Addiction

Wingardium Leviosa


Hoje era Halloween, e isso definitivamente tinha trazido o ânimo dos calouros para as alturas. Não por causa dos doces, da festa ou qualquer coisa assim. E sim porque hoje teria a primeira aula em que eles realmente fariam uma magia real.

Era a aula de feitiços onde eles iriam aprender o "Wingardium Leviosa", um encantamento bastante engraçado, mas que Nicholas não conseguia pronunciar corretamente.

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— Ah — reclamou Nicholas —, falta muito tempo para a aula de Feitiços... — Ele estava cutucando seu bacon desanimado. Não tinha sentido fome ultimamente e tinha
começado a pular as refeições.

— Nicholas... — disse Vivi, mordiscando uma maçã. — Que tal comer algo mais... Saudável? — Ela piscou. — E parar de pular refeições? — A menina estava sendo um tanto chatinha com ele ultimamente, mas Nicholas realmente não se importava muito, desde que ele podia sentir o cheiro da preocupação honesta dela.

Ele só se sentiu mal por preocupá-la.

— Eu não posso fazer nada se não estou com fome. Comer quando não se sente com fome é ruim, não é? — Nicholas inclinou a cabeça, confuso.

— Nem todas as vezes. — Ela deu um pequeno sorriso. — Quando eu era pequena... E ficava doente, não sentia fome, embora minha mãe e o médico diziam que eu precisava comer, e… Entende? — Olhou para os lados, rapidamente. O cheiro dela parecia todo embaralhado, agora. Desconforto?

Nicholas inclinou a cabeça.

— Sempre fui assim, eu acho. — Encolheu os ombros. — Então não deve ser nada. Por falar nisso, cadê o Pablo?

— A… Ah... Eu não sei...

Teve um pico de cheiro de alivio vindo de Vivi, e Nicholas se perguntou o que ele tinha perdido...

Um pequeno ronco ao lado foi ouvido. O rapaz se virou e deu de cara com Pablo dormindo na mesa com a cabeça virada para o lado. O coitado devia estar cansado. Tinha ficado gripado nos últimos tempos, e então passou noites em claro estudando.

— Oh. — Nicholas disse, sorrindo maliciosamente. — Ele está aqui. — E começou a procurar algo na mochila. Tirou uma caneta, que carregava pelo hábito (era sempre bom ter algo para escrever e anotar coisas mais facilmente que… penas), da mochila e começou a rabiscar a bochecha de Pablo.

Vivi riu baixinho.

Quando terminou de fazer o balão escrito "fome", na bochecha do garoto mais velho, ele guardou e inocentemente acordou o menino.

— Hey, Pablo, Pablo, temos que ir pra aula, acorda, bela adormecida. — cantarolou alegremente.

Me quiero adormecer más un poco, dejá me, abuelita... — Pablo murmurou sonolento.

— Ma qu... Quere... — Vivi tentou pronunciar.

— Eu não sei o que ele falou, mas... — Nicholas pegou um copo com gelo. — Pablo, ou você levanta agora ou eu vou jogar gelo dentro da sua camisa.

O menino mais velho resmungou um pouco, piscando alerta.

— H… Hum??

— Bem vindo ao mundo dos vivos.

Ele se levantou bocejando, e olhou os outros dois.

— Oi, tô acordado. — Soltou um bocejo — Tô acordado.

— Ah, está, está.

— Nós temos aula. — Nicholas exclamou alegremente.

O loiro mais velho se esticou, levantando com outro bocejo, limpou a boca e arrumou levemente o cabelo.

— Ok… Adiante cavaleiros. — Ele apontou quase que tropeçando, mas andando em direção à aula, sem perceber o desenho no rosto.

Nicholas teve que se segurar para não rir, pegou a mochila para segui-lo, esperando apenas Vivi para prosseguir.

A menina deu um pequeno sorriso, olhando para Pablo. Mas a preocupação dela, direcionada a Nicholas, ainda persistia em seu cheiro. O loiro teria que fazer algo a respeito...

O dia foi tortuosamente lento para Nicholas. Mas, finalmente, a última aula chegou. Eles teriam aula de Feitiços com a Lufa-Lufa.

— Não se esqueçam de pronunciar corretamente. É Wingardium Le-vi-o-sa. — soletrou o pequeno professor.

