A vendedora de amor

A vendedora de amor


“Ninguém pode achar que falhou a sua missão neste mundo, se aliviou o fardo de outra pessoa.”

“Nunca feche os lábios para quem você abre o coração.”

– Charles Dickens

— X —

— ERA UMA VEZ... —

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Em algum lugar do mundo, bem distante de nosso tempo atual, havia uma vizinhança muito pequena, onde a maioria dos moradores era de classe média.

Todos os dias, às exatas sete da manhã, uma jovem menina dos olhos verdes saía de sua casa, com o consentimento de seus pais, e andava pela vizinhança, batendo de porta em porta, oferecendo amor. Esta era a sua rotina inquebrável.

A jovem menina de cabelo rosa era conhecida como vendedora de amor. Ela não cobrava pelo amor, pois era de graça. Acreditava que uma vez que tenha alguém oferecendo amor, então não haveria o porquê de ter pesares espalhados pelo denso ar.

Com essa doutrina, a vendedora de amor ia a todas as casas.

Os moradores das classes mais altas, em suma de seus dias, ignoravam o barulho de sua mão sobre a madeira polida. A jovem vendedora ficava à espera do ranger da porta abrindo por entre 20 minutos, sem cessar. Para esses moradores, eram longos minutos, incansáveis minutos, esperando a pele da vendedora ficar vermelha e deixa-los em paz.

A jovem vendedora preferia bater na porta do único morador da classe baixa com o cabelo loiro espetado e muito animado, mas a sua rotina se quebraria caso batesse primeiro, ou deixasse para bater por último em sua porta.

Quando chegou ao velho bairro, logo no começo de sua rotina, temia chegar à porta do garoto de cabelo loiro. O seu amor transbordava cada vez que abria a porta para ela, e isso era muito ruim.

Uma vez ela leu que quando o amor estava escasso, era algo perigoso, mas quando estava abundante, era extremamente fatal. Ela não poderia deixar ninguém morrer afogado ou morrer por escassez. Com isso, decidiu que iria àquela porta para controlar a sua quantidade amor, pois era o mínimo que poderia fazer.

Os outros moradores, os da classe média, tendiam a equilibrar a balança. Uma garota curiosa sempre abria a porta para a jovem de cabelo rosa; um garoto talentoso abria a porta quando achava necessário, para perturbar a rotina da jovem; três jovens amigos abriam a porta para a garota quando podiam, mas sempre que abriam, era recebida com a dose certa de amor; um garoto preguiçoso abria a porta quando não tinha ninguém para abri-la; um garoto guloso geralmente abria a porta quando já tinha comido o seu salgadinho.

Depois de ter feito seu trabalho, ao chegar a casa, sempre era recebida com a dose necessária de amor que a equilibrava. Em seu sentido olfativo, o amor era representado por um aroma doce, e isso a agradava.

Mesmo com a sua rotina devidamente ajustada para todos, chegava a pensar se deveria mudar a ordem das casas em que visitar. Ela via que a maioria nem precisava do seu amor, pois as suas casas eram repletas do doce aroma. E então, no final, sempre mudava a ordem de ano em ano.

E dessa maneira a jovem vendedora passava seus dias: o morador de classe baixa a atendia, os de classe média dependiam de suas determinadas personalidades, e os de classe alta deixavam seus dedos vermelhos.

— X —

Um dia, a vizinhança parou com vários acontecimentos na classe alta: uma chegada e várias despedidas.

Nesse dia, a jovem de olhos verdes pensou ficar em casa, mas precisava ver o estado do garoto loiro. E ela não poderia mudar a sua rotina.

Desta vez, as primeiras casas eram as dos moradores de classe alta. Neste dia, suas mãos estranharam a falta de formigamento, pois ambas as casas a atenderam. Em uma delas, uma perdida menina espiava pelo vão da porta, observando a vendedora de amor. A jovem vendedora estendeu a mão, oferecendo seu amor, e ela o aceitou, como se há tempos não soubesse o que significava essa palavra.

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Na outra casa, a mais tenebrosa desde os acontecimentos, um rapaz com o cabelo negro e olhos vagos abriu a porta em um solavanco. Ele apenas viu a vendedora de amor a sua frente, oferecendo seu amor.

Os olhos do garoto ficaram perdidos e sua presença foi ignorada, tendo a porta batida em sua cara. Seu amor era escasso. Bateu novamente na madeira e não houve sinais. Estranhamente normal.

As janelas da tenebrosa casa, desde muito tempo que batia naquela casa, agora estavam abertas, como quem esperava alguém chegar de uma longa e cansativa viagem. A vendedora espiou pela janela e viu um mar de escuridão. Seu coração tremeu e cambaleou para trás.

Ele iria morrer de escassez.

