Chato

Impertinente


Capítulo 8: Impertinente.

Meus amigos sempre me disseram que você só é assim, por minha causa. E é daí que me vem a pergunta: “por que eu, meu Jesus?”. Essa foi a única vez onde desejei ser outra pessoa na minha vida, vai que assim você desistiria de me importunar.

Às vezes eu me pergunto como uma pessoa pode ser tão… Impertinente. Você é, simplesmente falando, errado. Não no sentido de ser ruim ou incorreto, e sim no sentido de que está numa posição, num lugar e em um tempo completamente desproporcional.

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Uma vez, assim que eu acabei de pousar minha cabeça sobre o seu peito, você me abraçou forte, pressionando-me contra você, acabando por dizer que se sentia como uma peça perdida de um quebra-cabeças. Você havia me dito que era como se todas as outras peças já estivessem encaixadas em seus devidos lugares, exceto você.

“Mas aí”, começou a dizer, erguendo essa sua sobrancelha, dando indícios de que uma declaração prepotente iria vir. “Eu achei você. E, a partir deste momento, descobri que não era onde eu deveria estar, e sim com quem. Você é o meu espaço vazio perfeito deste quebra-cabeças em que vivo.”

Se você calasse a boca neste exato instante, tudo seria perfeito. Mas, se você calasse a boca nos instantes corretos, eu nem ao menos reclamaria o tanto quanto reclamo de você, e nem ao menos estaria gastando meu tempo procurando por sinônimos na internet.

Por isso mesmo que você é chato.

Então, abrindo um sorriso extremamente cínico, você teve a audácia de me dizer:

“Não adianta negar. Eu sei que eu te completo também. Você era o único espaço vazio do quebra-cabeças, mas, graças a mim, você encontrou alguém que se encaixasse em você plenamente. E, acredite, não estou dizendo isso apenas metaforicamente.”

Eu queria conseguir tentar te odiar. Eu queria tentar odiar toda essa sua impertinência e prepotência, porque, caramba, é exatamente isso o que você é: um maldito impertinente.