Uivos ao luar

Adultos: As crianças crescem


~ 5 anos depois ~

O inverno estava acabando e a neve já ia começar a derreter. Eu estava com os braços apoiados na janela, vendo a vista das casas. Estava tudo tão branco! Pensava em toda linha do tempo até chegar onde eu estava. Na época passou bem lentamente, mas comigo ali na janela parecia que o tempo havia passado rápido. Hoje eu estava com 21 anos e me lembrava dos meus 16.

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Me lembrava da Quarta Grande Guerra Ninja. Eu estava longe de Neji, tentando ajudar Naruto. Lembro que meu olho direito sangrou bastante quando eu forcei meu susano’o a completar sua forma. Usaram o jutsu proibido e com isso, além de vários conhecidos, ressuscitaram meus pais. Lembro que foi angustiante vê-los daquela forma sabendo que estavam mortos, mas o pior foi quando tive que lutar com eles. Ambos eram incrivelmente fortes e lembro que minha mãe falava comigo. Pedia desculpas, dizia que eu estava linda e forte. Tive uma chance quando afastei meu pai. Precisei usar as mãos solares em minha mãe. E quando eu a acertei, chorando muito, ela pôs gentilmente a mão em minha bochecha e disse que estava tudo bem. Eu a olhei e a abracei. Quando meu pai voltou e me atacou, eu apenas desviava. Queria ficar vendo-o o quanto eu pudesse e gravar seu rosto em minha memória. Quando ele viu minha mãe, ficou admirado por vê-la novamente. Ele dizia que sentia orgulho de mim, que me amava e que eu havia crescido bastante. Pediu perdão por não ter conseguido proteger minha mãe e por não ter conseguido unir nossa família. Eu fiz meu Susano’o surgir e ele ficou surpreso, vendo-o completo. Eu o peguei com a mão do susano’o e disse que o amava. Usei as mãos solares e atingi seu coração. Ele sorriu pra mim e eu o abracei, chorando. A pior luta da minha vida foi com quem eu não queria lutar.

Depois disso, fui atrás de Neji. Lembro que quando o deixei lá, pedi a ele que não morresse. Quando voltei, ele protegia Hinata e foi atingido. Baka... Meu coração doeu terrivelmente naquele momento em que o vi. O chakra negro começou a se espalhar pelo meu corpo e meu cabelo começou a ficar bagunçado, mas no interior da minha mente Hikaru me dizia para manter a calma, que ele não estava morto. Quando ouvi sua voz, meus olhos marejaram e o chakra voltou. Corri até ele já chorando, Naruto o abraçava apoiando-o e Hinata falava com ele, o olhando. Ele dizia que estava pronto e não queria ajuda médica. Naruto estava com os olhos cheios de lágrimas e eu cheguei correndo, me ajoelhando no chão e machucando meus joelhos por causa da força com que abaixei.

– Baka! – Gritei.

– Naru...? – Ele ouviu minha voz e sorriu levemente – Gomen...

– Eu pedi, não pedi?! – Exclamava, tirando as estacas das costas dele – Você não vai morrer!

– Iie... – Ele disse, torcendo a expressão.

Naquele momento ativei meus olhos sem perceber e pus as mãos em suas feridas. Além do meu chakra, o chakra de Hikaru também fluía em mim. Naruto me olhava surpreso e abismado. Era uma quantidade absurda de energia vital e eu a enviava para Neji, curando aqueles buracos. Neji franziu levemente o cenho, parecia que queria morrer.

– Você... Não é apenas meu Nii-san, baka! – Eu exclamava e o chakra aumentava de proporção, fazendo meu cabelo ficar suspenso no ar – Você... – As lágrimas escorriam – Eu amo você! Eu escolhi você!

Ele acalmou o olhar. Naquele momento um dos ninjas médicos se aproximou correndo e me ajudou, enviando mais chakra. Neji começou a fechar os olhos lentamente ao passo que os buracos feitos pelas estacas se fechavam. “Onegai...”, pedia em pensamento. Quando terminamos Naruto estava paralisado, não queria olhar para Neji. O ajudamos a deitá-lo no chão e eu me ajoelhei ao lado dele. Ele não se movia e eu fechei os olhos, chorando. Pus as mãos no rosto e minha bandana desamarrou, caindo no peito dele. Eu fungava e sentir alguém encostar no meu braço. Tirei as mãos da frente do rosto e o vi com minha bandana na mão, entregando-a para mim. Arregalei os olhos, ele sorria levemente. O abracei forte, chorando mais.

