Any Other Day

Capítulo 1


Perdido, nem quando fui sequestrado e virei um super herói eu me senti tão assim, e de uns tempos pra cá só essa palavra me define, perdido... Me sinto assim há exatos 8 longos anos quando em questão de minutos tudo virou de cabeça pra baixo, naquele dia quase perdi minha vida e perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida John, não ele não é um interesse amoroso mesmo por que eu não curto relacionamentos com o mesmo sexo não que eu tenha alguma coisa contra quer dizer já tive, mas uma mulher me ensinou que toda a forma de gostar ou amar é válida e eu parei com minhas críticas. Enfim. John me é tão importante por ser meu filho o primeiro e único que tive.

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Quando Pepper a mãe dele veio me contar que estava grávida eu empalideci não gostei da notícia, mas "engoli o sapo" e sorri dizendo que era a melhor notícia que eu poderia ter recebido, eu não estava preparado para me tornar pai e também não estava muito feliz em saber que teria de estar realizando desejos dela, trocando as fraldas dele e fazendo tudo aquilo que um pai e um namorado tem de fazer e foi pensando nisso que eu criei meu plano o assumiria legalmente, arcaria com as despesas, mas iria deixar todas essas questões digamos familiares por parte dela, passaria lá e faria uma média de vez em quando, mas quando desse a hora eu cairia fora, meus pais e os pais dela não aprovaram a ideia, mas se a Pepper que era a mãe e principal interessada tinha concordado em criarmos ele separados por que eu ia dar ouvidos a eles? Sim, nós éramos namorados, mas ela não se sentia bem em morar comigo e vamos e convenhamos apesar de tudo o que vivemos morar junto era um passo que eu não estava preparado pra dar e nós fomos levando a vida assim eu a acompanhava nas consultas fingia que me interessava nos nomes que ela sugeria e quando ela me perguntava se eu queria que fosse menino ou menina eu dava aquelas clássica resposta: "quero que venha com saúde" ela se contentava com a resposta e mudava de assunto.

Eu sabia que ela sabia que eu não queria nada daquilo, mas nós continuamos em nosso fingimento e isso funcionou até que eu recebi uma ligação dizendo que ela tinha entrado em trabalho de parto, eu fiquei fantasiando aquele momento várias e várias vezes e achei que encararia numa boa, mas me enganei totalmente eu estava tão nervoso meus pais tentavam me acalmar só que não dava, uma enfermeira veio me chamar e eu entrei na sala para assistir o parto, eu falei tanta coisa, ouvi palavrões por parte dela e quase tive minha mão quebrada, mas quando eu ouvi aquele choro na sala e o peguei no colo tudo perdeu o sentido, meu plano havia caído por terra e eu senti algo que eu nunca tinha sentido antes, eu estava totalmente entregue a um pedaço de gente com pouquíssimos cabelos e olhos azuis, quando eles receberam alta eu não quis deixá-los, eu amava Pepper e algumas pessoas tinham a mania de dizer que isso estava escrito na minha testa e depois que assumi isso pra ela eu nunca fiz questão de esconder e foi esse sentimento que me fez aceitar a gravidez, mas quando me dei conta que o que eu sentia pelo John era uma versão diferente de amor eu me dei conta que estava preparado pra dar todos os passos necessários, foi custoso, mas eu a convenci a se mudar pra minha casa e apesar das noites de sexo interrompidas e em claro tudo valeu a pena.

No ano seguinte nos casamos e quando perguntavam por que o casamento havia saído de forma tão rápida eu respondia que "os anos anteriores tinha sido o namoro e o noivado" ela e os outros achavam graça da resposta e foi dessa forma que eu fui me tornando um homem, eu era o filho, o genro, o marido, o pai, o amigo, o tio, o super herói, e eu me sentia muito bem vivendo pacatamente, mas parece que alguém não gostava desse meu novo modo de vida, nós fomos capazes de conviver com ele por 8 anos até o dia do acidente.

