para serem usados por qualquer um. — John complementou, não conseguindo ficar quieto, na dele. Um tagarela de marca maior.

—Ok, eu entendi essa parte. Mas e a fluidez? — Aidan perguntou ficando um pouco impaciente com a nossa enrolação pra chegar no ponto que ele quer. Acontece que se ele não souber a respeito disso, ele não vai entender nada!

—Pronto. Pense que os grandes feiticeiros que criaram esses feitiços bases, que são a variação mais conhecida e divulgada de cada feitiço, precisam ter um entendimento diferente da magia. — No fim das contas estamos mesmo estudando magia elementar, olha só!

—Quer dizer que para cada feitiço que conhecemos, existe outras versões?

—ISSO!!! — Eu e Westhampton nos empolgamos e ouvimos vários “shiu” na sala de estudos 2. Isso não é uma biblioteca, pessoal!

— Uma parte do entendimento dos feiticeiros que Cesc falou, ou seja, uma das coisas que eles levam em consideração para criar os feitiços base é a fluidez da magia. — John agora se empolgou, então vou deixar ele falar, porque acho que se ele ficar calado, ele explode. — Um grande bruxo é diferente de um grande feiticeiro, mas as duas coisas não se excluem, geralmente um grande bruxo É um grande feiticeiro e vise e versa, mas o que diferencia um do outro é que o feiticeiro obrigatoriamente pesquisa, desenvolve, cria e aperfeiçoa feitiços.

Vou intervir, porque ele está se perdendo.

— Notou que algumas vezes, mesmo que a gente não faça o movimento como o professor Flitwick ensinou, ainda assim dá certo? — Aidan murmurou um chateado “não comigo”, ô coitado, deixa eu ver se eu consigo explicar melhor. – Tem gente que é muito bom em feitiço de defesa, outros de transfiguração, isso porque sua magia flui melhor em um tipo de feitiço e não no outro, entendeu?

Ele fez que sim com a cabeça, graças a Deus!

— Voltando para a realidade, o diretor Dumbledore, por exemplo, era um exímio feiticeiro, mas ele não criava feitiços, logo ele não seguia a carreira na área de Feitiçaria. — Falei ilustrando a fala do Corvinal prolixo. – Diretor Snape, por outro lado, além de Mestre Pocionista, poderia ser considerado feiticeiro também, já que criou alguns feitiços ao longo de sua carreira.

Claro que puxarei a sardinha para o diretor da Sonserina, claro, lógico e evidente.

—Mas o que é exatamente a fluidez? — Eu vou dar um soco em Aidan! Que coisa! Nós vamos chegar lá.

—Feiticeiros precisam ter uma sensibilidade aguçada para a fluidez da magia, precisa perceber como a mágica se move e se manifesta em cada diferente situação. — John falou feliz, finalmente tendo chegado ao ponto que Aidan queria.

—Feiticeiros sentem a magia? — Aidan perguntou em dúvida.

—Algumas pessoas tem mais facilidade que as outras para sentir a magia no corpo, mas isso pode ser aprendido. — Falei, deixando Aidan um pouco mais esperançoso, eu e John conseguíamos sentir a fluidez que vimos no livro Fluiditas Magicae,mas ele não. – É uma questão de prática também.

—Certo. Entendi. É tipo o caminho que a mágica percorre no seu corpo até sair em forma de feitiço! É isso, né? — O lufano fez uma cara de, “pelo amor de Merlin, que seja isso!”. Eu ri.

—É isso, sim, meu jovem. — Falei fazendo graça, ele suspirou aliviado.

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—Por que vocês dois estão estudando isso mesmo? — Eu e John nos entreolhamos. Isso vai ser difícil de explicar...

—Estamos trabalhando a nossa fluidez mágica para aplicar a reversibilidade nos feitiços do nosso Pergaminho da “Magia elementar”. — Simples. John deu uma ênfase SUPER DISCRETA nas aspas com as mãos. Qual o sentido de um codinome para as coisas se esses idiotas vão ficar fazendo esse tipo de coisa?

—Não faça essas malditas aspas! Quer que as pessoas se perguntem o que estamos querendo dizer com isso? — Falei dando bronca em Westhampton, mas diferente das pessoas normais, um corvinal não aceita ser repreendido com facilidade. Mesmo obviamente merecendo.