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Vivi sibilava rapidamente o feitiço, ao lado de Nicholas. As mãos dela tremiam um pouco, e era visível que ela tentava se controlar.

— Pare de ficar nervosa. — reclamou Nicholas. Os nervos dela estavam quase ardendo em seu nariz.

— Eu não estou nervosa. — retrucou, batendo a varinha na mesa.

— E eu sou um vampiro que brilha no sol.

— Pensei que vampiros odiavam sol... — Pablo sussurrou para si mesmo.

Vivi mostrou a língua para Nicholas. Depois, apontando a varinha para a pena, disse:

— Wingardium Leviosa!

A pena subiu uns cinco centímetros, como num impulso rápido, o que rendeu dez pontos para a Grifinória.

Nicholas tentou sem sucesso algumas vezes e suspirando, começou a simplesmente observar os outros, largando a própria pena.

— Não desista. — Vivi repreendeu Nicholas, tentando manter a pena que já tinha descido alguns centímetros. — Estou tentando manter ela, manter, manter...

Nicholas encolheu os ombros. Ele não tinha desistido. Observar era a melhor maneira de descobrir e aprender, para ele.

— Seu movimento está relaxado. — Pablo explicou, tentando ajudar mesmo não tendo conseguido levitar a própria pena. O loiro mais novo perguntou a si mesmo se Pablo estava ficando um pouco frustrado com a pronúncia. Era o que seu cheiro
indicava.

— Muito bem, é só girar e sacudir! Girar e sacudir, girar e sacudir, girar e sacudir — Edward repetia para si mesmo, pelo que Nicholas podia ver. — Muito bem, Luana, dessa vez vamos conseguir! — Fechou os olhos em busca de concentração — Wingardium Leviosa!

Um pouco frustrado, Nicholas viu a pena de Edward flutuar pela sala, sem realmente muito controle.

— Consegui! — comemorou o moreno.

Nicholas suspirou, encolhendo os ombros.

— Q… Quer… ajuda? — Vivi perguntou, provavelmente notando a frustração do loirinho.

Nicholas riu e balançou a cabeça.

— Não, eu consigo. — Ele encolheu os ombros.

Vivi suspirou, depois olhou para Pablo.

— E você, Pablo?

— Esse negócio é difícil de pronunciar Wim, win-wine — bufou — Wingardi-um Levi... Levi...

— Win-gar-di-um Levi-osa! — explicou Edward, tentando ajudar o colega. — Vamos lá, vocês conseguem, basta se concentrarem!

Vivi deu um sorriso, e assentiu para Edward.

— Sim, é como ele disse.

— Win-gar-di-um Levi-osa. — Pablo abriu os olhos quando ele gravou as palavras na memória. — Eu consegui! Ah! — Ele se virou animado, apontando para a pena. — Wingardium Leviosa!

A pena deu um voo alto e acabou batendo no teto antes de cair, incontrolavelmente, enquanto Pablo tentava controlar o pequeno objeto no ar.

— Ah! Obrigado, Eddie! — Ele sorriu animado para o menor.

Edward deu um sorriso para o menino mais velho. E virou para observar Vivi e Nicholas.

Vivi mantinha a pena, que havia voltado para os cinco centímetros de altura.

— Nicholas, tente você consegue. — ela dizia vez ou outra, balançando a
varinha e fazendo a pena seguir o movimento.

Nicholas revirou os olhos e apontou a varinha para a pena.

Wingardium Leviosa pensou o loiro. A pena flutuou, mas caiu rapidamente.

— Diga em voz alta. — bufou Vivi.

— Mais uma vez! — incentivou Edward, animadamente. — Você está indo pelo caminho certo!

Nicholas encolheu os ombros.

— Wingardium Leviosa. — ele falou, e a pena subiu alto. Ele distraidamente fez círculos com ela no ar.

— E eu tive que gritar para isso. — Vivi fez um bico.

— É só um feitiço.

— É isso ai! — Edward estava comemorando. — Finalmente aprendemos o nosso primeiro feitiço! Eu gosto de vocês, não querem virar super-heróis também? O que me diz, Pablo? Você também, Vivi? E até você, Nicholas?

Nicholas riu.

— Eu acho que estou mais para vilão.

— Então fazemos dupla. — Vivi fez uma careta, a pena havia descido, novamente.

— E você, Pablo? — Edward perguntou com a esperança de uma resposta positiva.

Pablo deixou cair a pena num sorriso tímido.

