Uncursed

Aquela que um homem quer ser.


– “Do lobisomem ao ser do mar...” – fala Branca, enquanto roda seu quarto tentando interpretar o que o Rumplestiltskin disse.

– Branca, nada do que aquele homem disse pode ser levado a sério... – fala David, que está sentado na cama enquanto vê Branca de Neve rodando pelo quarto.

– Pare David! – fala Branca. – Ele pode ser mal, mas ele sempre tem as respostas... Se você puder me ajudar, eu agradeceria.

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Por mais que David não concordasse com o que Branca de Neve estava fazendo, sabia que teria que ajuda-la, afinal estava grávida e deveria ajudá-la a não ter muito estresse.

– Está bem, mas depois que você se decepcionar com respostas sem saída não me diga que eu não lhe avisei...

– Isso é tudo que temos. Ou quer que nossa filha seja morta pela Malévola, hein?

David fica calado, e começa a pensar no que Rumplestiltskin disse também.

– “Do lobisomem ao ser do mar”... – fala ele. – Mas está óbvio, Branca, ele está falando da...

– Chapeuzinho Vermelho – completa Branca. – Sei disso. E quando se referiu ao “Ser do mar”, quis falar da Ariel, uma sereia que me ajudou enquanto eu fugia da Regina.

– Tem certeza que se trata dessa sereia? – fala David.

– Absoluta. – fala Branca, com convicção. – Não tenho a menor sombra de dúvidas.

– Ok, se você diz...

– “Dos insetos aos madeireiros”, quer falar do Grilo Falante e do Gepeto... – fala Branca de Neve.

– Olha aí, você está indo bem. – Fala David. – Já descobriu a maioria.

– Mas o que me pegou foi a última frase... – fala Branca, se sentando na cama e pensando alto: - “Mas só quem realmente as conhece pode ter alguma relevância. A adoradora de agulhas e seu homem devem ajudar, mas aquela que um homem quer ser devem evitar”... Isso me pegou de jeito, eu não entendi nada. “Adoradora de agulhas”? O que isso quer dizer? Uma costureira? Mas eu não vejo em como uma costureira pode ajudar em uma batalha.

Mas David havia entendido muito bem o que Rumplestiltskin quis dizer. Só não poderia deixar que Branca de Neve fosse atrás dessas pessoas dado o fato que seria muito perigoso para ela. Ela está grávida, deve ficar em casa. Pelo menos assim que o David pensava, até que...

– David, você está escondendo alguma coisa. – fala Branca, olhando para a cara assustada de David.

– Eu? Eu não, Branca de Neve. Não mesmo. – fala David, tentando se defender.

– Não tente me contrariar, Encantado. Eu sei que você está escondendo algo, me fale. Não me esconda nada. – fala Branca de Neve, o pressionando ainda mais.

David sabia que o que estava fazendo era errado. Sabia que Rumplestiltskin tem grandes chances de ter razão no seu discurso sobre em como derrotar Malévola e Cora pela busca incessável por vingança pela morta de Regina.

– Eu quero lhe manter segura... – fala David para Branca, alisando seus cabelos negros.

– Você quer me manter segura? – fala Branca, segurando com força a mão de David que alisava seus cabelos. – Eu passei anos por minha conta na floresta, sozinha, sendo perseguida, contando com a ajuda somente de quem quisesse me ajudar e tivesse um coração bom. E você vem me dizer que quer me manter segura? Eu acho que sei muito bem, talvez até demais, sobre como me manter segura. Agora diga!

David olha para o rosto furioso de Branca de Neve. Deste dia em diante ele aprenderia a não subestimá-la.

– Está bem. – fala David. – Eu ouvi dizer que a princesa do Reino Noroeste, a princesa Aurora, foi picada por uma roca de uma agulha por que foi amaldiçoada por Malévola, mas um príncipe a acordou com um beijo, assim como eu fiz com você, Branca.

– Princesa Aurora, - fala Branca, se lembrando de ter ouvido comentários sobre esta princesa. – Mas é claro! Como não fui me lembrar? Mas, Encantado, você sabe sobre “aquela que um homem quer ser”?

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– Não – fala David, com sinceridade. De fato, não tem ideia do que o Rumplestiltskin quis dizer com “aquela que um homem quer ser”.