—Não seja estúpido! Eu estava apenas brincando! Isso se chama piada interna, é claro que em público eu não fa...

—Olha só o que temos aqui! — Provando o meu ponto de que nós não devíamos fazer “piadas internas” sobre o Ocaso em lugar nenhum, eis que surge James Potter para nos perturbar a vida. — Isso é quase uma piada pronta: o que um lufano, um corvinal e um sonserino faziam num bar?

—Bebiam em homenagem ao grifinório falecido! — Falei solenemente. Aidan e John riram, apenas porque James consegue ser irritante ao ponto de unir todas as Casas contra a Grifinória. – Potter, se você não percebeu, isso é uma sala de estudos, por que não vai relinchar em outro lugar?

—É uma área pública, não devo satisfação a você. A propósito, como está o ombro? Juro que na próxima temporada pegaremos mais leve, já que vocês com certeza não passarão pela Corvinal para nos enfrentar de novo nessa. — Deuses do Olimpo, levem esse mortal para o Tártaro, por favor!

—Vocês também não vão passar pela Lufa-lufa, Potter, então provavelmente vão se encontrar de novo na disputa do terceiro lugar. — Aidan falou atrevido, porque se tratando de Quadribol, somos todos puro atrevimento e blefes.

—Ora, por favor! Venceremos seu time de olhos vendados! — Mogilka e Quérrel, aqueles dois trasgos, riram em concordância. Ô triozinho infernal esse, viu? Me aguardem...

—Talvez devesse tirar as vendas, Potter! Viu o que eles fizeram com a nossa equipe. — John falou apenas a título de informação, porque todo mundo viu a força da Lufa-lufa naquele jogo!

—Não se preocupem crianças, já estamos trabalhando nisso.

—Não estamos preocupados. Mas falando em preocupação, preciso de uma coisa que tá no meu celular, a brincadeira acabou, já pode me devolver ele agora, Potter. — Estendi meu braço bom, esperando ele devolver o aparelho que ele não tem mais. A cara dele foi impagável. Mas em defesa do grifinório, devo dizer que ele se recuperou rápido da mudança de assunto.

—Não é você que decide quando eu devolverei o seu brinquedinho. — Ele falou desdenhoso. Uau, que blefe perfeito, se eu apenas não soubesse melhor...

—Estou falando sério, James. — Sim, usei o nome dele certo, para causar impacto. E funcionou, ele me olhou surpreso. — Minha mãe tá me cobrando um negócio que eu arquivei no celular, tenho que transcrever e enviar pra ela, honestamente, vai ser muito difícil tentar explicar o porquê de eu não poder fazer o que ela mandou, certo?

Ele pareceu refletir a situação. Aquilo ali que eu estou vendo é culpa? Aguardando ansiosamente o momento em que ele irá admitir que PERDEU meu celular. Isso vai ser épico. Aidan e John apenas estão me olhando estranho, eles sabem que Albus me devolveu o Caveiraontem.

Apenas olhei para os dois com minha melhor cara de “NÃO ESTRAGUEM MEU BLEFE, SUAS PESTES!”

—Hum... Vou ver o que posso fazer por você, Fábregas... Não sei se está merecendo. — O QUÊ? Mas que cara de pau! Potter apenas fez aquele cumprimento dos dois dedos na testa e me deixou com cara de “WTF?”. Deu as costas e foi embora.

—Achei que Albus já tivesse devolvido seu celular. — Aidan falou me olhando acusadoramente.

—Exatamente! Veja que disparate, esse moleque devia estar me pedindo desculpas e prometendo que iria até os confins da Terra para achar o Caveira! — Falei indignado.

John apenas maneou a cabeça, como se não pudesse acreditar nas coisas que eu estava dizendo. Idiota!

—Podemos voltar aos estudos, por favor! — Ele perguntou cansado.

—Opa! Essa é minha deixa. — Aidan levantou rápido e foi jogando suas coisas de qualquer jeito dentro da mochila. – Desculpa, caras, mas essas coisas de Flash reverso e fluídos mágicos não são pra mim! Adeus.