— Hey, não sou nenhum herói, mas tento sempre ajudar pessoas quando posso. — Ele sorriu alegre para Eddy. — Só que tenho certeza que você pode virar um grande
herói já que está se esforçando tanto.

— Poxa! — exclamou Edward desanimado. — Pensei que pelo menos você iria aceitar...

O moreno encarou Pablo desconfiado, Nicholas sentiu uma animação infantil quando percebeu que Edward olhava para a bochecha do menino.

— Sabe, Pablo, tem algo muito estranho na sua bochecha, bem aqui — Eddy tocou na própria bochecha para mostrar.

Nicholas segurou muito a risada, colocando o rosto na mesa, e tentando se impedir de tremer com o riso.

Vivi riu também, mas baixinho.

— H… Hum? — Ele esfregou a mão na bochecha, então olhou para seus dedos marcados pela caneta. — Mas... Mas o que dia..!

Nicholas observou o rosto de Pablo se acendendo, quando ele percebeu porque os professores o olhavam estranhamente o dia inteiro.

— Sabe, eu sei que as aulas tomam muito tempo da gente, mas tomar banho faz parte. Não estou dizendo isso para te humilhar, apenas para te ajudar, ninguém gosta de
pessoas fedidas... — Edward coçou a cabeça, envergonhado. — Não fique com
raiva de mim ou algo do tipo, eu apenas não quero que as pessoas fiquem te
apelidando por aí.

— Quem diablos foi el maledetto que... — Olhou para Nicholas e Vivi que
tentavam se controlar para não rir, ficando um pouco vermelho — Vo... Vocês...

Vivi desviou o olhar, com um leve sorriso e Nicholas soltou uma risada.

— Edward, o Pablo é o cara do dormitório que mais leva tempo no banho. — ele explicou rindo.

— Higiene é importante, Edward. E Nicholas... — Ele virou-se pra o loiro com os olhos semicerrados num sorriso malandro.— Vai ter volta, você só vê.

Nicholas sorriu para o desafio.

— Nicholas que coisa feia — Edward inflou as bochechas — Não faça coisas
malvadas! Peça desculpas ao Pablo!

Nicholas riu.

— Ah, não foi malvado, Edward. Deixa de ser chato.

— Foi um pouco. — cantarolou Vivi, em desacordo.

— Maldade vai ser quando eu envolver a Cobbens! Cooperação não vai ser perdoada, Vivi! — Pablo riu num pensamento maldoso.

Nicholas soltou uma risada baixa.

— Para ser sincero, ela só não falou. — Encolheu os ombros. — Ainda conta como cooperação?

Pablo ignorou isso e usou o novo feitiço, fazendo a pena flutuar e fazer cócegas no nariz de Vivi. A menina rapidamente levou as mãos ao nariz e virou de lado,
empurrando a pena para longe.

— Eu vou me vingar disso, Andrez. — choramingou ela.

— Bem, a colaboração dela já foi paga, e já que foi apenas o que o Nicholas falou fica apenas nisso. Pra ela — Ele ri mais a olhando. — Você é muito sensível! Tsc.

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Nicholas riu, ao mesmo tempo em que o sinal bateu, sinalizando o fim da aula.

— Ok, madames e Pablo. — ele incluiu o Edward em madames. — Acho que vou sumir por algumas horas. Até!

Rindo ele saiu correndo da sala.

— Ah, maledetto! — Pablo riu. — Não vai fugir para sempre, Sanders, oh tu não vai. — ele falou rindo mais um pouco, de forma maligna.

— Pablo, conte comigo. O Nicholas foi um vilão, e como um futuro herói devo puni-lo. — Edward disse, olhando seriamente para o amigo.

Pablo sorriu ergueu a mão para selar o "trato".

— Isso… — O menor retribuiu o sorriso. — Finalmente a minha primeira missão de herói!

Da esquina, Nicholas riu.

— Ele só está com raiva porque é uma madame! Edward Madame! — gritou ele, brincando.

Na verdade, tudo isso era um ato para acabar com a preocupação de Vivi sobre sua saúde, mas ele podia muito bem se divertir, já que tinha começado.

— Retire o que disse! — Edward começou a correr atrás de Nicholas. — Eu não sou madame!

Nicholas apenas riu e mostrou a língua, antes de disparar numa corrida. As coisas só estavam ficando cada vez mais divertidas.