Em um dia que eu julgava ser como outro qualquer eu o peguei no colégio e combinamos de fazer uma surpresa para Pepper e fomos buscá-la na empresa, mas alguém bateu violentamente no carro em que nós estávamos e foi tão rápido que eu nem tive tempo pra pensar, eu apaguei e demorei dois dias pra recobrar a consciência e quando isso aconteceu eu descobri através de palavras entrecortada e soluços de choro da minha mulher que meu filho tinha sido sequestrado, eu enlouqueci quis saber como ela sabia disso e ela me mostrou uma foto em que ele estava deitado em uma cama com uma faixa ao redor da testa e escoriações no rosto, e atrás da foto uma única frase ''ele está vivo" e nós esperamos o contato, mas eles não fizeram não pediram dinheiro, não mandaram fotos ou bilhetes, nada! A única coisa que tínhamos era essa maldita foto que não tinha digitais, DNA, ou qualquer pista que pudesse nos dar a identidade dos sequestradores ou o paradeiro dele e desde então essa foi a única coisa notícia que tivemos, com o passar do tempo eu fui perdendo as outras coisas que me eram importantes, a primeira que perdi foi a estabilidade emocional eu voltei a beber e dar vexame em alguns lugares, depois foi a Pepper, nós nunca nos separamos oficialmente, mas não moramos mais juntos e mal nos falamos, ela sempre tem um olhar gélido, distante e acusatório para me dar, ela me culpa eu sei que sim, eu também me culpo e conviver juntos foi ficando cada vez pior até que um dia eu cheguei em casa e Jarvis me disse que ela tinha ido embora eu não fui atrás dela dei o espaço que achei que ela merecia e os dias viraram anos, eu me envolvi com algumas mulheres, mas nenhuma me fez querer ter algo sério eu não sei se ela ficou com alguém e sinceramente eu prefiro ficar sem saber por que eu provavelmente mataria o cara.

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Bom, meu filho sumiu, meu casamento acabou, eu virei um caco, e agora eu estou bebendo em casa tentando esquecer o que o dia de hoje me representa.

– Tony? - eu não precisava e nem queria me virar pra saber quem estava me chamando, revirei os olhos e virei o copo.
– O que devo a honra da ilustre visita de Howard Stark? - meu pai, mesmo com os seus quase 90 anos ainda tem toda aquela pose e até que está bem conservado desconfio que ele injetou um pouco do soro do Rogers ou qualquer coisa que retarde o envelhecimento.
– Sem ironias, Tony. Você sabe por que eu estou aqui.
– Só não entendo o por que?
– Você quer mesmo fazer isso, Tony?
– Fazer o quê, pai?! - eu explodi, me coloquei de pé e me virei para ele. - Eu não posso ficar na minha casa bebendo sozinho pra comemorar a minha perda ou será o meu luto?!
– Ele não morreu.
– Como é que você sabe? Sabe quantos anos faz hoje?
– 8 anos.
– Isso, pai! São 8 anos e não 8 dias. Há 8 malditos anos que eu e Pepper choramos sem saber se nosso filho está bem ou mal, vivo ou morto.
– E você acha que beber vai resolver?
– E ficar sóbrio vai resolver? Se eu passar o dia de hoje sóbrio ele vai aparecer aqui e dizer: ''papai, deixa eu voar com o senhor? A mamãe não vai saber.'' Se eu ficar sóbrio a Pepper vai aparecer aqui pra me tirar da oficina e dizer: ''amor, já está tarde vem dormir por que amanhã vamos fazer um piquenique.'' Vai, pai? Eles vão aparecer? - as minhas lágrimas estavam descendo e depois de enxugá-las duas vezes eu apenas deixei que descessem. - Eu não sei mais o que fazer nem por onde procurar eu já usei todos os contatos que eu tinha, você já usou os seus e não conseguimos nada... A maior ironia da minha vida é saber que sou um super herói, é ouvir agradecimentos, receber honrarias, e saber que não consegui salvar as pessoas que estavam bem aqui do meu lado, as que mais precisavam de mim. - eu soquei a parte de cima da cadeira que a pouco eu estava sentado e abaixei minha cabeça pelo o silêncio que ficou eu achei que ele já tinha ido embora, mas contrariando todo o histórico de Howard Stark ele me abraçou, senti outro abraço e a julgar pelo o perfume de lavanda a outra pessoa que está me abraçando é Maria Stark minha mãe, ela beijou a minha cabeça e me deu um abraço apertado, confesso que minhas esperanças já estão acabando, hoje meus pais vão ficar um tempo aqui e esse tempo vai ser o que eu vou passar sóbrio quando eles forem embora passarei bêbado e imaginando que a qualquer momento meu celular irá tocar e alguém me dirá que acharam o corpo de John Anthony Potts Stark.