Juntas

Mãos e Passos


Sarada estava radiante. Aquele, de todos, era o seu dia.

Observara a multidão afoita a aclamar como nova hokage e a viu de longe cumprimentar cada um dos convidados que foi parabenizá-la na festa que organizara para comemorar a conquista da filha.

Sarada acenou para ela de longe. Estava cercada por uma comitiva da Vila da Grama que viera cumprimentá-la. Ela recebia com carinho cada uma das felicitações, cumprimentava afetuosamente cada um dos convidados com um caloroso sorriso, mas Sakura podia perceber o quanto ela parecia, em alguns momentos, estar perdida com tanta atenção. Sarada, apesar de não ser propriamente tímida, era reservada e gostava de preservar seu espaço pessoal.

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Ao desviar o olhar, flagrou o marido observando a filha com ar orgulhoso enquanto Naruto conversava animado sobre os desafios de ser hokage do outro lado da sala. Não pode evitar sorrir quando o olhar dos dois se encontrou. Estavam pensando a mesma coisa.

— Mãe — Sarada tocou seu braço, chamando sua atenção— Vamos sair daqui um segundo.

Sakura a fitou com ar provocativo:

— Cansada no primeiro dia de hokage?

— Ah mãe, eu só preciso de um pouco de ar — pediu um tanto esbaforida.

Sakura acenou e as duas saíram pela cozinha.

A tarde estava fresca, o Sol já se arrastava para se deitar no horizonte, tingindo suavemente suas nuvens de rosas.

Caminharam em silêncio para longe da casa ruidosa, e Sakura observava pela sua visão periférica o quanto Sarada mal podia se conter de felicidade. Seus passos eram confiantes, mas o suspiro contido enquanto mexia no cabelo escuro que caia sobre os ombros denunciavam que ela só falta saltitar, como tantas vezes quando criança.

Ela olhou para a copa das árvores onde incidiam os últimos raios solares do dia. Sentia como se pudesse ver tudo. Podia ver Sarada correndo por entre aquelas árvores, ouvir sua gargalhada brincalhona, e mesmo seus choros quando voltava pra casa com um machucado. Tantas vezes ela procurara ali a sua mão ou a de Sasuke para se apoiar.

Podia ver ela puxando sua mão para ir ao parque, a escolinha, ou e mesmo sua hesitação quando fora a academia pela primeira vez. Sakura que tivera que lhe tomar a mão para que saísse do transe de nervosismo e dúvida em que se encontrava.

Podia ver suas mãos, tão pequenas, procurarem a sua e a de Sasuke para que a ajudassem a equilibrar suas pernas gordinhas em suas tentativas de andar pelo mundo. Ela era tão determinada. A deixava louca com suas tentativas de andar, se aventurando até nos cantos mais perigosos da casa como escadas e a banheira. Era só proibir ela de circular por algum canto que ela sumariamente ignorava. Tombou no chão inúmeras vezes, e quase sempre, a despeito de seu medo que ela se machucasse, sorria sapeca com a queda.

Um dia, em uma tarde como aquela, ela soltou sua mão e andou. E desde então foi cada vez mais longe.

— Mãe — Sarada chamou hesitante.

A médica-nin voltou sua atenção para a filha que olhou dela para o chão. Parecia procurar palavras. Sakura nunca precisou.

— Obrigada — a Hokage falou por fim, afastando lágrimas teimosas.

Os olhos de Sakura ardiam e ela tomou a mão da filha, apertando-a. Tinham que voltar para casa

Havia sido um longo caminho até ali. Com choros, noites insones, fraldas sujas, castigos, risos, brincadeira. Tivera tantas dúvidas. Nem sempre soube tomar as melhores decisões, tropeçara, sem dúvida alguma, em muitos erros e acertos. Mas ali, Sakura pode sorrir. Aquele era o caminho que haviam percorrido juntas e nada poderia ser mais certo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.