Gaby e Sophia ficaram paradas se olhando durante um tempo. Se lembravam de quando conheceram, de seus amigos que ficariam presos dentro daquele jogo maluco pela eternidade e de tudo o que tinha acontecido nas últimas horas.

— O que foi? Mexam-se! - ordenou Amonhoteph.

— Eu não posso... - disse Gaby com lágrimas nos olhos. - Não posso fazer isso...

— Nem eu. - confessou Sophia. - Por mais que te odeie, coisinha.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Afinal, por que me odeia? Nunca entendi isso.

— Porque... - Sophia respirou fundo e olhou para o céu. - Na verdade, nem eu sei direito o porquê.

— Não vão discutir a relação agora, certo? - disse o mesmo se espreguiçando e esticando os braços na direção das duas.

De repente, como se uma força as puxasse, Sophia e Gaby foram parar no centro da arena.

— Lutem ou eu mesmo acabo com isso.

— BRUTO! - berrou Sophia. - Gaby, eu sempre te via cheia de amigos, tirando notas altas, sendo a queridinha dos professores... Acho que sempre senti uma pontinha de ciúmes.

— Mas por que? Você sempre teve tudo. - disse a morena.

— Tudo, menos amor dos meus pais e amigos. Para falar a verdade, acho que o único amigo verdadeiro que tive foi o Victor Hugo. Os outros só estavam interessados no dinheiro. - ela fechou os olhos e lembrou-se do rapaz e dos momentos que tinham passado juntos. E era por ele que faria o que viria a seguir.

— Blá blá blá. - dizia Amonhoteph morrendo de tédio sentado sobre um dos tronos. - Cadê o sangue?

— Fica quieto aí! - disse Gaby.

— Gaby, você deve vencer Junko.

— O que? Mas...

— É a única forma que tenho de me desculpar com você e os meninos. Se eu não tivesse pego aquele logo maldito, ninguém estaria morto, nada teria acontecido.

— Sophia!

— Tome. - disse pegando uma adaga no chão e se aproximando da morena.

— O que você...?

— Pegue esta adaga e perfure meu peito.

— VOCÊ ESTÁ LOUCA! EU NUNCA VOU FAZER ISSO!

— QUEM ESTÁ LOUCA É VOCÊ, COISINHA! VOCÊ TEM QUE ME MATAR, TEM QUE VENCER JUNKO PELOS GAROTOS!

— Não, eu não posso...

— Sim, você pode! - disse pondo a adaga sobre a mão de Gaby. - Você pode muito mais do que pode imaginar. Você é a campeã.

Naquele momento os espíritos de Victor Hugo, Gustavo, Gabriel e até da avó de Gaby apareceram entorno deles. Gabriel pôs a mão sobre o ombro da garota e fez que sim com a cabeça.

— Vamos, me mate!

— Sophia...

— ACERTE MEU CORAÇÃO!

— NÃO! - Gaby hesitou em fazê-lo.

— AGORA!

A lâmina perfurou o peito de Sophia, acertando seu coração bem no centro.

— Vai se foder... - e Sophia caiu no chão, morta.

— SOPHIA! - disse a pondo em seu colo já chorando. - SOPHIA! SOPHIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Os espíritos sumiram e Amonhoteph se levantou do trono batendo palmas.

— Parabéns, Gabriella Muniz, você é a mais nova vencedora de Junko! Agora diga qual é o seu maior desejo.

— EU... EU QUERO OS MEUS AMIGOS DE VOLTA!!!!!!!!!!!!!!!!!

— O seu desejo é uma ordem. Miraph! - e estalou os dedos.

* * *

Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora de Lourdes

— Como está minha filha, doutor? - perguntou o senhor Muniz enquanto caminhavam pela clínica.

— O quadro dela é estável. Não houve nenhuma mudança desde que ela chegou aqui.

O médico abriu a porta do quarto onde ficava Gaby e ela estava sentada na cama balançando para frente e para trás inquieta, sem nenhuma expressão no olhar. Os cabelos castanhos estavam para o alto e tinha grandes olheiras nos olhos.

— Gaby, olha só quem veio te ver. - disse o doutor ainda na porta.

— Minha filha, como você está? - perguntou o homem entrando no quarto e a dando um beijo na testa. Não houve nenhuma reação. - Gaby? Ei...

Quando ele ia tocar o braço da mesma ela se afastou com rapidez, recolhendo-se no canto da parede.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— É assim que ela fica o tempo todo. - disse o médico.

O pai ficou ali por mais um tempo tentando conversar com a filha, mas logo ele e o doutor se retiraram, deixando-a sozinha no quarto. E então as vozes dos amigos mortos de Gabriella Muniz voltaram a falar na mente dela.

— GABY, ME AJUDE!

— GABY!

— GABY!

— GAAAAAABY!

A garota se encolheu mais ainda e, por fim, soltou um grito bem alto que pode ser ouvido até mesmo em seu antigo apartamento, dentro da caixa daquele jogo maldito.

Fim