— X —

Longos dias se passaram, e a jovem vendedora continuou a visitar as casas. Uma por uma, ia deixando o seu rastro de amor. Apenas uma casa era a mais difícil de aceitar o amor, mas ela não desistia.

O jovem da classe alta daquela casa era como o ditado: “o pior cego é aquele que se recusa a ver”. Ele era como um jovem homem orgulhoso que se recusava a aceitar ajuda.

Todos os dias quando se aproximava daquela casa, sentia uma súbita vontade de dar todo o seu amor para o jovem da casa tenebrosa. Ele vivia mergulhado numa escuridão fria e artificial, criando um falso aconchego que nunca chegaria.

Em nenhum momento desde o dia em que o rapaz abriu a porta, ele voltou a cometer a ação. Mas a vendedora de amor continuava a bater em sua porta, oferecendo seu amor.

— X —

Uma guerra explodiu na cidade onde a pequena vizinhança se encontrava.

A jovem vendedora se recusou a parar sua rotina. O seu amor permaneceria naqueles em que visitava, e iria lutar até superar o peso da foice ao seu lado.

Mas para a sua desanimação, o ar frio batia em seus braços e pernas todos os dias da guerra, parecendo que a foice criara mãos sobre seus membros que a impediam de andar. Seus pés doíam e suas mãos pareciam quebrar a cada porta que batia.

Naquele dia, nenhum morador atendeu; nem a menina curiosa, nem o menino dos fios loiros.

A vendedora estava desanimada, sem algum motivo em especial. Eles estavam ocupados, certo? Eles geralmente estavam, por isso, de vez em quando, não atendiam a porta. Ela não tinha o porquê perfurar sua cabeça com isso, pois na verdade, o amor que ela distribuiu todo o dia seria usado por um bom tempo, não era?

Seu rosto parecia que iria quebrar caso alguém tocasse nele, suas mãos não aguentavam mais o ar mortífero, seus pés ardiam apenas de arrastá-los pelo asfalto. Estava ficando roxa de frio, e faltava muito pouco para ela chegar a sua casa.

Subiu as escadas, aliviada por ter chegado ao lar, fonte de seu amor. Um movimento na maçaneta. Nada. Acho que irei quebrar de frio se tentar mais algo, pensou.

Girou novamente a maçaneta, diversas e diversas vezes. O mesmo resultado. Mamãe e papai não costumam trancar a porta enquanto estou fora de casa, ela pensou. Olhou ao lado de fora, e viu que o carro de seu pai estava em casa.

De seus bolsos, pegou uma chave e a engatou na fechadura, e então o ar frio entrou na casa aconchegante.

Que casa aconchegante?

Seus pés tocaram o chão de madeira, e não ouviu nenhum barulho vindo da cozinha, ou algum ronco alto do andar de cima, sequer o rádio ligado na sala. Apenas o ar frio entrando pela janela quebrada da cozinha e pela porta de entrada. E um tóxico ar carmesim que a circundava.

A foice, cruel e brincalhona, puxou o ar para perto de si buscava um abrigo em seus pulmões e se perdiam por lá, entrando em vãos e mais vãos e nunca achando uma saída. O ar era venenoso a todos os sentidos de seus corpos, e ela não via como escapar dele.

Ela estava sufocando-se com a água carmesim a sua visão; sufocando-se com a fragrância tóxica a seu olfato; sufocando-se com o gosto enferrujado a seu paladar; sufocando-se com as agulhas carmesins a sua pele; sufocando-se com o torturante som a sua audição.

O amor da jovem vendedora a sufocou fortemente, misturando-se com o ar carmesim. Ela se afogava no mar que criou, e no mar que a recebeu friamente.

No final, ela não era apenas uma garrafa, que após chegar à sua última gota, era jogada de lado para quebrar ao tocar violentamente no chão frio? No final, ela não foi o melhor depósito de amor que lutou para ser. No final, ela não fez o que foi feita para fazer, pois não salvou a ninguém, nem a ela mesma.

— X —

A guerra havia acabado e a vizinhança agora estava mais calma.

O morador de classe baixa havia mudado de casa, e agora era um de classe alta. A jovem vendedora não precisava se importar mais com a abundância de seu amor, pois ele passou a dividi-lo com alguém que precisava.

Os de classe média conseguiram preencher a falta de amor em suas casas, pois eles eram fortes e destemidos e souberam ramificar o sentimento entre os vãos vazios e jamais esquecidos.

Restava apenas o jovem rapaz de classe alta que atendeu a vendedora de amor apenas uma vez.

As pessoas que ele esperava voltar, nunca realmente voltaram. Não porque ficaram perdidas no meio do caminho, ou porque não arranjaram dinheiro para uma viagem, mas porque não podiam. Ele chegou a entender isso um dia, tristemente.

