Contos sobre o fogo

Capítulo 2


Tsunayoshi era uma pessoa estranha e perigosamente convidativa.

Chrome não sabia como isso funcionava. Ela só sabia que queria seguir seu chefe. Seguir o fogo que havia em seu coração e queimar junto com ele. Dar suas fracas e trémulas chamas roxas para fortalecer-se com as poderosas laranjas e se tornar algo magnífico. Uma perfeita ilusão de bondade e perfeição.

Ela queria confiar sua vida para o garoto inconstante que podia amar e destruir.

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Mas Nagi estava com medo. A primeira vez que se conheceram, ela queria fugir. Quando os olhos dele focaram nela, seu corpo lutou para se esconder. Fugir do sentimento de impureza, porque vendo aqueles olhos cristalinos, Nagi sentia seus pecados mais do que nunca.

(E não era apenas os seus pecados se revelando. A garota podia sentir se contorcer em sua mente, procurando uma maneira de se afastar de Tsuna, o único ser que ela nunca imaginou que podia temer. Ou se arrepender.)

Mas ela não fez isso. Tinha que ser corajosa. Por si e pela pessoa que a salvou. Mukuro-sama precisava de um vaso forte e Vongola precisava de uma névoa corajosa. Chrome lutaria com todas as suas forças para ser os dois.

Então a garota de cabelos roxos ficou nas pontos dos pés e beijou o ser místico a sua frente, se perguntando se ele perdoaria seus fracassos. Tsuna sorriu para ela e seus olhos brilharam. Aquilo era mais do que uma resposta. Era uma absolvição total e convite.

Crome sentiu-se tremendo. Ela estava tão perdida para aquele incêndio. Com o resto de sua sanidade, o que restava das forças que a prendiam as leis daquele mundo, Nagi pediu para que Mukuro a guiasse.

E ele fez isso. Pegando em sua mão, guiando-a para a batalha e afogando Chrome no mundo de fogo que ele próprio não podia sair. A garota de cabelos roxos não sabia na hora que se juntou ao seu salvador, mas Mukuro já era vassalo de um rei.

Um rei não coroado que ele próprio não reconhecia, mas que sua vontade adorava. Porque desde a primeira vez que se encontraram a névoa foi subjugada pelo céu e se juntou a ele. Aprisionando-o e se aprisionando.

Nagi não tinha ideia do seu futuro e não podia aceitar com facilidade a sua nova adoração aquela divindade de fogo que ela havia apenas acabado de conhecer.

Mas não tinha problemas. Chrome aceitava. Ela sabia adorar o desconhecido, com tanto que ele fosse convidativo e bom. Tudo que ela precisava era de uma casa, algo para seguir e acreditar. Se um mundo de fogo, o núcleo de um vulcão era isso, então a ilusionista não temia se iludir e queimar-se junto com o mundo.

Não havia mais nada para Nagi naquele mundo, mas Chrome podia ver um futuro brilhante como fogo no novo mundo que Tsunayoshi ainda iria criar.