– Ok. – fala Branca. – Agora, vamos. Precisamos chegar ao Reino Noroeste antes do anoitecer...

– Mas, Branca... – começa David, mas Branca de Neve o interrompe, enquanto pega suas coisas.

– Não, David. Nós vamos hoje. Temos que deter a Malévola e a Cora o mais rápido possível.

E assim, David e Branca de Neve pegam a carruagem em busca do Reino Noroeste, e da princesa Aurora e seu príncipe.

. . .

Branca e David veem o imenso castelo, e no instante em que pisam fora da carruagem, se olham, talvez se perguntando se realmente querem fazer isso, e se isso é realmente o que o Rumplestiltskin quis dizer.

– Você tem certeza? – pergunta David.

– Não. – fala Branca, com sinceridade. – Mas que outra saída nós temos, não é mesmo?

Ambos andam em direção ao portão do castelo, que está sendo vigiado por dois guardas que não tiram o olho dos dois desde que pararam a carruagem em sua frente.

– Olá, senhor. – fala Branca. – Sou Branca de Neve, e este é meu marido, Príncipe David. Gostaria de falar com a princesa Aurora, por favor.

O homem faz uma posição de sentido ao ouvir o nome de Branca de Neve, e diz:

– Sim, senhora.

Ele vai em direção a abertura dos dois portões, e abre-os, mostrando um grande pátio antes da entrada principal do castelo. Branca e David atravessam este pátio rapidamente junto ao guarda.

Eles sobem as escadas, entram em salões e saem por outras portas, cada uma mais velha do que a outra. Mas parecem estar bem cuidadas e polidas. Até que chegam em uma porta grande no alto de uma das torres.

– Um momento, por favor. – fala o guarda, antes de bater na porta.

– Entre. – se ouve uma voz feminina vinda de dentro do quarto.

O guarda abre a porta totalmente, dá dois passos para dentro do quarto, e fala:

– Princesa Aurora, príncipe Phillip, eu anuncio a princesa Branca de Neve e o príncipe David, do Reino Central da Floresta Encantada.

Branca de Neve e David entram, e veem a princesa Aurora, com seus cabelos castanhos e vestido rosa, de pé, e o príncipe Phillip debruçado sob a varanda do quarto.

– Saudações. – fala Aurora. – Está dispensado, guarda.

O guarda faz uma posição de sentido, e sai do quarto, fechando a porta.

– A que devemos a ilustre presença? – pergunta Phillip, saindo da varanda e adentrando no quarto.

– Princesa Aurora, Príncipe Phillip, Malévola ameaça a Floresta Encantada novamente. – fala Branca de Neve, rapidamente.

Aurora e Phillip empalidecem, ficam com os rostos parados sem nenhuma emoção, apenas olhando nos olhos de Branca de Neve após dizer as palavras.

– Mas... Mas, como? – fala Aurora. – Ela perdeu seus poderes depois que Phillip me beijou. E é assim que deve ser, o amor verdadeiro é a coisa mais poderosa de todas. Malévola perdeu. Philip me beijou, nos casamos, fim.

– Receio que não. – fala David. – Me desculpem, mas Malévola promete vingança por termos matado sua amiga, Regina.

– Quem é esta Regina? – fala Aurora, estressada.

– Fique calma, Aurora. – diz Phillip, segurando-a.

– Regina era a Rainha Má do Reino Central. – diz Branca de Neve. – Depois que David quebrou a maldição do sono que ela aplicou em mim, me dando uma maçã envenenada, ela prometeu acabar com nossa felicidade no dia do nosso casamento. E ameaçou a Floresta Encantada inteira com isso. Ela iria lançar a Maldição Negra, que nos baniria daqui para sempre. Todos nós, de todos os reinos.

Aurora parece estar mais calma, mas ela e Phillip continuam a prestar atenção com medo nas palavras de Branca de Neve.

– Sim, e o que aconteceu? – pergunta Phillip.

– Eu cravei uma espada em suas costas. – fala David, assustando a princesa Aurora. – E no enterro dela, Cora, a mãe de Regina, e Malévola...

– Prometeram vingança. – fala Aurora. – Já entendi tudo. Malévola não deixa nada por isso mesmo, tudo para ela tem que ser vingado.

– Exato. – disse Branca de Neve. – Bem, nos fomos á cela de Rumplestiltskin no Reino Central e...

