Seven Lifes

III - Wishing the Nightmare


23:38

15 de junho, 2013

5 vidas

Luke Castellan, filho de Hermes Castellan, que fazia parte da maior facção da região, a Olympus.

Frederick comprara muitas drogas de Hermes, antes do mesmo ser morto num tiroteio contra a polícia local. Na época, Annabeth tinha seus sete anos, e passara o dia com Luke, de quatorze, brincando enquanto os pais negociavam.

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Ela tinha acabado de ter seu sonho traumatizante, e desabafara com o loiro.

Ele era o único além do pai que sabia seu segredo.

O que significava que, se não o tornasse um aliado, estaria total e completamente fodida.

Eles continuaram se encontrando por uns anos, até perderem o contato repentinamente.

Quem diria que o reencontro dos dois seria daquele jeito?

Estava sentada na beirada da calçada deserta, Castellan ao seu lado. Estavam esperando a viatura, num silêncio constrangedor que se instalara.

– Luke? – Annabeth estava completamente envergonhada e receosa, mas tempos desesperador resultavam em medidas desesperadas. Deixar o orgulho de lado era horrível, entretanto, ridiculamente necessário.

– Sim? – Ele a encarou, arqueando a sobrancelha. Esse tom de voz está manso demais para ser real, pensou.

– Eu, hã... bem... – Ela tossiu, como se aquilo fosse tirar o nó em sua garganta que a impedia de terminar a frase, e suspirou. – posso ficar com a heroína?

Ele soltou uma risada descontraída e quase contagiante. A loira não pôde evitar que um mínimo sorriso passasse por seus lábios carnudos.

– Ainda com medo dos pesadelos, Ann? – Sorriu com o apelido. Merda, sentira tanta falta de Luke! Ele fora um anjo para ela. Aquele que a escutara quando ninguém mais queria. Fazia muito tempo desde que ela relembrava alguma lembrança boa. – Eu te protegi daquela vez, se quiser, posso proteger de novo.

Ela o encarou, sorrindo, porém seus olhos cinzentos demonstravam tristeza.

– Ninguém pode me proteger, Loki.

Apesar de estar triste e preocupado com a velha amiga, ouvir aquele apelido sair dos lábios de Annabeth o deixou feliz e nostálgico demais para que pudesse ceder ao ar pesado e tenso no ar.

*

Um policial andava calmamente até eles. Era demasiadamente magro, tinha cabelos ondulados e um rosto sério, apesar de algo parecer estar errado. Annabeth tinha a sensação de que ele segurava o riso.

Ele parece Travis, pensou ela, mas logo afastou tal pensamento. Teria tempo suficiente para pensar nos gêmeos durante o interrogatório.

Após descreverem tudo o que viram, ocultando o acesso de raiva de Luke e o motivo do encontro de Annabeth com Travis – a loira não pôde deixar de se sentir satisfeita ao dizer que era um encontro entre namorados – descobrira que Castellan era um amigo próximo dos Stoll, estava com vinte e três anos e passava em frente ao beco quando viu o corpo. Aparentemente estava saindo do turno no hospital local, o que também explicava o kit médico em suas mãos.

Grandes coincidências, pensou ela, desconfiada.

– Alguma ideia de inimigos que a vítima poderia ter? – Quando as palavras saíram da boca do policial, a garota se sentiu ridícula. Em nenhum momento fizera algum esforço para pensar em quem fizera aquilo, deixara o desespero de salvá-lo a consumir.

Inimigos? Quantos inimigos você acha que um traficante de drogas poderia ter? Ah, aliás, eu sou um deles.

Optou por simplesmente negar, esperando que Luke fizesse o mesmo.

E assim o fez.

– Bom, o caso será investigado, então. Entretanto, vocês são os principais suspeitos até o momento e, infelizmente, terei de prendê-los até segunda ordem. Faremos testes de DNA, e um interrogatório formal. Não é minha escolha trabalhar sem certeza, mas, convenhamos, hoje em dia nada mais é certo, afinal. – O policial, que diz seu crachá ser o sr. Ripley, parecia piedoso, porém firme.

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Já sua acompanhante fora menos formal, dizendo que poderiam chamá-la de Amanda. Era ruiva e tinha um rosto sardento angelical, o que não combinava com a expressão cheia de malícia. Apesar disso, era divertida. Disse acreditar que formalidades não ajudavam em nada, e alegou serem desnecessárias. O clima parecia tenso parecia ser amenizado com ela, mas isso não impedia a vontade de Annabeth de chorar.