Eu dei risada da cara de John que não faz ideia do que seja um Flash reverso ou que deve estar tentando entender o que são fluídos mágicos. Eca! Deve ser algo nojento, eu hein.

—Tá, volte para o capítulo do livro que fala dos mecanismos internos catalizadores da varinha, ainda não entendi direito como ela capta a magia do bruxo e transforma em feitiço. — John me olhou com uma sobrancelha levantada.

—E quem entendeu? Ninguém sabe ao certo porque é tão difícil para um bruxo médio fazer uso de sua magia sem o intermédio da varinha e seu catalizador! — Ele me disse como o grande sabichão que ele é. Já disse que detesto corvinais?

—Tenho certeza de que você está errado! — Ele me olhou ofendido. – Como um fabricante de varinhas sabe exatamente qual será o núcleo mágico de cada uma? Qual catalizador se adequará a cada bruxo?

—Eles sabem disso como tudo mais na magia: através de experimentos e registros de experimentos! — Ele me disse se irritando, que medinho, Westhampton!

—Pois eu duvido que seja só isso. Tenho certeza que algum bruxo estudou e escreveu um livro sobre o assunto, mas com certeza não foi um dos que você leu: “Se eu não li, não existe!” — Imitei a voz dele, com aquele sotaque estranho do País de Gales. Eu achei que ficou perfeito, mas ele não parece ter apreciado a minha arte.

—Quer saber de uma? Você estuda no seu canto e eu estudo no meu! A gente só se encontra de novo pra fazer os feitiços, ok? —Tá. — Eu disse metaforicamente dando de ombros, já que não posso fazer de verdade. Mas o “não me importo” ficou implícito no tom de voz e no desdém da minha expressão.

—TÁ! — Ele foi catando alguns livros e foi jogando de qualquer jeito na mesa ao lado. Fiz questão de colocar a mão em cima do Fluiditas Magicae,o que provavelmente me rendou uma praga aos meus descendentes, mas essa era a melhor referência que nós tínhamos e a decisão do divórcio foi dele, então...

Sabe o que os gregos falam sobre a tríade? Tudo deles vem em 3, desde os primórdios: os 3 grandes deuses, as 3 grandes deusas, as 3 moiras do destinos, as 3 fúrias, as 3 górgonas... Perderia meu tempo falando tudo que vem em 3 para aquele povo. Fora a Santíssima Trindade do Cristianismo, mas aí já é outra história.

O que eu queria é que vocês percebessem como estava tudo dando certo quando éramos 3, em resumo, estávamos avançando no estudo. Daí Aidan caiu fora, levou uma das pernas do banquinho e tudo desmoronou.

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Crianças, tudo que é bom vem em 3! E as desgraças também, porque se você não reparou, seu celular vai dar pau, seu computador vai dar pau, espere um pouco... Espere mais um pouco. Seu ar-condicionado vai dar pau. Pronto, a tríade da desgraceira!

Basicamente eu, Tony e Scorp! Hahahahahahaha

***

Depois de ter implorado e levado dois livros pesados sobre Poções Curativas e Interação Medicamentosa, com a ajuda de Tony, livros esses que deixaram Madame Pomfrey extremamente irritada, consegui convencer a velha a me dar a Poção Emenda Ossos três dias antes do prazo que ela estipulou.

Todos nós sabemos que ela deu esse prazo também como forma de punição e que nem precisava desse tempo todo de molho... Claro, que ela seria punida pelo conselho de ética se isso fosse divulgado e que eu seria morto por envenenamento caso deixasse que essa acusação, fruto das minha divagações, saísse pela minha boca.

Meros detalhes.

O importante é que estava com o meu braço funcionando novamente, bem à tempo da festa da Corvinal, que seria essa noite.

Nada é por acaso comigo.

Quando o relógio deu 10 para a meia noite, estranhamente todos os monitores encontraram coisas muito importantes e inadiáveis para fazer, a maioria tinha uma festa para ir também, o que nos deixou com os corredores livres.

Até mesmo os idiotas que se arriscaram a ir pela Grande Escadaria, foram beneficiados pela moribundice mágica da nossa Escola. Quando eu digo que a magia gosta do caos, ninguém acredita!

