Um amor em tijolos
Beijos
– Bom dia, luz do dia!
Uma claridade instantânea no quarto fez com que Gina acordasse com um pulo. Atordoada, ela olhou para a janela, onde dois gêmeos ruivos riam de sua cara.
– Fred, Jorge! - resmungou ela - eu vou matar vocês.
Os dois irmãos de Gina sorriram idênticos. Fred e Jorge eram três anos mais velhos que ela e adoravam perturbá-la.
– Querida Gininha, - começou Fred-já é quase meio - dia. Não acha que é hora de levantar
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– Ok então. - disse Jorge - Fred, você pega os braços e eu os pés.
– O quê?!
Mas eles não deram tempo para ela objetar. Fred pegou seus braços enquanto Jorge pegava seus pés. Em um segundo, ela estava sendo carregada para fora do quarto.
– Mas que absurdo!-gritou Gina - me ponham no chão! Eu estou de pijamas!
– Nós percebemos-disseram eles juntos.
– Mas que gritaria é essa?-perguntou Rony, abrindo a porta de seu quarto, por onde eles passavam.
– Estamos acordando a Foguinho-disse Fred.
Ao ver a situação, Rony começou a gargalhar. Gina o fulminou com o olhar.
– Me coloquem no CHÃO!
Os gêmeos não ligaram. Desceram as escadas ainda a carregando.
– Mas o quê é isso?-perguntou Molly, a mãe de Gina, quando chegaram à cozinha.
Gina não queria levantar - começou Fred.
– Então nós tratamos disso - terminou Jorge.
Eles a colocaram no chão. Irritada, Gina começou a estapeá-los.
– Seus..idi...otas!
– Oba! - disse Harry, entrando na cozinha - espetáculo de luta logo de manhã! Isso é que é diversão.
Ele sentou-se a mesa enquanto Gina corava mais forte que seus cabelos.
– Ah, bom dia Harry - disse Molly - coma um pouco, está tão magrinho...
– Você diz isso pra todo mundo, mãe - disse Rony ao adentrar a cozinha.
Harry sorriu para Molly e agradeceu pela preocupação.
Gina arqueou as sobrancelhas. Ele era educado com todo o mundo, menos com ela. Mandando um olhar maléfico na direção dos gêmeos, ela voltou ao quarto, pretendendo se trocar. O café de manhã correu normalmente, assim como o almoço. Harry às vezes mandava indiretas nada legais para Gina, mas ela fingia não notar. Não ligue pra isso Gina, pensava, ele vai aprender a amá-la.
Depois do almoço, Harry e Rony foram assistir a um DVD na sala. Gina foi junto, já que os gêmeos saíram e sua mãe foi trabalhar no negócio da família. Uma grande e famosa rede de restaurantes.
– O quê vão assistir? - perguntou ela.
–Nada que te interesse-disse Harry. Rony não ouvia a conversa. Estava no seu quarto pegando o filme.
–Interessa sim-disse Gina-porque será na minha televisão, na minha sala e na minha casa.
Harry lhe mandou um olhar raivoso.
– Assim você nunca vai me conquistar Ginevra.
– GINA! - corrigiu ela - e você não sabe o quê está perdendo.
Sorrindo amavelmente pra ele, ela voltou a subir a escada.
Harry ficou chocado com a ousadia dela, quis segui-la e dizer que ela não era nada pra ele, mas decidiu ficar por lá mesmo.
Com uma cara emburrada, sentou-se no sofá esperando por Rony.
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Gina passou a tarde em seu quarto adiantando suas tarefas. Estava com vergonha de Harry e também chocada pela sua ousadia. Como ela pôde dizer aquilo? Ora, você quer conquistá-lo, não? Seja ousada. É assim mesmo que você tem que agir. Essa vozinha ficava o tempo todo na cabeça de Gina, e incrivelmente, ela era parecida com a de Luna.
Ela já estava com fome, sem falar que não adiantaria nada ficar trancada no refúgio do seu quarto. Resolveu descer para comer. Caso encontrasse Harry, seguiria a voz na sua mente.
Tomou coragem e desceu. Mas quando Gina chegou à sala, ela estancou no fim da escada. Harry estava deitado no sofá, em sono profundo. Gina não viu sinal de Rony.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Sem nem perceber, ela já estava ao lado dele.
Ele era tão bonito dormindo. Os lindos cabelos tão desarrumados, o rosto sereno, seus lábios... Gina seria capaz de beijá-lo.
Por que não? Pensou, ele está dormindo, nem vai perceber.
Gina se curvou para perto de Harry. Seu rosto estava muito perto do dele. É só um beijo...
Sem esperar mais, ela juntou sua boca à dele. Seus lábios eram macios e doces. A sensação era maravilhosa. Gina nunca havia beijado um garoto antes. Era o seu primeiro beijo. Um simples selinho, mas que deixou seu coração disparado.
Gina separou seus lábios dos dele e ficou admirando seu rosto. Beijou-o mais uma vez.
De repente, ela sentiu ele se mexer. Separou-se dele num instante.
– O quê pensa que está fazendo? - perguntou ele, ao acordar.
Gina não conseguia falar.
– Eu... Eu... Não... - ela começou a gaguejar.
– É incrível, não? - perguntou ele se sentando - é só o Rony sair e eu cair no sono que você vem e me ataca!
Ele falava de um jeito debochado.
– Me desculpe Harry... Eu não...
– Você não o quê? - perguntou ele.
– Resisti.
Harry soltou uma gargalhada.
– Eu sei que sou irresistível, mas isso não é motivo para me beijar.
Gina respirou fundo e o encarou.
– Por que você faz isso comigo? Será que você não entende?
Ele se levantou.
– Eu não gosto de você do jeito que você gosta de mim, Ginevra. Quer ver?
E com um movimento brusco, ele segurou Gina pela cintura e a beijou. Não foi um simples selinho. Foi o beijo. Aquele que Gina esperava há anos. Era exigente, mas ao mesmo tempo doce. Gina se sentia nas nuvens. Ela nem ao menos conseguia mover os braços.
Quando Gina ia colocá-los ao redor dele, ele se separou abruptamente. Eles se olharam. Harry parecia confuso, mas depois assumiu uma expressão de desdém.
– Viu? - perguntou ele - eu não senti nada.
Ao dizer isso, começou a subir a escada. As palavras foram como facadas para Gina. Mas uma vozinha no fundo de seu coração lhe dizia que Harry não havia falado a verdade.
Ela suspirou.
– Você vai aprender Harry - disse para si mesma - você vai.
E subiu para o seu quarto.
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