Chato

Insistente


Capítulo 4: Insistente.

De tanto insistir, você acabou achando um lugar em mim. Um lugar que eu nem sabia que existia, que provavelmente ficava perto do coração e bem longe da cabeça, sabe, aquela parte racional? Aquela partezinha que te faz evitar pessoas irritantes e insistentes iguais a você?

Você é tão insistente, mas tão insistente, que, se te botassem num grupo de Testemunhas de Jeová, não importaria lugar, religião, personalidade, sexo, idade ou classe social, você converteria a todos, sem exceção. Ninguém bateria a porta na sua cara, estou falando sério - aposto até que te convidariam para um chazinho.

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Você me convidou para assistir ‘A Teoria de Tudo’ exatas quarenta e duas vezes naquela semana. Não que eu tivesse odiado, muito pelo contrário, o filme era ótimo, a única parte que eu não gostei foi ter ido assistir com você.

Eu não queria ter te beijado aquele dia, não queria sentir a acidez de seus lábios (que, por incrível que pareça, estavam doces - e acho que só ficavam cítricos comigo, porque, geralmente, sua acidez chegava a 0,3 pH), não queria ter aquele momento com você no exato instante em que o Eddie Redmayne caiu no gramado.

Você é tão insistente.

Você insistiu em mim, insistiu tanto, que acabou me descobrindo.

A acidez provinda de seus lábios corroeu até a mais forte das minhas defesas, produziu valas e buracos na minha memória, entupiu artérias importantes, me impedindo de respirar quando estava com você.

Você é um grande filho da mãe insistente, que conseguiu alcançar o mais profundo 'eu' que nem eu mesma sabia que existia.