Tudo que minhas flechas causam

Como são as coisas (Lívia)


Sinceramente, não sei como essa história chegou tão longe, foi apenas um flechinha... Daquelas bem dóceis! Meus pobres mortais... É só uma fase, prometo a eles que logo vai passar.

Mas agora vou falar a vocês sobre Lívia, ingênua e doce. Foi na noite de 5 de Setembro de 2014 que minha flecha a atingiu, Cleberson (ou Cleb, como todos o chamam) estava dando uma festa, foi lá que ela conheceu Bernardo, um menino que ninguém conhece bem. Estranho, louco por pipa e cheio de espinhas mas galanteador, fiz minha doce Lívia cair de amores por ele. No começo achei divertido, naquele mesmo dia ela derrubou 2 copos de refrigerante, tropeçou 3 vezes e sonhou com o tal garoto. Eu estava em seu coração, seus sonhos e seu pensamento, ri no primeiro beijo deles e quando ele a pediu em namoro admito que senti uma pontinha de orgulho, minha menina era sedutora! Mas senti pena, só eu sabia o que Bernardo sentia... E ele pensa até hoje que escondeu muito bem esses anos todos de todo mundo, menos de mim.

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23 de Março de 2015

Ruth tinha acabado de acordar, nem escovou os dentes só penteou os cabelos e bateu uma selfie. Era 05:43 da manhã "Virei a noite pensando em você" era a legenda da foto, ela sorriu quando viu o primeiro like chegar e sim, era dele, Lipe. O garoto que ela ficou na noite passada, e o mais engraçado é que minhas flechas estavam intactas, ela deve ter cantando "Estúpido cupido" assim que nasceu já que nenhuma flecha a atinge, mas eu não me importo, um dia a hora dela chega.

O telefone toca:

— EU NÃO ENTENDO COMO ELE PODE! Ele me ama, não me ama,amiga? -Disse Lívia aos prantos no telefone.

— Calma, Livs. Me explica isso direito, está tudo bem? Foi o Bernardo?

Mas era óbvio que era o Bernardo! A essa altura da conversa eu já estava entediado, mas ouvia com atenção as duas "Best friends forever" no telefone.

— Sabe a Pamela? Aquela amiga do Cleb?

—Hã... A do Universal?

— Vai pra igreja pagar os pecados! Eles ficaram semana passada... A Lola me contou hoje... Eu estou arrasada! Fui na casa dele lá para as 23:00, pulei o portão para os meus pais não notarem, ele me confirmou tudo. Amiga, não sei se aguento.

— Sinceramente né Livs! Sofrer por macho não é a sua, mas eu sei que ele te ama, essa história não ta bem contada. Mais tarde passa aqui na rua? Conversamos sobre isso, estou morta de sono. Ontem tudo foi tão... Estranho.

— Eu vi sua foto, você está mesmo na dele?

Talveez eu esteja -A garota riu.

22 de Março 23:23

(Lívia toca 4 vezes seguidas a campainha de Bernardo)

— Oi meu amor! Por que tanto tarde? -Diz Bernardo abrindo o portão, pronto para abraçar a garota feroz da campainha.

— Meu amor? Você tem certeza que me ama? - Em meio a tanto ódio eu podia notar esperança em seu tom de voz.

—Mas é claro! Que papo é esse?

— E a tal da Pamela? NA MINHA RUA, BERNARDO?

—Quem te falou isso? Por fav... - Sua fala foi interrompida por um tapa.

Ela chorava e eu só observei, ia passar, foi apenas uma flecha e ainda por cima pequena!

—Você não entende, entra aqui, ta super frio e você com esse micro pijama.

—Antigamente você gostaria de me ver assim...

—Por favor, me perdoa. Você não entende como são as coisas.

E foi assim, no frio e de shortinho azul que minha Lívia, pobre mortal terminou com o garoto das espinhas.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.