Enquanto eles anotavam algo numa prancheta antes de irem à delegacia, o celular da loira tocou.

Era o número do qual ela enviara a mensagem.

Confusa, o atendeu.

– Annabeth? – Os olhos cinzentos escureceram, dando a impressão de uma tempestade estar passando por eles. Ela arquejou ao ouvir aquela voz. Não, não era possível...

Travis?!

Luke, ao ouvir, arregalou os olhos, surpreso.

O que você fez com Connor? Ele está com você? – Ele parecia furioso, mas a preocupação se sobressaía em seu tom de voz.

– O que...

Me responde! – Desespero. Era o que podia descrevê-lo perfeitamente.

– Foi Connor quem veio? Eu mandei a mensagem pra você!

– Eu disse que não iria, mas como você disse “Stoll”, ele insistiu que poderia ser para ele e foi. O que aconteceu?

Não, não... Então era Connor quem havia morrido? E era ela quem teria de dar a notícia?!

Tudo estava tão confuso...

Um nó se formava em sua garganta, e seus olhos encheram-se de lágrimas. Sem saber o que fazer, entregou o celular à Luke, este que entendeu o recado e começou a conversar com Travis.

Ela apenas se sentou, tentando entender o que havia acontecido. Teria o assassino matado o gêmeo errado, ou tudo estava planejado para ser como fora?

Quando o loiro voltou, parecia estar tão perdido quanto ela.

Assim que abriu a boca para dizer algo, foi interrompido pela voz de Amanda, que ecoou pelo local:

– Ei, vocês! A perícia está vindo, podemos ir. Vamos, entrem no carro.

O suposto Paul levantou as mãos, mostrando-lhes duas algemas.

– Será necessário ou vocês não são tão estúpidos quanto parecem?

Annabeth apenas suspirou e assentiu, tentando ao máximo não desabar no choro ali mesmo. Só então percebeu que Luke não estava muito melhor: seus olhos azuis estavam arregalados e cheios de lágrimas da qual parecia ser muito difícil segurar e seus lábios tremendo consideravelmente. Só então se lembrou da faca; ele havia matado Connor, e suas digitais estavam lá para provar.

Já dentro do carro, a ruiva voltou a falar:

– Quando chegarem lá, serão revistados e em seguida entrarão em contato com algum familiar da garota, já que ela ainda é menor. Depois os dois vão para as celas, e no dia seguinte será feito o exame toxicológico. O resto, é esperar os resultados da investigação para que sejam soltos ou ganharem uma pena oficial.

Exame toxicológico.

Não aguentou mais; debulhou-se em lágrimas. Soluçava alto, as lágrimas não pararam. Luke a abraçou meio sem jeito.

Para disfarçar, murmurou:

– Meu pai nunca vai acreditar em mim... mesmo depois que comprovarem que não fomos nós, estarei perdida... – gaguejou. Era fácil fingir estar abalada por algo, quando a única mentira era o motivo.

Em seguida, o silêncio se instalou e era quase possível imaginar um lugar calmo, se a deixasse menos desesperada. Ainda estava abraçada com seu “maninho”, o que também ajudava.

E então, apenas desejou voltar atrás, quando seu único problema era o sonho.

*

Uma batida. Tiros. Sangue.

Era apenas aquilo que se passava diante dos olhos de Annabeth.

Estava perdida, e sentiu sua consciência perder-se aos poucos.

Acordou numa cela suja e nojenta. Estaria na prisão?

Estava algemada. Olhou para o lado, e percebeu que não havia mais ninguém ali. Seu braço direito sangrava muito, mas suas veias estavam cheias de adrenalina – da qual não sabia se era natural ou a droga – que a impedia de sentir alguma dor.

Olhou para frente, finalmente, e percebeu que um homem havia aparecido ali.

Precisou de alguns segundos para que seu rosto ficasse nítido.

Tossiu. Sangue vermelho vivo saiu de seus lábios, manchando o chão.

Travis? – O que diabos estava acontecendo? Onde estava? Por que Travis estava ali?

– É, bem, é assim que me conhece, mas... – Ele se agachou e aproximou seu rosto do dela; sorriu, e Annabeth se sentiu mal por quase ter sido contagiada. Estavam separados apenas pela grade de metal. – eu prefiro que me chame de Percy, aqui.