– Cof, cof, cof.

Tossi mais uma vez antes de sentir o líquido quente subir pela minha garganta preenchendo minha boca com o seu gosto amargo.

E mais uma vez eu vomitava o líquido translúcido, já que nem mais restos alimentares jaziam em meu estômago.

Segurei firme as bordas do vaso sanitário de porcelana branca enquanto arfava forte tentando controlar a minha respiração dificultada devido ao esforço e pela gravidez já avançada.

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Uma fina camada quente de suor cobria o meu rosto e eu me perguntava por quanto tempo mais aquilo duraria...

O enjoo forte havia me despertado do meu sono e feito-me correr o mais rápido possível em direção ao banheiro.

Ainda olhava para o líquido quando senti uma grande mão, porém com toque delicado e inseguro, puxar o meu cabelo para trás em um coque.

Foi inevitável não sorrir para aquele ato atencioso dele mesmo sentindo muito enjoo.

No entanto, meu sorriso foi desfeito com a chegada de mais um refluxo, fazendo-me curvar ainda mais em direção ao vaso.

– Cof, cof, cof.

Tossi, mas nada saiu da minha boca, já que devido aos três vômitos anteriores, eu não tinha mais nada, em meu estômago, que pudesse ser expelido.

Arfei forte, segurando-me fortemente à porcelana fria ao mesmo tempo que fechava os meus olhos.

Desabei sentada no chão reprimindo a tontura que me acertava.

Senti meus cabelos acertando delicadamente o meu rosto quente e úmido, mostrando-me que a mão que me amparava havia se afastado de mim.

Abaixei meu rosto e cobri-os com as minhas mãos sentindo a vergonha da situação me acertar com força.

Mordi o meu lábio inferior.

Eu não gostava que ele me visse desse jeito vulnerável, por mais que a razão de estar assim fosse a mais linda que eu poderia ter imaginado viver.

Senti um corpo sentando ao meu lado esquerdo em completo silêncio.

Descobri os meus olhos lentamente e não pude evitar sorri, mesmo que minimamente, assim que foquei meu olhar nos olhos cor de ônix que me encaravam com o cenho franzido.

Sasuke estendeu uma toalha branca na minha direção e eu sabia, que por mais que ele não dissesse nada, só pelo seu olhar e pelos seus gestos, que ele estava preocupado comigo.

– Arigato – sussurrei com dificuldade estampada em meu rosto, pegando a toalha para limpar minha boca e enxugar meu rosto cansado.

Sasuke apenas assentiu e permaneceu ao meu lado, encostado em uma parede fria, sobre um chão gélido, durante uma madrugada de novembro.

Era simplesmente o seu jeito de dizer...

"Eu estou aqui".

Sorri um pouco mais e encostei minha testa em seu ombro direito sentindo-me cansada, mas feliz por não estar sozinha e sim ao lado dele.

Senti Sasuke se remexer um pouco.

Lentamente e inseguro, ele passou seu único braço ao redor da minha cintura, trazendo-me para mais próximo de si.

Com dificuldade levantei o meu rosto e encarei o rosto do moreno levemente corado que olhava para um ponto qualquer do ambiente para que não tivesse que me encarar naquele momento, no qual ele fazia uma demonstração de afeto.

Um som quase inaudível de um riso saiu por entre meus lábios e fez a atenção do moreno se voltar subitamente para mim.

Eu deveria estar com uma aparência horrível, deplorável, que assustaria qualquer criança, mas ele continuava ali com um pequeno sorriso de canto me encarando preocupado como se minha aparência não lhe importasse, apenas a minha saúde e a do bebê.

Já até cheguei a pensar na possibilidade dele está voltando a ficar cego, mas apenas rir da minha imaginação fértil e supus que ele não se importasse tanto assim com coisas triviais.

Ainda sorrindo minimamente, acomodei minha cabeça em seu peito, enquanto sentia a mão de Sasuke acariciar levemente a lateral da minha grande barriga sobre o robe vermelho simples que usava.

Fechei os meus olhos e passei levemente minha mão direita sobre o seu peito nu descoberto pela blusa.

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Sorri mais um pouco ao sentir seus pelos se eriçando com os meus toques.

