E de repente...

Capítulo trinta e oito


Desde aquela noite na cozinha Hermione já vira Nott mais três vezes, e estava decidida de que tudo era coisa da sua cabeça. Não podia ser real quando mais ninguém o via, não era possível.

Estresse.

Essa era a sua resposta para os momentos que o via, estresse. Não havia algo mais lógico que aquilo, portanto, preferiu não incomodar ninguém com seu possível problema. Theodore lhe perguntava constantemente se havia algo errado, mas a resposta era negativa em todas as ocasiões.

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Estava agora em seu escritório no Ministério, revisando a documentação de outra missão. Os aurors haviam se saído maravilhosamente bem, em poucos minutos solucionaram os problemas e no mesmo dia entregaram o relatório. A equipe merecia uma folga, e em poucos minutos já estava distribuindo as dispensas.

— Obrigada, Granger. — A garota agradeceu-lhe e rapidamente já se dirigia para o elevador com os colegas.

Hermione, por mais concentrada que estivesse não conseguia tirar Nott dos pensamentos. As pontadas em sua cabeça já começavam a lhe deixar tonta, e então decidiu que não queria ficar ali o restante do dia. Ao menos não quando o seu pulso começou a queimar e arder sem piedade. Desabotoou a manga da camisa e observou a vermelhidão.

Girou a cadeira e num impulso já estava de pé, vestindo o casaco e capturando a bolsa pendurada num gancho. Saiu da sala com pressa, deixando pastas e pergaminhos jogados sobre a escrivaninha bagunçada.

Seu cabelo preso num nó começara a soltar-se a cada passo que dava, firme e decidida.

— Hey, aonde vai? — Theo que estava sentado em sua mesa levantou-se quando a viu passar. — Hermione...?

— Ver Draco. — Disse Hermione. Sua intenção era de tranquiliza-lo, mas a voz saiu tão enérgica e sofrida que Theodore notaria.

— Vou com você!

Hermione puxou-o pela gravata, olhou para a sala e constatou que ninguém os observava, para só então beijá-lo com delicadeza. Theodore retribuiu, correndo as mãos pelos cabelos soltos dela, como se precisasse senti-los nos dedos.

— Você tem trabalho aqui. — Disse à ele quando separaram-se. — Vai ficar tudo bem, estarei em casa quando chegar!

Theodore suspirou pesarosamente, relutante soltou-a e assentiu.

— Ainda está com aquele galeão? — Vendo que Hermione assentiu, continuou: — Quero que me avise se algo acontecer, se você o ver...

— Farei isso!

Theodore abraçou-a, sem se preocupar se alguém os olhava.

— Vá logo antes que eu mude de ideia. — Disse quando seus lábios tocaram-na no topo da cabeça, no limite da testa e dos cabelos castanhos.

Hermione girou nos calcanhares e entrou no elevador, segurando-se nas alças penduradas nas grades superiores. Sorriu para Theo e viu-o desaparecer conforme o elevador se afastava lateralmente.

Assim que chegou à Londres trouxa correu por entre os carros até que chegasse à loja de roupas abandonada, onde atravessou a vitrine para o St. Mungos assim que falou com a manequim.

Não falou com as recepcionistas, entrou no elevador com um bruxo baixinho o suficiente para ser confundido com um duende e uma garota com o tradicional jaleco do hospital. Não procurou por Draco, apenas entrou no escritório do amigo e sentou-se na cadeira de frente à mesa.

Aguardaria.

Draco demorou duas horas para voltar ao escritório, e quando entrou jogou o jaleco no gancho preso à parede. Recuou quando notou Hermione ali, sentada desconfortavelmente, apoiada pelos cotovelos.

— Hey, o que faz aqui? — Perguntou quando Hermione levantou-se. — Está tudo bem?

— Sim, claro. — Respondeu, afastando o cabelo do rosto. — Meu pulso...

Draco, como o bom medibruxo que era, puxou-a para mais perto e começou a desabotoar a manga da camisa da amiga. A cicatriz ofensiva estava avermelhada, como se tivesse sido feito há poucos dias. Suspirou pesaroso.

