Ancorado

Memória de Elefante


Só sei que a última vez em que encarei a face de tudo me fez perceber o quão longe a situação perdeu do controle. Era tipo olhar para o mal e se contorcer inteiramente por ter falhado a vida inteira. Até em falhas alheias vivia se caçando algum motivo pra ser culpa minha. Porque tinha que ser minha, tudo para que eu tivesse uma visão de maior efeito. Não ligo em ter a culpa, não ligo em sofrer, mas desmontar-me cada vez que vejo a face das mil situações chateava... Chateava...

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O destino não é justo com ninguém. Os mocinhos continuam sendo mocinhos, pois gostam de sofrer da penalidade desse mundo. Não é que gostem de sofrer, é que gostam da sofrência, mas acima de tudo, gostam de dizer que continuaram bons. O nome disso... Soberba. E se dizem bonzinhos... E entre tantas lembranças há o que de se resgatar. Um álbum queimado perdido nessa casa vazia. Não vazia de inabitável. Vazia de poder existido. Mas o destino não quis.


Eu fui feliz por um dia
Ah, como eu lembro
Seu olhar que me trazia
O fim de todo o meu lamento

E eu fui feliz por um dia
Te conheci por fora e por dentro
Meu coração que tanto batia
Desacelerou e ficou lento

Os aviões voavam
A estrada corria
Tudo diante do momento

Os sorrisos se fecharam
O frio percorria
Tudo da lembrança
De que eu fui feliz por um dia

O tempo não faz bem pra ninguém.

E há quem diz que boas lembranças não machucam...

E que o tempo cura...