Carta 9: Humanos

Lorenza oficializou o namoro com James e eu fiquei feliz por eles. Por mais que meu irmão seja extremamente idiota e um completo babaca, ele pareceu sorrir verdadeiramente quando disse que gostava dela, no jantar em família.

— Eu sei que vai parecer estranho, James... mas Lorenza é minha amiga e eu queria que você não fodesse com a chance que está tendo de ter uma pessoa incrível ao teu lado — falei, quando estava apenas nós dois no jardim.

— Qual é, irmãozinho! Você sabe que cuido bem da Lorenza, ela é minha namorada, afinal — disse ele, dando de ombros enquanto fumava um cigarro extremamente barato.

— Claro… assim como você cuidou da sua namorada passada traindo-a com a Lorenza? — questionei, vendo-o revirar os olhos.

— Caralho, Brandon, agora entendo porque ninguém gosta muito de você. Você é insuportável às vezes.

— Me desculpe se eu apenas falo a verdade, James — meu tom de voz ficou mais alto, assim como o dele.

— Eu gosto dela, tá? Lorenza é importante pra mim!

Por algum motivo, eu acreditei na verdade que seus olhos transmitiam. Por algum motivo, eu acreditei que ele passaria segurança e carinho a ela, algo que talvez eu nunca poderia fazer.

Apesar de James ser um completo babaca, ele era um ser humano afinal — sim, por incrível que pareça.

E eu tentei, vovô, juro que ainda estou tentando, tratá-lo como se ele fosse um humano de verdade, em vez de um cachorrinho muito mal criado.

Acho que as coisas estão indo bem, não muito, mas apenas estão indo…

Eu realmente espero que Lorenza seja feliz, porque isso no fim é tudo que eu almejo; vê-la feliz.

Com carinho, do seu neto fracassado, Brandon.