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– Quando eu vou parar de perder você... Baka! – Disse.

Ele sorriu levemente, me abraçando. Ouvimos um estrondo, a luta ainda não havia acabado. Me endireitei e levantei.

– O que vai fazer? – Neji perguntou ainda deitado no chão.

O olhei séria.

– Não morra. Dessa vez faça isso!

Ele me olhou surpreso e eu pus a mão na altura do estômago.

– É nossa vez.

“Rá...”, Hikaru sorriu, mostrando os caninos.

Agarrei em minha roupa e a girei. Na cela de Hikaru, a grande porta se abriu e ele sorriu mais largamente, abrindo seus olhos roxos e brilhantes. Onde estávamos ele surgiu atrás de mim, imponente. Sua pelagem negra aveludada e suas onze caudas. Todos o olharam, assustados e ele me olhou.

– Vamos, pirralha. – Ele disse com aquele meio sorriso que mostrava seus caninos.

Eu estava com a cabeça baixa.

– Neji...

Ele me olhou.

– Não morra. Porque... Eu quero muito... Ficar com você.

Neji arregalou os olhos e eu me virei, saltando e ficando em cima da cabeça de Hikaru. Ele sorriu e saltou, começando a correr. Era agora! Era...!

– O que está fazendo, Naru? – Naruto perguntou já rindo.

– AHH! – Gritei, me assustando e caí sentada no chão do meu quarto.

Ele começou a rir do lado de fora da minha janela e eu fiz cara de tédio, estava sonhando acordada de novo.

– Estava pensando em que? – Ele perguntou, limpando as lágrimas de tanto rir.

– Baka! Lembranças só.

– Ah. – Ele cantarolou – Quando você deixou Hikaru sair? – Ele riu de novo – Você se acha tanto que ainda fica lembrando.

– Não é isso! – Exclamei, corando.

“Ele tem razão.”, Hikaru disse.

Fiz cara de tédio, indignada. Desviei o olhar, ficando com a expressão cabisbaixa.

– Eu estava pensando quando Neji quase morreu.

Naruto me olhou, parando de rir e acalmou o olhar, ele sabia o que eu sentia.

– Nee. – Ele apoiou os braços na janela – Daijoubu. Ele estava em casa e Hinata me disse que ele estava prestes a sair pra te procurar.

– Sério? – O olhei surpresa.

– Sei lá! – Ele riu – Ela que me disse agora a pouco.

Fiz cara de tédio. Agora que Naruto e Hinata estavam noivos, ele estava cheio de gracinhas. Levantei do chão e peguei meu casaco.

– Aonde vai? – Naruto perguntou.

– Sair. – O olhei, dando um meio sorriso – E fecha minha janela!

Ele riu e a fechou, saltando e desaparecendo. Eu corri para a porta e saí enquanto colocava o casaco. Estava bem frio e eu corria pela vila me abraçando para tentar me esquentar. Usei o Byakugan para achá-lo e sorri quando consegui. Neji estava caminhando com as mãos dentro dos bolsos do casaco e passava por um parque que ainda estava coberto de neve. Eu sorri quase rindo e comecei a correr, saltando e o alcançando. Ele estava com as feições mais amadurecidas e o cabelo preso da mesma forma quando não estava em missão. Agora quando ele estava em missão, usava as roupas padrão de um jounin e amarrava o cabelo no alto em um rabo-de-cavalo, deixando duas mechas soltas uma em cada lado das bochechas. Pulei a cerca, apoiando a mão nela e aterrissei nas costas dele. Ele exclamou em dúvida e me olhou.

– Naru. – Sorriu.

– Hum. – Sorri alegre com uma mecha do meu cabelo caindo sobre o ombro, ele estava maior.

Nos sentamos nos balanços e eu me balançava enquanto ele ficava parado, olhando para frente.

– Nani? – Perguntei ainda me balançando.

– Hum. – Ele balançou a cabeça.

– Sabia? Eu estou com raiva de você. – Disse séria.

– Eh? – Ele me olhou em dúvida.

