Protect You
Capítulo 1: OneShot
Sabe quando você sente, aquela vontade quase incontrolável de bater em alguém até ela desmaiar? Ou quando você sabe que a briga não vai levar a lugar algum, mas a vontade de deixar uns belos hematomas na cara do idiota que te perturba, é quase que irresistível?
É, foi exatamente assim que me senti a pelo menos, meia hora atrás. Pois é, eu não consegui resistir. Certo, estou com um belo hematoma na bochecha, a boca sangrando, e alguns cortes no joelho, mas tudo bem, eu não me importo, aqueles idiotas mereceram. Mas o grande problema aqui meus caros, não é se eu me importo ou não, o problema é que ele se importou. E com isso veio um belo de um sermão, ao qual não prestei a mínima atenção. E agora lá estava ele, cuidando de mim um pouco emburrado.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Astrid, você tem que ficar quieta — Soluço falava enquanto limpava o sangue seco que havia escorrido de um pequeno corte no meu lábio.
— Ta ardendo, como você quer que eu fique quieta?
Ele fez uma careta. E se ajeitou a minha frente no sofá.
— Se você não tivesse brigado, não estaria ardendo.
— E se eu não tivesse brigado, aqueles idiotas continuariam dizendo gracinhas sobre você e... Ai — Fiz uma careta de dor, fazendo com que ele se afastasse um pouco.
— Desculpe... — Limpou um pouco mais minha boca e logo baixou o olhar, encarando meus machucados no joelho, mas aquele silêncio acabou por não durar muito — Astrid, já disse que não me importo com o que os outros falam, passei minha vida toda ouvindo as pessoas me depreciarem, eu meio que já me acostumei.
Eu o encarei, e por alguns segundos meu olhar caiu sobre sua perna esquerda, ou pelo menos o que sobrou dela.
Sim, soluço não tinha um dos pés, e o motivo disso estava bem ali na sala, sendo um pouco mais específica, estava deitado ao lado do sofá em que estávamos sentados, enroscando-se no que sobrará da perna de Soluço.
Um cachorro preto de médio porte e olhos verdes, a qual soluço chamava carinhosamente de banguela, pela falta de alguns dentes sendo que era um cachorro aparentemente jovem.
Certo, mas okay, como que esse animalzinho fofo tem haver com o fato do Soluço ser perneta?
Há alguns meses atrás enquanto voltava da escola, Soluço notou o banguela no meio da rua, ele mancava um pouco o que acabou por afetar a sua velocidade de locomoção e com isso acabou que ele não conseguiu escapar daquele carro que surgiu do nada em alta velocidade, mas o ponto aqui, é o que o soluço também não conseguiu.
Em uma tentativa de salvar a vida do banguela, o soluço jogou-se na frente do carro e quando pensou que havia conseguido se livrar, acabou que sua perna foi atingida em cheio, deixando uma fratura exposta, os médicos fizeram de tudo para tentar salvar a perna, mas acabaram por amputar.
Enquanto ao banguela, bem, o banguela por ser um cachorro de rua antes de ser adotado pelo soluço já havia sobrevivido a alguns acidentes e pessoas maldosas que deixaram sua pata traseira em um estado não muito agradável, e acabou por também ter que amputar a pata. O que é bem interessante se você olha por um lado, pois o animal e o dono têm a mesma deficiência. Mas voltemos a situação na sala.
Segurei carinhosamente, porém firme o rosto de Soluço, e o forcei a me encarar.
— Mas eu me importo, e não vou deixar que ninguém faça brincadeiras idiotas.
Soluço deu um pequeno sorriso, segurando minha mão que estava depositada sobre seu rosto, beijando-a.
— E te agradeço por se importar, mas não quero que fique se machucando — Ele se afastou um pouco, pondo minhas pernas sobre seu colo — Você sempre aparece toda ferida.
— Eu já disse que não me importo — Puxei minha mão, e cruzei os braços.
Soluço suspirou, e voltou a tratar de minhas feridas. Depois de ter terminado com o corte em minha boca, voltou-se para meu joelho, seus dedos passavam suavemente por perto dos cortes, e ele parecia pensativo. Odeio quando ele fica assim. Pegou um curativo e uma garrafa de iodo. Molhou o algodão com o remédio, e passou o mais suave que podia, logo pós o curativo, e o encarou.