— X —

Um dia, logo quando começou a esperar as pessoas que não chegariam, alguém bateu em sua porta oferecendo amor. Ele quis aceitar, mas era um amor estranho que nunca havia visto. Era diferente e aconchegante, como o de sua mãe e de seu irmão. Mas o amor que ela oferecia não era o bastante para todos os vãos vazios que tinha em sua casa.

Esperava incansavelmente a chegada de quem não iria vir, escorado a porta de madeira. E todos os dias, a vendedora ia àquela porta com o seu mesmo discurso de vendedora. Ele ouvia aquele discurso todo o dia, e isso o irritava, pois o amor dela não era o bastante; o amor dela era falso e artificial.

Quando a guerra estourou, ele pensou que a jovem vendedora havia tomado consciência de que não adiantava amor para melhorar as coisas. Ele nunca esteve tão errado.

Quase caindo de sono, ouvindo o melodioso som de solavancos e disparadas, a presença da vendedora se fez presente.

Toc, toc.

— Bom dia, jovem senhor. Hoje neva muito, e vim aqui perguntar-lhe se gostaria de um pouco de amor para acender a sua casa.

O jovem resmungou, e a vendedora percebeu.

— Amor não é algo que compramos, por isso o meu é de graça. Não podemos negar a quem abre o coração para si. Na realidade, quando tiver alguém doando amor, ele nunca chegará ao fim. Não sei o que posso dizer ao jovem senhor desta casa, mas o meu amor não é infinito como pensam que é. Acredito que um dia ele acabará se tornando parte do vento, e eu parte da terra, vagando pelas sombras, pois no final nenhum é implicitamente interligado — Ela fez uma longa pausa, esperando uma resposta ao seu amor, que não veio. — Jovem senhor, o amor não pode faltar na vida de uma pessoa, pois senão iriamos morrer de escassez, mergulhados num poço sem fundo.

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— Porque você vende amor?

— Jovem senhor, porque não vender? Não escolhemos o amor que vamos receber, nem o que iriemos doar, apenas o aceitamos, mesmo que injustamente. Meu amor é baseado em necessidades e laços. Acredito que se todos tiverem amor, não haveria tantos confrontos, pois os que combatem procurando o poder viveram sempre no frio do inverno.

— Eu não acredito nesse seu amor. Seu amor é falso! Quem acredita nele? Ele não se apoia em nada, pois você não conhece as necessidades de ninguém. Você apenas acredita que com boas intenções você poderá mudar o mundo. Isso é patético. Quem começa a luta, no final sempre perde — O jovem da casa tenebrosa fez uma longa pausa, parecendo que esperava uma resposta da vendedora — Não sei se você percebeu, senhora vendedora, mas os causadores desta guerra tiveram tanto amor quanto eu e você.

— Primeiramente, ninguém precisa acreditar para que ele seja verdadeiro, pois eu acredito nisso. Meu amor é como qualquer outro: finito até certo ponto. O amor que eu vendo, jovem senhor, é como o teu, ou como de qualquer outra pessoa, eu apenas gosto da ação de ajudar a quem não recebe o necessário, ou a quem se recusa a receber. Aliás, até que ponto entenderá? O poder neutraliza o amor, pois quando se chega ao poder, nós consumimos tudo de maneira insaciável e veloz, fazendo com que fiquemos cegos a coisas pertencentes a nós de tempos atrás — A vendedora parou para que pegasse mais ar, aquecendo-se com os panos velhos e grossos que cobriam seu corpo. — Meu discurso foi mais autoexplicativo que jamais outro que dei. Meus pés congelam, e minhas mãos beiram a quebrar, não aguento mais o ar gélido que respiramos, envolvidos com a fumaça do poder que nos toma a mente. Um bom exemplo para a minha tamanha falação, se assim posso dizer. Isso danifica o amor que ainda me resta e, como não o aceitas nesse dia de solidão, permita-me retirar-me por hoje. Bom dia.

O jovem menino ouviu sapatos deslizando para fora dos restritos de sua casa e um vidro quebradiço. Normal e estranho. O silêncio o envolvia de forma que conseguia aguçar sua audição a um ponto que o fazia revirar os olhos.

Quando os passos arrastados ficaram longe, ele arriscou uma olhada pela janela: a jovem vendedora andava em direção a sua casa, fraca e lenta.

Passou um bom tempo em frente a sua casa, sendo as suas inúteis tentativas de entrada analisadas pelos olhos de quem recusava seu amor. Por um minuto, pensou que seus pais haviam saído, deixando-a do lado de fora, mas logo viu a porta se abrir.

Abaixou o olhar. Apenas um dia normal na guerra.

Observou a jovem entrar na casa e ligar as luzes, mas não fechou a porta. Seu olhar não se retirou da casa, intrigado. Ela é idiota o bastante para deixar a porta aberta? pensou.

