Ancorado

Versos Dúbios - Acervo Final


Tudo que eu lembro foi que o ódio sumiu. No meio da caminhada... Talvez fosse falta de encontro cara a cara com o grande inimigo, mas a vida colocou na minha cabeça que aquilo nunca iria acontecer; e, apesar de não acreditar em nuncas, eu acreditei naquele. Apesar da caminhada... Apesar de nem ter olhado para trás, percebi que vim a lugar nenhum. Cego por um tormento sem sentido.

Se eu não morri, o propósito não é ir atrás da morte. Se a morte me quisesse, ela teria me raptado na primeira (das muitas) oportunidade que teve. O ódio foi embora, a negatividade nem tanto; as trevas muito menos. Mas eu vi que era bom, assim como Deus criou o mundo e viu que era bom. Assim como ele criou luz no meio das trevas e viu que era bom. Assim como eu via que era bom.

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Era bom.

Todos os perdões foram à lixeira

Varridos despreocupadamente

O outono veio, espalhou cegueira

Harmoniosamente

Perdi meu braço direito

Não literalmente

Não enxerguei além do perfeito

Lamentavelmente

E a lua acinzentada do décimo dia se repete

O terceiro ciclo de maldições

Por antes ter conhecido

Por entre sentir o afável

Por pós dissoluções

A amarga decisão gerou demais decisões

Marcou-se um eterno que durou

Durou mais que qualquer promessa

E continua durando, trazendo remessa

De vínculos que não se quebram

Em qualquer lugar lá estará

Em qualquer situação o coração parou

Vesti-me falsamente

Esperei agradar

Pôs-me a continuar

Era difícil

Eu sempre soube desde o início

Dói

A ventania joga tudo fora

Às vezes traz conforto por meia hora

E não é a pessoa

É o sentimento

Perdido porque a criança se empolgou demais

Perdido porque na manga não tinha um ás

Conheço todas as invisíveis dores

Lamento por não tê-las conhecido antes

Lamento pelo cantar não ouvido

Que queria tanto...

Cresce

Ninguém quer que as paredes caiam

Ninguém deseja o cair da ponte

Porque nutrir-se da fonte

É essencial ao ver humano

Imprescindível contra o insano

Não há luz nem há plano

Tudo se resumiu ao plano final

O faz de conta do último encontro

Por tudo...

A poça que me afogou em tanta escuridão

O iluminar que as trevas me deram

O desfazer do que não foi feito

Eu agradeço

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Até ironizo

Achei que passaria por diversos obstáculos

Que a caminhada seria maior

Que eu veria ainda mais do pior

Mais do que já tinha visto

O pior sempre esteve dentro de mim mesmo

Antes gélido

Hoje sombrio

E são trevas boas

Não é assim que soa

Cada gota de ódio anulou-se numa cura

Impediu-me de uma suposta loucura

Enferrujou a tentativa de fechadura

Colocou-se em ordem de amargura

Lamentarei todos os dias como se estivesse queimando eternamente no inferno

Mas sem culpa

O que eu quero já não está mais em você

Nem em mim

Nem em nós

Nunca esteve.

Boa sorte.

Vai precisar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.