Maternidade

Apaixonando


Existe sempre aquela hora em que os pais têm que sentar com os filhos para falar de assuntos delicados. Eu esperei bastante tempo até Sarada, sendo a menina recatada que era, viesse falar comigo sobre o assunto “homens”.

Eu estava em casa, sozinha, na minha folga, lendo um livro, quando ela chegou em casa; provavelmente estava treinando, pois estava toda suja, com o uniforme empoeirado. Mas o que me chamou a atenção foi o olhar que ela tinha. Ela estava vermelha como um tomate, e entrou rapidamente em casa.

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Percebendo que tinha algo errado, fui atrás dela.

– Sarada, está tudo bem? – perguntei, assim que cheguei ao seu quarto e a vi jogada sobre a cama, com o rosto afundado no travesseiro.

– Nhão. – ela falou, mas eu não entendi nada, pois o som veio abafado.

– O que?

– Não. – ela resmungou, se virando e fitando o teto do quarto, com os braços cruzados. Franzi o cenho, entrando no quarto.

– O que houve? – perguntei, sentando na cama. O rosto dela ficou vermelho novamente, enquanto ela me olhava. Ela pareceu ponderar se me contaria ou não, o que me deixou preocupada, mas no fim das contas ela falou.

– Hoje, depois do treinamento, um menino me entregou isso. – ela falou, me mostrando um pedaço de papel, que estava amassado devido a força com a qual ela o agarrava.

Peguei o papel, tentando faze-lo ficar reto, e comecei a ler. Era uma carta de amor. Estava escrito “Sarada- chan, eu te amo. Quer ser minha namorada?”. Eu observei o papel, pensando no que Sasuke faria se visse o que estava escrito ali. Ele provavelmente caçaria o menino que entregou isso para ela, cujo nome era Takashi Yuhi.

– E o que você fez? – perguntei, devolvendo o papel para ela, que ainda estava vermelha.

– Fiquei parada, o encarando. – suspirou, se sentando. – Eu não soube o que fazer. Nunca recebi uma carta dessas, você sabe...todos tem medo do papai.

E com razão, pensei. Sasuke tinha a reputação de ser ciumento quando tinha relação com as duas mulheres na vida dele, Sarada e eu. Com Sarada era um pouco pior, já que ela estava na época em que todos estão com os hormônios a flor da pele.

– E você gosta desse menino?

– Não sei...- ela murmurou, soltando um muxoxo. – Como você sabe se você está gostando de alguém?

– Bem...- comecei, tentando me lembrar das minhas próprias sensações naquela época, há anos atrás. – Seu estômago embrulha toda vez que vê a pessoa, como se mil borboletas estivessem voando nele. Além disso, você sua frio, treme... essas coisas.

– Nossa, isso parece muito ruim. – ela disse, com os olhos arregalados, o que me fez rir.

– Há quem diga que se apaixonar é mesmo ruim. Mas, ao mesmo tempo, é algo bom.

– Como assim?

– Por exemplo, quando eu entrei no time com seu pai, eu tinha essas sensações, mas não era algo ruim. Eu ficava feliz e nervosa quando estava perto dele, e sempre que ele falava comigo, parecia que meu coração ia na boca e voltava.

– Mãe, não sei como isso pode ser bom. – ela ajeitou os óculos, franzindo o cenho.

– Ah, querida, é difícil de explicar. Mas é bom, de certa forma.

– Hm...- ela murmurou, me encarando ainda com o cenho franzido. – Como você sabia que estava apaixonada?

– Bom... eu queria ficar perto do seu pai, falar com ele, saber do que ele gostava de fazer. Eu chegava a ser chata, de tanto que eu insistia. – eu ri, me lembrando daquela época. – Porém, eu fui descobrir que o amava de verdade quando ele foi embora. Foi como se um buraco tivesse sido formado em meu coração.

– E o que você fez?

– Esperei.- dei de ombros, sorrindo. – Bastante. Mas eu usei esse sentimento para treinar, ficar forte o suficiente para traze-lo de volta, nem que fosse a força.

–Entendi... e você não parou de gostar dele nesse tempo?

– Não, querida. Para falar a verdade, eu só pensava mais nele. E eu também amadureci. O que era uma paixonite infantil, se tornou amor.

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– Hm...- Sarada suspirou, passando a mão no rosto. – Eu não sinto nada disso. Só fico envergonhada mesmo.

– Ah, querida, talvez ainda não seja sua hora. Você ainda é nova e-

– Mãe, eu já tenho dezesseis anos. – cruzou os braços, fazendo bico. Já eu apertei suas bochechas, o que me fez ganhar um resmungo mal-humorado.

– Você poderia ter até vinte, para mim ainda é um bebê.

– Mãe! – ri, passando a mão em seus cabelos.

– O que eu quero dizer é que tudo tem o seu tempo. Você não precisa se preocupar em se apaixonar agora, um dia isso acontecerá naturalmente.

– E o que eu faço com essa carta?

– Diga que não gosta dele dessa forma. - sorri, me levantando. – Tenho certeza que ele vai entender. Agora, vá tomar banho, está sujando a cama.

– Sim...