POV Anna Júlia
Eu estava péssima pelo que tinha rolado com a Maria Fernanda, coitada. Depois que a Cármen uma das moças que trabalhavam na direção chegou todos se afastaram dela.
– Pessoal mantenham a calma por favor! Já ligamos para ambulância e para os pais da senhorita Mendes...
– O que aconteceu com minha irmã? - Matheus a interrompe.
Matheus era irmão mais velho da Maria Fernanda e pelo jeito ele estava bem preocupado com ela. Fiquei com mais pena ainda da situação.
" Queridos alunos informo que vocês estão liberados das últimas aulas pelo que houve com a senhorita Mendes. Peço por gentileza para que vocês peguem o seus materiais em suas salas de aula e se retirem do Colégio. Desde já agradeço. "
Aquela voz com certeza era a voz mais conhecida do Colégio Elite, a voz da diretora Helena. Um dos portões que dão para os andarem de cima do colégio são liberados e os alunos começam a subir de vagar para as salas de aula. Eu vou para sala junto da Grazi e guardo minhas coisas muito rápido, queria muito saber mais sobre a Maria Fernanda.
Chegamos no andar de baixo e Maria Fernanda estava sendo levada para ambulância, vejo que a mãe dela a acompanhava. Me despeço de Grazi e vou andando de vagar e distraída. De repente escuto umas vozes alteradas.
– Você é um irresponsável! Como você pode deixar acontecer isso com sua irmã?
– Mas pai eu não sou segurança da Maria Fernanda para ter que ficar 24hrs atrás dela!
– Garoto você me respeita! Eu sou seu pai...
A voz alterada se baixa quando o barulho de um murro me assusta. Olho em direção e vejo Matheus caído no chão com o nariz e boca sangrando! Fico apavorada, quanta brutalidade!
– Senhor Mendes não aceitamos esse tipo de atitudes aqui no Colégio Elite por favor se contenha! - Ouço Cármen dizer.
O pai de Matheus olhou furiosa para Cármen que se manteu irredutível. Ele se afastou dos dois e saiu. Matheus se levantou e manteu a cabeça baixa. Coitado! Um pouco sem jeito me aproximo dele e digo:
– Está tudo bem com você?
– Sim! Não precisa se preocupar! - Ele diz tentando não ser grosso.
– Como não me preocupar. Foi uma cena horrível! Quero te ajudar, deixa eu te acompanhar até a enfermaria. - Digo.
– Não... Não precisa! - Ele diz.
– Por favor! Eu só quero ajudar!
– Eu sei. Obrigado! - Ele diz um pouco comovido. - Eu deixo você me acompanhar.
Sorrio para ele que me olha. Começamos a andar de vagar um do lado do outro, sem dizer nada. Matheus era um cara um tanto quanto retraído, na dele, deveria ser por causa dos pais. Chegamos a enfermaria e não tinha ninguém lá.
– Não tem ninguém! - Ela diz.
– É... Mais eu mesma posso limpar seus ferimentos! - Digo.
– Nem pensar! - Ele diz e começa a rir.
– Porque? Vem! - Digo o puxando pela mão.
Entramos na enfermaria, e ele se assenta em uma cadeira.
– Bem... Deixa eu ver! - Digo.
Começo a procurar algodão e soro para poder limpar os ferimentos. Quando acho me viro para Matheus com o algodão em um mão e o sono na outra. Matheus assustado se afasta.
– Calma! - Digo me aproximando dele. - Não vai doer nadinha!
Coloco um pouco de soro no algodão e depois o coloco nas feridas do nariz e da boca dele, com bastante delicadeza, mas, mesmo assim ele resmungava as vezes.
– Acabou? Nossa ainda bem! Agora vamos embora! - Ele diz se levantando as peças.
– Ei, pode ficar quietinho aí, ainda não acabei! - Digo o fazendo se sentar novamente.
– Aí meu Deus!
Procuro a caixa de remédios e pego um remédio para dor e um copo com água.
– Toma, bebe tudo!
Ele coloca o cumprindo na boca e engole com a ajuda da água.
– Prontinho! - Digo.
– Ainda bem. Estou parecendo uma criança! - Ele diz se levantando. - Agora eu já vou.
Ele saia da sala da enfermaria e me deixa sozinha. Coloco o copo vazio em cima da mesa e saio as pressas.
– Porque não vai me esperar? - Digo.
– Desculpa, é que eu tenho que ir para casa! - Ele diz coçando a cabeça.
– Não vai ao hospital ver sua irmã? - Digo.
– Não. Até você! Vou para casa estou farto da Maria Fernanda por hoje. - Ele diz e saia do corredor as pressas.
Meu Deus porque ele era daquele jeito. Ele tinha tudo dinheiro, uma família, e era lindo! Como ele era lindo! Eu não entendia. Mais eu iria descobrir porque. Aí como eu era curiosa.
Sai do corredor da enfermaria e fui andando as pressas até o portão principal do colégio. Saio do colégio e esbarro em ninguém mais ninguém menos que Bernardo Lopes era só o que me faltava para acabar de completar aquela manhã maravilhosa que havia dito.
– E então Anna Júlia, fiquei sabendo pela sua amiguinha Maria Fernanda que ela fez um plano para que eu ficasse com a Duda. E que tudo não passou de uma armação, espero que você não esteja por trás disso. - Diz Bernardo segurando meu queixo.
– E se eu estiver? - Digo tirando a mão dele do meu queixo.
– Você me paga! - Ele diz raivoso.
– Veremos! - Digo e me afasto dele.
O Bernardo me dava nojo. Todo amor que achava sentir por ele tinha se transformado em ódio, rancor tudo por culpa única e exclusivamente dele. Durante o trajeto para casa fiquei pensando em como a Maria Fernanda estaria coitada, apesar dela ser meio louquinha ela não merecia aquilo. E se... E se o Bernardo empurrou ela da escada quando soube que ela armou para que ele ficasse com a Duda? Meu Deus! Não, não ele não seria capaz de tanto, ou seria?

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