5, 10, 15 minutos. Nenhuma tentativa de fechar a porta. Olhou para as casas em seu campo de visão e em nem uma os moradores pareceram prestar atenção no que acontecia fora de seu território. Suspirou pesadamente.

Sua chave foi retirada de seu bolso, abrindo a porta de madeira, e saiu da casa mergulhada na escuridão. Passos calmos até a casa onde a luz continuava acesa e a porta aberta, como quem não quisesse nada.

Ao chegar aos primeiros degraus, um desespero realmente o tomou, e por pouco seu ar saiu de seus pulmões para não voltar mais.

— X —

Os moradores da vizinhança passaram a se falar mais. Primeiro porque estavam em uma idade que gostavam de criar amizades; segundo porque gostariam de ver a união após a guerra; e terceiro e mais importante: porque sentiram falta da rotina da vendedora de amor.

O jovem rapaz da casa tenebrosa criou alguns laços com um antigo morador da classe baixa. De ora em outra, conversava sobre o tempo que não falava com certa jovem vendedora de cabelo rosa, sobre as palavras de amor que tinha em cada discurso que dava, e todos ao seu redor concordavam.

— Desde que a guerra acabou nunca mais bateram em minha porta vendendo amor. - disse um rapaz que vez ou outra aparecia fora de sua casa por conta da preguiça.

— Foi muito difícil superar o que minha família passou na guerra. Mas quando ela acabou, pensei que ela voltaria para me oferecer amor, como sempre fazia todos os dias do ano, me aquecendo com palavras de felicidade, mas ela nunca mais veio. — disse uma certa loira de longos cabelos.

— Todos os dias ela ia a minha casa, batendo minutos e minutos, e ninguém atendia – mandavam eu não atender. Quando minha irmã nasceu, minha mãe me deixou ao cuidado da empregada, e resolvi abrir a porta por mera curiosidade. Eu senti que poderia ficar feliz, mesmo com certos pesares. — comentou uma jovem garota tímida que andava sempre com o antigo morador da classe baixa.

— Ela não gostava muito da minha quantidade de amor, e sempre ia a minha casa para me brigar. Me divertia muito com o amor dela... — Dos olhos do loiro, grossas lágrimas caíram, sendo limpas com as costas de suas mãos.

O jovem rapaz da casa tenebrosa, sem graça, apenas sorriu amargurado.

Eu nunca atendi a porta quando ela batia, apenas uma vez que a confundi com pessoas que eram a minha fonte de amor.

Eles não perceberam realmente, mas a jovem vendedora realmente fez o seu grande papel na rotina daquela vizinhança. O que seria da vida de todos sem o impulso de alguém os incentivando a amar e a aceitar o amor que os era oferecido?

O jovem da casa tenebrosa perguntava-se: será que eles não notaram que tudo não passou de um impulso? Um impulso para que eles enxergassem que não era necessário que alguém os oferecesse amor para que eles o tivessem ao seu redor, fazendo com que eles mesmos criassem uma fonte regular dentro de si?

O amor que a jovem vendedora os ofereceu não é eterno, assim como diversos amores pelo mundo, mas é como a gasolina de um carro: o impulsiona a correr, pois é o suprimento dele.

Amor é algo finito, como disse uma vez a jovem vendedora. O amor precisava sempre de outro semelhante para completa-lo e deixar que ele viva até o tempo que precisarem, como uma fonte de parque que precisava de água para mostrar sua real beleza e utilidade.

No final, a vendedora vendeu muito mais que amor, vendeu laços a todos daquela vizinhança, pois era disso que ela era feita: de esperança e de necessidade.

O jovem da casa tenebrosa, depois da guerra, não mudou de casa, sequer saiu da pequena vizinhança, apenas rumou em viagens pelos cantos onde a guerra se alastrou, curioso, pois não era mais necessário afundar-se no amor apodrecido da casa imersa a escuridão, a espera daqueles que não poderiam voltar. Mas ao viajar, apenas um fio de seu coração permanecia naquela casa, junto com uma boa parte de seu amor e do amor que uma jovem vendedora lhe ofereceu.

Ao voltar de cada viagem, com o seu amor sendo nutrido pelo fio que reservava apenas a si, seu coração aquecia-se ao pisar na casa tenebrosa, pois certa jovem de olhos verdes guardava a casa, esperando a sua volta, esperando aquele que nunca iria deixar de ouvir seu discurso de venda, sequer seu amor, com todo o amor que guardou por diversos dias e diversas noites, preparando para o momento de sua chegada.

“Um fato maravilhoso para refletir é que toda criatura humana é constituída para ser o grande segredo e o mistério para todas as outras.”

– Charles Dickens

— FIM —

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.