Parei de me balançar, arrastando os pés na neve e o olhei séria, dando um tapa leve em sua cabeça.

– Você ia morrer. – Disse, o olhando nos olhos.

Ele me olhou surpreso ainda sem entender, mas acalmou o olhar quando compreendeu. Se voltou para frente novamente e sorriu levemente.

– Você sonhou acordada com aquilo de novo, ne?

– Hai. – Disse, me voltando para frente e abaixando o olhar.

– Até aonde?

– Quando... Deixei Hikaru sair.

– Por que ainda pensa nisso? – Ele perguntou calmamente – Eu estou aqui.

– Porque você é importante pra mim, baka. – Disse, corando.

Ele sorriu.

– Hum. – Assentiu e levantou.

O olhei em dúvida e apenas o vi se ajoelhar a minha frente, me olhando nos olhos e sorrindo levemente. Ele pegou em minha nuca e fez eu me aproximar, beijando-o. Corei, fechando os olhos e ele cessou, me olhando. Eu ainda estava corada e desviei o olhar, envergonhada. Ele achou graça e pegou em minhas mãos, me puxando e se jogando para trás.

– Neji...!

Ele nos fez deitar na neve e se ajeitou para o olhar para o céu estrelado.

– Estão bonitas hoje. – Comentou.

– Eh?

– A estrelas.

Me ajeitei e comecei a fitá-las. O céu estava realmente lindo e estrelado. Acalmei o olhar, sorrindo.

– Me sinto um idiota por você ter me salvado naquele dia. – Ele disse de repente.

O olhei em dúvida e ele sorria levemente.

– Nande? – Perguntei – Você já me salvou tantas vezes... – Disse de certa forma envergonhada.

– Hum. – Ele assentiu – Talvez... – Sorriu.

Sorri, achando graça. Olhei para o céu novamente e dobrei levemente os joelhos, movimentando-os e cantarolando. Neji olhava para o céu e aproximou sua mão da minha, segurando-a gentilmente. Eu corei um pouco, mas mantive meu olhar no céu. Senti algo entre nossas mãos e olhei para elas em dúvida. Neji sorriu e soltou minha mão. Havia algo em minha mão e eu olhei o que era, ficando surpresa. Era uma pulseira preta com um pingente que tinha o símbolo do Clã Hyuuga. Eu olhava surpresa para aquilo e olhei para Neji, que ainda fitava o céu.

– Naru... Você quer casar comigo?

Corei, arregalando os olhos aos poucos.

– U-Uhm... Eu...

Eu olhava para a expressão dele, ele ainda fitava o céu com certa admiração. Acalmei meu olhar e sorri, que dúvidas eu tinha afinal?

– Hai... Neji.

Ele me olhou um pouco surpreso e sorriu. Neji ficou de lado e pegou a pulseira, pondo-a no meu pulso e me abraçou, me aconchegando e esquentando. Eu sorri feliz em seus braços.

Nós nos casaríamos e eu tenho certeza de que meus pais ficariam felizes se estivessem vivos. Porém o conselho Hyuuga não se agradou com a notícia do nosso casamento e logo nos convocou para uma reunião. Há anos eu não entrava no complexo Hyuuga e agora estava na sala do conselho, sentada em cima dos pés ao lado de Neji, que estava da mesma forma. Estávamos à frente de Hiashi-sama e do ancião do clã.

– Não vejo necessidade nisso. – Hiashi-sama tentou dizer.

– Irá começar com sua piedade, Hiashi? – O ancião disse.

Olhei surpresa para Hiashi-sama e depois para o ancião, que nos olhou.

– Neji-kun, é verdade que pediu Hyuuga Naru em casamento? – Ele perguntou, fitando minha pulseira.

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Eu abaixei o olhar já que me viam como uma vergonha tanto quanto um monstro.

– Hai. – Neji disse sem traços de hesitação em sua voz.

– Hum... – O ancião pensou e suspirou, fechando os olhos e logo os abrindo – Eu sinto informar aos dois, mas vocês não se casarão.

Olhei surpresa para o ancião.

– Nani? – Neji disse sem compreender.

Meus olhos marejavam enquanto eu olhava para o ancião. Tudo em que eu pensava era em minha mãe e a proibição de ela se casar com meu pai. Estava acontecendo de novo?