— Usamos a poção faz menos de um mês, Hermione. — Disse Draco. — Como é possível?

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Era possível somente se estivesse ligada a algo das trevas, mas não conseguia ligar os pontos. Havia algo faltando.

— Nott?— Tentou.

— Pensei que não havia mais notícias dele no Ministério. — Arqueou a sobrancelha.

— E não tem. — Explicou, sentia-se derrotada. — Eu o tenho visto. É muito rápido, mas ele sempre está lá e quando pisco não está mais. Acho que estou ficando louca!

Draco pareceu pensar.

— Duvido que esteja. — Disse com frieza. — Aposto que ninguém sabe sobre isso, não é?

Hermione assentiu.

— Precisa contar, Hermione. — Havia severidade na voz de Draco. — Ele está perseguindo você, não está segura!

— Farei isso, mas amanhã. — Pegou a bolsa jogada na cadeira, franzindo o rosto quando seu pulso queimou novamente.

— Sinto muito, mas não posso aplicar a poção novamente. — Havia sinceridade em Draco, e Hermione sabia disso. Estudou a poção tanto quanto o rapaz, as consequências podiam ser das mais variadas e terríveis. Não arriscaria.

— Eu sei, não se preocupe com isso. — Sacudiu a cabeça e saiu.

O elevador parara no térreo, e até que as grades de bronze se abrissem Hermione focou o olhar em Nott que a fitava com intensidade. A varinha foi parar na sua mão no mesmo segundo, empurrou os bruxos parados na sua frente e forçou as grades, tinha de ser rápida.

Quando saiu do elevador, gritava que era do Ministério desesperadamente, mas Nott já não estava mais lá.

Recorreu à recepcionista assustada com a gritaria e correria.

— Avise o Ministério, Nott estava aqui! — Disse, e vendo a mulher paralisada berrou a plenos pulmões: — Agora!

A essa altura a bolsa já estava jogada em qualquer lugar, mas agradeceu à Theo que lembrou-a da moeda. Colocara o galeão no bolso da calça e agora o usava para avisar ao noivo que estava com problemas, ou, que faria alguma loucura.

Correu para fora como se sua vida dependesse disso, Nott estava a pelo o menos uma quadra de distância, caminhava como se passeasse por Londres. Não desculpou-se com nenhuma das pessoas que esbarrou ou quase derrubou, apenas seguiu seguindo-o, mas não conseguia alcança-lo.

Nott então dobrou numa rua a qual Hermione conhecia muito bem, era apenas um beco vazio e sem saída. Se não o pegasse ali, jamais se perdoaria por ter perdido a chance.

— Vejo que finalmente entendeu o que deveria fazer! — Nott estava escorado numa parede pichada, sequer olhava para Hermione. — Não sei se concordo com o que dizem sobre você ser a bruxa mais inteligente. Se realmente o fosse, teria deixado meu filho terminar o jantar e me seguido.

— Podia nos ouvir? — Perguntou enquanto segurava a varinha com tanta força que os nós de seus dedos ficaram brancos.

— Não seja tola. Theodore sempre foi bastante previsível, imaginei que ele se ofereceria para cozinhar, como fazia com os elfos. — Repulsa, era tudo o que sua voz emitia. — Gostaria que pudéssemos conversar senhorita Granger, já que tenho a impressão de que o nosso último encontro não foi o suficiente para fazê-la entender.

— Jamais deixarei Theodore, a não ser que ele me peça por isso. — Rangeu os dentes, estava com raiva e podia senti-la tomando conta de seu corpo. — Mas se quer conversar realmente, vamos à minha casa. Não há mais ninguém lá desde que resolveu investigar a minha vida!

— Prefiro uma das minhas propriedades, tenho feitiços que obedecerão somente à mim, o que garante a nossa segurança!

Hermione não teve tempo de pensar, quando piscou Nott já segurava-a pelo braço e aparatou sem qualquer aviso.