Cotidianos

Pouco para tocar o abismo


Você procura o escuro, mas encontra a luz. Anseia pelo silêncio, porém só ouve gritos. Deseja paz, mas o que encontra é conturbação sem fim.

Nada é seguro ou confortável. Nada é bonito ou agradável. O peito dói todos os dias. Avisa a certeza da ausência de sossego, crava o sofrimento de uma ansiedade crescente. E os olhos seguram as lágrimas nos cílios. Elas brincam em sua borda acariciando-a com angústia. Oprime o coração dolorido que teme a próxima batida. Estrangula o palpitar pesado de aflição. Faz o corpo se contorcer sobre si na tentativa infantil de se proteger do que está em sua mente. Ela reflete nele os males que o exterior lhe inflige.

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Ninguém se entende.

Apenas se machucam enquanto buscam, desesperados e esperançosos, o sonhado alívio.