Reuniones
Su Regreso
Não eram bons tempos. Definitivamente não. Eu descobri, ao longo da minha inútil existência, que eu não era nada mais que uma marionete nas mãos dos “caras maus”. Porra! É pedir demais ser eu mesmo? Lutar com minhas próprias mãos? Quincy, shinigami, hollow, humano? É pedir demais ser um simples garoto...?!
— Eu vejo fumaça saindo de sua cabeça, Ichigo — Yoruichi-san debochou, claramente divertindo-se.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Cale-se! — gritei enfurecido. — Estou tentando me lembrar do porquê de ter desmaiado!
— Não se lembra? — Orihime indagou acanhada. Pus-me a pensar (novamente).
— Foi tudo culpa do Kon?! — gritei após lembrar-me de todos os acontecimentos. — Pra onde aquele desgraçado foi? Ele não fez nada, mas quando faz só atrapalha!
Suspirei, tentando disfarçar meu desconforto. Afinal, por que é que me mandaram pra cá? Aquele gordo sabia que eu não conseguiria, então por quê? É tão divertido assim me ver apanhar e gritar frases enlouquecidas de um lado para o outro?
— E então? — novamente Yoruichi-san interrompeu meus pensamentos. Voltei-me para sua figura relaxada e despreocupada. — Obrigada, Inoue. Certamente está melhor. — movimentou o braço atingido pelo quincy.
— Não há porque agradecer, Yoruichi-san — ela murmurou sorridente. — Está machucado, Sado-kun...?
— E então, Ichigo? — direcionou-se a mim outra vez. — Nossa vingança já está planejada? Sabe, minhas mãos coçam! Quero bater em algum quincy desgraçado!
— Huh, eu posso criar algumas plataformas com meu reiatsu e... o Chad e os outros podem usar o Santen Kesshun da Inoue... Mas se a gente for atacado no caminho...
— Não precisa se preocupar com isso — ela disse séria. Colocou as mãos na cintura e disse em voz alta e clara:
— Abra!
Como há muito não via, as paredes, casas destruídas e afins, abriram-se; como quando os hollows e arrancars invadiram o mundo real, eu mal pude conter minha surpresa e sem que eu ao menos me controlasse, soltei:
— Essa técnica...! Você... Grimmjow!
Sua habitual carranca de orgulho e arrogância ali estavam, mas havia algo mais... algo como determinação e seriedade. Aquilo me preencheu. Deixou-me repleto de esperanças e a vontade que tive foi a de pular e agarrá-lo pelo pescoço, enchendo-o de beijos. Vontade não me faltou. É óbvio que, como menininho bom e, principalmente, “hétero” me contive.
Grimmjow sorriu, mostrava todos os dentes. Com seu sorriso arrogante e prepotente, senti uma forte pontada em meu baixo ventre.
— E aí... Há quanto tempo, hein, Kurosaki? — ele disse. Sua voz rouca fez com que meus pelos se arrepiassem e a minha vontade de me jogar nele não diminuiu nem um pouco. Como bom moço, fingi espanto. E pareceu funcionar.
Suas roupas estavam diferentes. Os habituais tecidos brancos e folgados deram lugar aos negros e mais justos, colados no corpo. Tentação. Pensei, sem querer.
— Achou que eu tinha morrido? Sua expressão está bastante surpresa — ele disse e colocou a mão direita na espada. Franzi o cenho.
— Você acha? — murmurei, cínico.
Grimmjow puxou sua espada e eu pude sentir o grande poder emanando tanto dele quanto dela. Dessa vez minha expressão era de total incredulidade. Empunhei Zangetsu.
— Até parece que eu ia morrer antes de te matar... — murmurou para si mesmo. Sorri involuntariamente.
Infelizmente, antes que eu pudesse ter alguma chance de provar daquela espada novamente, um outro indivíduo atravessou a Garganta e pulou em cima de Grimmjow. Nell parecia feliz. Só que, o movimento de Nell provocou coisas que não deveriam ter acontecido. A pancada fora tão forte que Grimmjow, em sua doce distração, caiu. E o melhor: depois de correr uns bons dez metros, caiu em cima de mim!
Ah! Os músculos proeminentes esfregando-se em mim, sua espada sendo atirada para o lado e nossos olhos se encontrando. E, para melhorar ainda mais a minha vida, nossos lábios se tocaram. O grito de Inoue e Nell veio forte junto com a gargalhada de Yoruichi e a exclamação de horror de Chad. Grimmjow parecia tão afetado quanto eu (e eu estou muito mal, por sinal) e sorria minimamente. Não perdeu a compostura e, antes que se afastasse completamente, selou ainda mais nossos lábios deixando ali um gostinho de quero mais.
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