Story of Evil

Daughter of White


Essa é uma lenda esquecida pelo tempo e pelo povo.

“Sinto muito por estar viva.” Frase incomum, não? Quase uma resposta cortante, mas se olhar com atenção verá a amargura e o desespero por trás delas. Isso era justamente algo que uma das habitantes do “Reino Verde”, como foi apelidado o país vizinho do regido pela Filha do Mal, costumava dizer.

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Um pequeno detalhe, porém muito significativo nessa história, é que o apelido se devia pelo fato de que todos os habitantes da nação tinham belos cabelos verdes. Contudo, a protagonista da nossa história, era a única com cabelos brancos, como a neve. Obviamente, isso também gerou um grande desprezo e chacota por parte dos moradores de seu vilarejo.

A Filha de Branco, como era chamada, tinha uma existência que se poderia definir como solitária e insignificante. Todos os dias, ela ia sozinha até uma árvore muito antiga da floresta, e rezava a Deus.

Oh, pobre menina. Vivia tão sozinha, e queria apenas alguém, qualquer um, para ser seu amigo. E ela conseguira. Contudo, aquilo desencadearia tantos eventos trágicos que aperta-me o coração.

Tudo começou quando ela a encontrou perto da grande árvore, desmaiada. Depois que ajudou-a, logo viraram amigas. Mas aquela menina e ela, eram muito diferentes.

Ela tinha os cabelos verdes mais belos do vilarejo, e era adorada por todos, com sua voz e sorriso gentil. A Filha de Branco perguntava-se porque a “Dama Verde”, como fora nomeada, era tão boa para ela. Talvez tivesse pena, por ela ser tão inferior a ela?

Felizmente, ela estava errada. Dizem que, um dia, quando ela lhe indagou mais uma vez sobre isto, a menina apenas a abraçou enquanto chorava, e disse:

“Você é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci.” E então a pobre menina voltou a chorar, contudo, de alegria. Não vejo melhores palavras para colocar do que essas:

“Mesmo que o mundo inteiro tenha rido e me desprezado, existe uma pessoa que precisa de mim. E é só disso que eu preciso para ser feliz.”

Oh, que bela amizade. Parecia que nada poderia destruí-la. Todavia, os ventos da tragédia logo começaram a soprar. As duas fugiram do vilarejo, e passaram a viver em uma cidade, como empregadas de uma rica família. Mesmo que fosse difícil, tudo estava bem, pois elas estavam juntas.

Mas um dia, um homem veio à mansão. Era um príncipe do outro lado do oceano, o Lorde de Azul. Ele apaixonou-se perdidamente pela Dama Verde, a ponto de recusar a proposta de casamento da rainha do país vizinho.

Uma guerra voraz cobriu os reinos. A rainha dera a ordem para destruir o Reino Verde. Entretanto, logo percebeu-se que o verdadeiro alvo eram as mulheres de cabelos verdes.

E todas se foram. Exceto uma menina, de cabelos brancos como a neve.

Ah, a culpa, um sentimento tão mórbido e corrosivo. Como a Filha de Branco desejava ter morrido em seu lugar.

“Sinto muito por estar viva.” Algo que voltara a dizer, embora por um motivo diferente. A garota passou a viver numa pequena capela, em uma cidade portuária. Novamente com uma existência sozinha e insignificante.

Logo surgiram boatos sobre a execução da rainha, durante a revolução. Doce ilusão.

Tudo começou quando ela a encontrou perto da capela, desmaiada. Depois que ajudou-a, logo viraram amigas. Mas aquela menina e ela, eram muito diferentes.

A Filha de Branco ouvira durante a noite, no confessionário deserto, sua confissão. Oh, pobre menina, frente a frente com aquela que destruiu sua felicidade. A Filha do Mal.

A menina saíra da capela com uma garrafa em mãos, e foi até a beira mar, lançando-a no oceano. Enquanto a garrafa sumia no horizonte, uma garota de cabelos brancos se colocava atrás dela, uma faca em mãos. Ela apontou para suas costas e a ergueu.

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Mais tarde, a Filha de Branco iria pedir perdão à sua velha amiga, visto que não pôde vingá-la. Por incrível que pareça, aquelas que pareciam tão diferentes, eram tão parecidas. Apenas meninas muito, muito solitárias, que perderam os únicos que as amavam. Ah, é realmente muito triste...

No final, elas passaram a morar juntas. E a ex-princesa, que não sabia fazer nada, aprendeu a cozinhar. Chegou até a fazer um ótimo brioche, que dissera ser o lanche favorito de seu irmão, e sempre o comia no lanche das três horas.

Agora, meus queridos, com certeza devem estar querendo saber: como afinal a pobre garota soube que a princesa perdera alguém querido, uma vez que a malvada rosa nunca lhe contara? Bom, há várias divergências quanto a isso. Porém, tenho muito gosto por uma das teorias.

Naquele momento, no porto, a Filha de Branco teve uma alucinação – ou pelo menos, é o que parecia. Vira um menino de cabelos loiros sorridente, com um rosto tão semelhante ao dela.

Conto interessante este, não acha? Creio que possam gostar de ouvir outra parte dele... a história verdadeira da Dama Verde, que também já foi conhecida por “Garota de Madeira”.