A arte de manter aboca fechada não parecia fazer parte do meu currículo, algo pelo qual eu lamentava – e xingava. – mentalmente em todas as línguas que eu conhecia, que por sinal, eram várias, ou seja, meu estoque de lamentos e xingamentos se encontrava com a cota totalmente cheia.

Wendy continuava em silêncio extremo e Samuel fielmente copiava sua conduta, mas onde Wendy parecia obviamente pensativa, Sammy estava com a insinuação de um pequeno sorriso nos lábios, o que fez com que eu questionasse a mim mesma se ele teria realmente ouvido tudo que eu disse. E se ouviu, nada daquilo o incomodou? Sei que ele não deve se importar pelo fato de eu me apaixonar loucamente por qualquer um – a vida é minha. Se bem que isso não é muito seguro... –, mas era do irmão dele que eu estava falando e eles não tem um relacionamento nada amigável. Além do que, não fui muito aberta sobre a minha vida com Sammy durante todo esse tempo e agora, se ele realmente sabe, pode mudar sua opinião sobre mim.

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Estou preocupada comigo mesma por uma das únicas vezes na minha vida. Preocupada como que ele pode pensar sobre tudo aquilo.

Se isso fosse um desenho animado a Heather diabinha estaria encima do meu ombro esquerdo nesse momento dizendo "Heather sua idiota, você está ferrada" e ainda riria da minha cara, no caso da anjinha, acho que seria algo como "Converse civilizadamente com ele. Você sabe como ele é compreensivo. E outra, está na cara que ele não está irritado com você."

Ahhh, eu não sei oque pensar!

– Heather. –Samuel tocou meu braço e notei que a porta do elevador já tinha aberto. Wendy estava me encarando do lado de fora com uma sobrancelha erguida e Sammy segurava a porta.

A mão dele correu por meu braço e segurou meu punho cerrado. Imediatamente relaxei.

– Hã, vamos indo.– saí puxando ele junto comigo, envergonhada demais para olhar para a cara dele.

Avistei Gavin do outro lado da recepção com uma garota que estava de costas para mim. Ele olhava para ela com uma expressão de deboche e eu poderia jurar ter ouvido ela chamá-lo de "modelo de araque." Sério,adorei essa garota.

Enquanto nos aproximávamos passei a achar familiar os cabelos ruivos com mechas negras e o modo dark de se vestir.

– Qual você disseque era mesmo o nome da sua amiga? – perguntei a Samuel puxando amanga da jaqueta dele.

O que me fez lembrar...a jaqueta que ele me emprestou ainda está lá no meu quarto.

– Achyle. Porquê?

E nesse momento ela se virou. O sorriso que apareceu em meu rosto pode ter deixado a todos confusos, principalmente porque estava refletido no dela também, mas dane-se o mundo. Adoro aquela garota!

– Patricinha! –ela falou, meio feliz, meio confusa e a abracei com tudo.

– Ach! Oh, meu Deus, faz tanto tempo!

– Calma, sua maluca. Assim você vai acabar me matando!

Soltei-a, mas continuei sorrindo, enquanto olhava um Sammy muito confuso.

– Você não medisse que a sua amiga era a Achyle Benson, Sammy.

– Hã, uma de vocês poderia me explicar o que está acontecendo aqui? – ele perguntou.– De onde vocês se conhecem e desde quando você – olhou para Ach. – gosta de patricinhas?

– Heather, como você conheceu essa chata? – questionou Gavin quase ao mesmo tempo.– E porque não me disse nada sobre isso antes? Como pode ser amiga dela?

– Eu não sabia que essa Achyle era a amiga do Sammy e já faz séculos que não nos vemos. Além disso não somos "amigas"... eu não tenho exatamente amigos, lembre-se disso. Bom, ao menos não tinha.

– Será que vocês poderiam explicar isso desde o começo? – pediu Wendy. – Tenho que admitir que também estou curiosa.

Achyle suspirou.

– Certo, tudo começou quando nossa querida Victoria aqui e uma prima dela,invadiram a boate onde todo o pessoal da minha série tinha se reunido em uma festa, a um ano atrás...