— Soluço...
Porém ele me interrompeu antes que pudesse falar mais algo.
— Eu sou seu namorado... Não sou? — Sua voz estava baixa.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Soluço, do que está falando, claro que é — Tirei minhas pernas de seu colo, e me aproximei ficando próxima de seu corpo, quase colando nossas testas.
— Mas... Eu devia te proteger... Não devia deixar que fizessem... — Ele levantou o rosto, nos deixando a centímetros, e alisou minha bochecha machucada, passando seu olhar sobre os machucados — Isso, com você.
— Soluço...
— Não Astrid, eu devia te proteger, que tipo de namorado eu sou? Que tipo de homem eu sou? Perco uma perna e tenho que ver minha namorada chegando na minha casa, sempre cheias de machucados — Ele engoliu um soluço — E agora estou chorando! Você merece alguém melhor que eu... Merece alguém que nunca vai deixar te tocarem novamente.
— Soluço...
— Você é uma garota incrível, forte, linda, maravilhosa — Ele agora segurava minha cintura — E eu sou apenas... Eu.
Eu sorri.
— Soluço, você é um idiota.
Ele me olhou e por um momento vi seus olhos cruelmente tristes.
— Me deixe terminar... Soluço você é um idiota, por achar todas essas coisas... Se eu estou com você, é por que você é tudo que eu mereço, e esses machucados — Toquei minha bochecha — Se estão aqui, só reforça o quanto eu te amo... Soluço, às vezes uma mulher deve defender o que ama, não são só os homens. E eu te amo, muito — Segurei seu queixo — Eu amo tudo em você, amo quando as vezes você chora, amo sua preocupação exagerada, amo como você é cuidadoso, amo quando me escuta, amo suas broncas, amo seu beijo e seu abraço... Soluço, eu amo você por inteiro.
— Astrid...
— Será que está claro agora? — Sorri lhe dando um selinho rápido.
Ele sorriu e me abraçou, deitando por cima de mim.
— Agora está muito claro, obrigado.
— De nada sardentinho.
— Hey, não zoe minhas sardas, são o meu charme.
Rimos juntos, e até banguela acordou, fazendo um barulhinho engraçado ainda deitado, como se pedisse silêncio para dormir um pouco mais.
— A culpa é dela garoto — Soluço falou enquanto acariciava a cabeça do amigo.
— Ah, sim, com certeza é minha — E mais uma vez, acabamos com a distância entre nós, porém dessa vez o beijo foi mais intenso e urgente.
Soluço ainda estava sobre mim, e me beijava intensamente. Porém do nada, ele começou a rir.
— O que foi?
— Nada, apenas estou muito feliz — Ele me olhava de um jeito engraçado, com os olhos brilhando.
— Que bom então — Sorri, e acaricia sua bochecha.
Ficamos assim por um tempo, ele não queria sair dali, e eu não queria que ele saísse, nos olhávamos sem dizer nenhuma palavra, ele começou a depositar alguns beijinhos pelo meu rosto me fazendo rir, por fim beijando novamente a minha boca, em um beijo simples, mas contendo todo o carinho que sentia por mim, e claro retribui.
Até que ele se sentou novamente, e me ajudou a fazer o mesmo, mas sem soltar minha cintura.
— Eu te amo muito Astrid Hofferson.
Eu sorri.
— Fico feliz, que o sentimento seja recíproco — E lhe dei mais um selinho.
Ele suspirou.
— Muito bem, senhorita Hofferson — Ele pegou o pequeno kit médico — Melhor terminarmos de cuidar de seu belo rosto e de suas belas pernas, não acha milady?
— Por mim tanto faz — Dei de ombros com um sorrisinho de lado — Já disse que não me importo.
Ele pegou a pomada, e sorriu divertidamente para mim.
— Bem, e eu já disse que me importo.
Sorrimos juntos um para o outro.
— Só me responde uma coisa Astrid
O olhei esperando sua pergunta.
— O Melequento apanhou bastante? — Soluço sorriu.
— Com certeza, é o melequento.
E novamente rimos junto, e passei o resto do tempo contado para ele como os gêmeos e o Melequento fugiram com o rabo entre as pernas.
Fale com o autor