Por mais que já estivéssemos casados há um bom tempo, demonstrações de afeto e toques mais ousados, não eram sempre frequentes, mas existiam e estavam bem mais desinibidos do que quando éramos recém-casados. Nunca me esquecerei da nossa noite de núpcias...

Eu estava tão nervosa ao entrar naquele quarto que simplesmente estanquei meus passos em direção à cama, mas Sasuke, por mais que também não falasse, eu sabia que também estava desconfortável com aquela situação. E eu nunca o agradeci tanto por me entender, do que naquele dia que ele me esperou me acalmar sentado ao meu lado na cama. Aquela noite começou com um sorriso da minha parte para ele, foi aí que nos entregamos pela primeira vez ao outro...

Senti os lábios frios de Sasuke encostando na minha testa, fazendo-me olhá-lo com um pequeno sorriso cansado em meu rosto.

Sem esperar, senti seus lábios se encontrarem com os meus, em um beijo a princípio calmo. Surpresa, nem ao menos fechei os meus olhos, mas logo fechei-os sentindo o amor não dito em palavras, mas demonstrado por ações.

Assim que senti seus lábios pedirem passagem para aprofundar o beijo, eu me desesperei e afastei nossos rostos subitamente, tirando um semblante surpreso e confuso dele.

Sorri envergonhada e abaixei meu olhar antes de sussurrar:

– Eu acabei de vomitar, Sasuke-kun. – Eu já não o chamava com o sufixo –kun depois que casamos, mas as vezes, em certas situações... eu o chamava daquela forma – Acredite, me beijar agora vai ser uma coisa que você vai se arrepender amargamente depois.

– Tsc – ouvi-o e levantei meu olhar a tempo de ver um sorriso de canto um pouco maior e zombeteiro.

Entreabri meus lábios com a intenção de dizer algo, mas antes que eu pudesse raciocinar, Sasuke tomou meus lábios para si aprofundando o beijo anterior, introduzindo sua língua.

Eu iria achar nojento depois o fato dele ter me beijado depois de um vômito, mas por hora, guiada pelas minhas emoções, deixei Sasuke me envolver com seu beijo ao mesmo tempo calmo e apaixonado.

Meu coração bateu mais rápido assim que senti sua língua deslizar sobre a minha e tremi ao sentir que sua mão que antes acariciava a minha barriga, desfazer o laço do robe expondo a parte superior do meu corpo, já que na parte inferior eu vestia uma legue preta.

Lentamente Sasuke desfez o nosso beijo e encarou-me profundamente antes de se inclinar e beijar levemente a minha barriga.

Fiquei estática olhando para um ponto qualquer surpresa com aquele ato, mas meus olhos começaram a se embaçarem de emoção e o meu peito doer ao senti-lo me abraçar ainda mais enquanto encostava sua cabeça no vão dos meus seios ao mesmo tempo que olhava para minha barriga sendo acariciada pelos seus toques.

Sorri emocionada enquanto as lágrimas saiam sem permissão, molhando o cabelo negro e liso dele que me encarava preocupado.

Rir pela sua falta de entendimento e balbuciei com a voz embargada:

– Eu te amo, te amo, te amo tanto Sasuke-kun.

Um brilho surgiu no olhar negro ao mesmo tempo que o sorriso de canto novamente se fazia presente, como se dissesse "Eu também te amo, sua irritante". E só saber e sentir aquilo era o suficiente para mim.

Envolvi meus braços em torno dele e da minha barriga, ao mesmo tempo que fechava os meus olhos e me deixava saborear aquele momento nosso tão íntimo e recheado de emoções.

O bebê, que ainda não sabíamos o sexo, se remexeu chamando a atenção do pai que voltou a fitar e sentir sua pequena cria.

Eu sabia que nossa história não foi um mar de flores na adolescência e sabia que muitas dificuldades nos aguardavam, ainda mais por sermos a nova família Uchiha.

Mas eu não me arrependia.

Por aquele momento, por aqueles dois, eu sofreria tudo novamente, eu derramaria mais uma vez todas aquelas lágrimas, eu reviveria tudo e o mais importante...

Afundei meu rosto no cabelo negro inalando o cheiro de shampoo ainda chorando, mas eu tinha certeza que...

Por aqueles dois eu morreria e lutaria!

Ai daqueles que tentarem machucá-los...

Só digo uma coisa...

Me aguardem!

Fim!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.