***

A festa estava ficando assustadoramente selvagem agora e eu não tenho certeza de que os feitiços de desilusão que os corvinais colocaram ao redor das Ruínas serão suficientes. Espero que nenhum professor resolva dar uma voltinha noturna do lado de cá do castelo.

Com todos vestidos de preto e branco era meio difícil dizer de que Casa éramos. Bem, todo mundo parecia saber exatamente quem eu era, mas quando se faz parte de um dos times de Quadribol isso até é esperado.

Cumprimentei John e seus característicos óculos de armação e lentes azuis com a gravata fazendo jogo, uma das poucas pessoas que estavam em desacordo com as vestes exigidas pra festa, mas ainda combinando com o ambiente em geral. Ser irmão de um dos organizadores deve lhe garantir alguns benefícios.

Um divórcio amigável, por que não?

A atmosfera estava bastante interessante, tenho que admitir que a Corvinal sempre faz um bom trabalho quando se trata de beleza e estilo. Os tons da festa eram azuis bem escuros e negro e tudo estava decorado com tecidos leves, que pareciam pedaços de neblina noturna. Combinavam perfeitamente com o céu estrelado da Escócia rural.

Entre as pilastras das Ruínas, muitos alunos de várias Casas diferentes dançavam ao som de sucessos bruxos e trouxas, alunos em sua maioria com mais de 15 anos, salvo algumas exceções, como eu.

Os times de Quadribol estavam aqui, Scorpius e Albus também, conversando animadamente, sentados em uma das grandes pedras no canto norte das Ruínas, virando shotsde Firewiskynuma competição estranha. Se os senhores Potter e Malfoy souberem disso...

Avistei Louise, que havia sido convidada pelo seu quase-namorado irritante, o pobre coitado que está sendo cozido em banho-maria, pela minha irmã cruel. Mas hoje ela estava dançando muito perto de Longbotton pra me trazer paz. Enquanto estiver tranquilo assim, eu é que não vou me meter.

A maioria dos caras escolheram vir de preto, inclusive eu, menos o capitão da Grifinória, o idiota do Longbotton. E Tony.

Meu melhor amigo parecia bastante assustador agora, nada de angelical, como o filho do professor de Herbologia, mesmo tendo optado por capa preta e vestes brancas como o artilheiro.

Ele estava encarando furiosamente o casalzinho fantasmagórico, Louise estava de branco como seu par, usando um vestido muito curto e muito fluído pro meu gosto, que só a base de feitiços mesmo pra ficar no lugar.

Ela não sente frio?

Não iria interferir no lance de minha irmã e Longbotton, mas certamente iria interferir se Tony tentasse alguma coisa. Isso faria mais mal do que bem pra ele.

Para minha sorte, já que ninguém merece ficar de babá de marmanjo, Sienna B. passou na frente de Tony linda e... O que eu estava dizendo? Ah, sim. Ela é linda. E... E Tony foi atrás dela, meio que hipnotizado. Eu sorri pra isso. Quem sabe as previsões de Lia não se concretizarão afinal?

Falando nela, ela surgiu como uma entidade do mal, com a mera menção de seu nome nos meus pensamentos. E estava uma visão essa noite.

Normalmente sempre a vejo com suas vestes pesadas da escola ou com o uniforme do time e nenhuma das duas roupas faz jus as formas femininas dela.

Hoje ela estava linda com um vestido de um ombro só, que começava em uma cor chumbo e descia justo e cheio de pequenas dobras [N/A: drapeado] escurecendo até chegar no preto ao fim.

Obrigado corvinais pelos feitiços de aquecimento que permitem roupas assim.

Ela veio caminhando em minha direção com os cabelos em um penteado alto, mas com bastante fios fora do lugar, não sei se de propósito ou se por muito tempo dançando. Lia carregava nas mãos dois copos de alguma bebida que eu nem me arriscaria a tentar adivinhar qual é.

—Oi, capitão. - Ela me sorriu com o rosto inteiro, mostrando a covinha charmosa na bochecha. Provavelmente ela já tinha tido sua cota de Firewhiskyou de Vinho de fadas. Bebendo de dois em dois copos, isso não me surpreenderia.