– Espera aí, - fala Phillip, interrompendo-os. – O Rumplestiltskin, o Senhor das Trevas?

– Sim. – fala Branca de Neve. – E ele fez um acordo, em troca do nome da minha filha que estou esperando, ele me diria o que Malévola e Cora pretendem fazer.

– E você acha que pode confiar nele? – fala Aurora.

– Não totalmente, por isso antes falamos com a Fada Azul. – fala David. – E tanto ela quanto o Senhor das Trevas disseram a mesma coisa...

– O que? – pergunta Aurora.

– Que a guerra é inevitável. – fala Branca de Neve. – Mas podemos nos preparar adequadamente para ela, juntando os seres para lutarem e procurando aqueles que podem nos ajudar mais...

– Que seriam...? – pergunta Phillip.

– “A adoradora de agulhas e seu homem devem ajudar.” Foi o que disse Rumplestiltskin. – recitou Branca de Neve.

Aurora olha com desprezo.

– Mas que audácia! Queria ver se ele fosse picado por uma agulha e dormisse por meses em um castelo em ruínas. – fala Aurora.

– Mas, vocês poderão nos ajudar? – fala David.

Aurora olha nos olhos de Phillip, e os dois parecem se comunicar. De fato o amor verdadeiro fala mais do que palavras. E ambos sabiam que se Malévola pretendia atacar de novo, desta vez com companhia da “Rainha de Copas”, eles deveriam ajudar. Afinal, todos os reinos da Floresta Encantada estão ameaçados.

– Certo. – falam os dois em coro.

– Obrigada! Muito obrigada! – fala Branca de Neve. – Agora, só mais uma coisa, durante o discurso de Rumplestiltskin, ele falou que “Aquela que um hom...”.

Mas Branca de Neve é interrompida pela porta do quarto se abrindo bruscamente, e vê um guarda abrindo-a.

– Um ogro, majestade! – fala o guarda. – Um ogro entrou no castelo!

Ninguém pode ouvir a pergunta de Branca de Neve, todos eles apenas saíram correndo do quarto e descendo as escadas, indo em direção ao grande pátio do castelo. E se deparam com o ogro. Um ogro imenso, de provavelmente 3 metros de altura, gordo de pele verde e olhos imensos. Muitos dos guardas tentam pará-lo, mas o ogro parece descarta-los com facilidade.

Phillip vai até o centro do pátio e ataca o ogro com sua espada, mas ele pega a espada de Phillip e a joga longe. De fato Phillip está encurralado. Mas uma coisa acontece. Um guerreiro, com armadura de prata e um pano de ferro cobrindo seu rosto, avança por trás do ogro, prendendo seus braços e pernas, derrubando-o no chão. Por pouco o ogro não acerta Phillip, já que ele consegue desviar-se. O ogro fica imobilizado, enquanto os guardas pegam suas espadas para acertá-lo.

– Não! – fala Phillip. – Não o matem. Temos uma guerra por vir. Precisamos dele.

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– Sério? – fala o ogro, olhando para Phillip estranhamente. – É sério que você não irá me matar?

– Não, não irei. Você lutará na guerra comigo, criatura horrenda. – fala Phillip.

– Não lutarei nada. – fala o ogro.

– Certo, ogro, você lutará pela liberdade da Floresta Encantada, e em troca lhe damos sua liberdade vitalícia. Nunca será perseguido. Tem minha palavra.

– E a minha também. – fala Branca de Neve. – Eu governo o Reino Central, e pode ter certeza que ninguém lá o perseguirá.

O ogro olha com um olhar curioso para os dois.

– Certo. – fala ele.

– Ok, soldado. Guardas, o levem para sua cela. – fala Phillip.

O guerreiro que havia derrubado o ogro andou até Phillip, e o deu de volta sua espada.

– Obrigado, salvou-me outra vez. – diz Phillip.

– Quem é ele? – pergunta David para Phillip.

– Ele não, - fala o guerreiro, e tira seu capacete, mostrando uma mulher de olhos puxados e cabelos negros. Bonita e com olhar feroz. – Ela. Meu nome é Mulan.

– Ela? – fala Branca de Neve, não acreditando, e fazendo uma rápida associação.

Branca olha para David, e ambos pensam na mesma frase:

“Mas aquela que um homem quer ser devem evitar.”