Transbordar

Transbordar


Eu queria ser poeta,

Saber escrever com a alma,

Poder jogar todo esse turbilhão de sentimentos nas curvas das letras.

Mas não consigo.

Simplesmente continuo sentindo-me afogada.

Amargurada com as palavras que insistem em me arranhar.

Ouço somente meu coração ecoando em meu interior,

Desejando desesperadamente atravessar essa minha pele fina.

Céus, por que dói tanto?

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Por que a solidão decidiu abraçar-me e invadir ferozmente meus pensamentos?

São tantas vozes que me perseguem.

São tantas confusões que já nem sei mais quem sou.

Sei apenas que estou perdida,

Velejando nessa tempestade de emoções.

Talvez tenha existido uma época em que a felicidade me corroía,

Mas já virou só lembranças.

Não sei o que é sorrir levemente.

Não sei o que é admirar a noite estrelada e poder aproveitar a madrugada silenciosa.

Tomaram tudo de mim, entende?

Levaram tudo de nós,

Deixando, porém, esse vazio que nos faz não querer mais acordar.

E eu não sou nem ao menos capaz de deixar essa melancolia transbordar,

Porque já não suporto essas correntes.

E fico aqui, pensando e conversando sozinha.

Desejando que o amanhã seja menos insuportável que o hoje.

Queria apenas largar tudo,

Sair correndo,

E nunca mais ter de olhar para a rotina,

Para essas gotas de sangue que beijam o chão, e que ninguém dá atenção.

Não sei onde está o sol.

Não, eu sei onde está,

Mas não me deixam enxergar,

Preciso permanecer nessa caixa,

Preciso permanecer presa,

Presa a essa solidão que me acorda todos os dias,

E me tortura, fazendo-me ainda respirar cada segundo.

Observando a minha vida se desfazer como cacos de vidros,

Enxergando todos esses sofrimentos no mundo.

Eu vejo muitas lágrimas, céus.

Vejo pessoas chorando como eu.

Vejo a escuridão chegando.

Vejo-me desabando.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.