—Thiollent. Curtindo a festa?— Ela deu uma risada fora de lugar, mostrando que eu estava muito certo no meu palpite do álcool. - Qual o seu veneno da noite?

—Hidromel. - Ela baixou a cabeça e me olhou por baixo dos cílios. - E o seu?

Opa! Parece que tem algo aqui. Ela continuou a me olhar com um sorriso insinuante, passando o copo levemente na boca, sem beber no entanto. Vamos arriscar, mesmo que seja com sua amiga mais velha e meio bêbada.

—Nada líquido por enquanto.— Ela sorriu ainda mais e virou o conteúdo do primeiro copo de uma vez, descartando-o em seguida.

— Não podemos deixar que isso aconteça, não é mesmo, Capitão? — O jeito que ela falou "capitão". Esse tipo de coisa deveria ser proibida! Tomei o segundo copo da mão dela e virei de uma vez, feliz de ser apenas Hidromel, cuja a doçura permitia uma virada com estilo, mesmo que eu não tenha costume com álcool.

Ela sorriu em aprovação.

Eu me aproximei de minha artilheira, dessa vez querendo me certificar de que não estava interpretando mal as coisas. Sim, aparentemente estou traumatizado com o lance do Potter ainda.

Mas Lia não se afastou, muito menos o interesse em seus olhos.

Passei minhas mãos pela nuca dela, sentindo alguns fios soltos do penteado que provavelmente era elaborado, no início da noite, mas que agora apenas juntava o cabelo de uma maneira despojada.

E sexy.

Não a beijei de imediato como ela parecia esperar. Ao invés disso deixei meus lábios vagarem suavemente pela lateral de sua boca, pelo contorno do queixo e fui descendo pelo pescoço macio, de pele morena. Muito linda realmente.

Ela suspirou meio entregue, muito diferente da Lia mandona com a qual eu estou acostumado, então decidi acordá-la um pouco, sugando a pele logo acima do início do decote de seu vestido. Funcionou.

—Pare de me provocar! - Ela falou com seu tom de voz quase normal, suficientemente petulante pra me fazer levantar a cabeça e sorrir maliciosamente.

Finalmente a trouxe mais para perto e a beijei, tomando os lábios dela com um pouco mais de violência do que geralmente uso. Mas essa é a Lia, ela aguenta um pouco de brutalidade.

O sinal de que eu estava certo veio quando ela agarrou meu pescoço com força, me trazendo para mais perto. Senti ela enfiar a língua na minha boca atrevidamente. Já sabem o quanto eu gosto de garotas decididas.

Permiti que ela tomasse o controle do beijo, enquanto me concentrava em deixar minhas mãos vagarem pelo corpo dela, quadris, cintura, costelas.

Deixei meus polegares roçarem de leve a parte de baixo dos peitos dela, mesmo por cima do vestido de festa, com muito pano para o meu gosto. Ela sentiu o toque e interrompeu o beijo.

Paramos ofegantes. Lia me olhou por baixo dos cílios, com aqueles grandes olhos de caramelo derretido e me disse duas palavras que nunca pareceram tão fantásticas antes:

—Aqui não.

***

Nos vestimos rápido, mais rápido do que nos despimos antes, mas sem falar muito como no início de tudo. Enquanto ajudava Lia a fechar o vestido, fiz questão de verificar se estava tudo bem entre a gente.

—Foi... Foi bom pra você, não foi? Não está arrependida, nem nada, né?— Queria não ter soado tão inseguro, mas não sou exatamente um especialista em sexo casual. Ou de nenhum tipo.

Mas ela apenas se virou sorrindo e colocou a mão no meu ombro displicentemente.

—Não se preocupe com isso, você fez um ótimo trabalho, Capitão.— Eu sorri pra isso. - E não precisa se preocupar quanto ao resto. Nada mudou.

Ela apenas me deu um beijo na bochecha tendo que se inclinar para cima, mesmo com os saltos e foi embora como se nada tivesse acontecido.

U.a.u. Esse tipo de coisa não acontece todos os dias. Ela não sabe, mas agora faz parte de uma das minhas melhores e mais importantes lembranças.

Ou talvez ela saiba. A tríade bem que poderia existir para esse tipo de coisa também, hein?