Capítulo 31

POV Fernanda
Eu queria muito conseguir entender tudo aquilo que estava acontecendo comigo, na minha vida. Mas por mais que eu tentasse, eu simplesmente não conseguia de maneira alguma. Algo dentro de mim me tratava, me impedia, me repelia. Eu estava rejeitando o único homem que eu mais amei na minha vida, o pai do meu filho. Na verdade eu não conseguia me entender. Ele só não teria mais os movimentos das pernas, ele não estava sujo nem muito menos com uma doença contagiosa! Porque eu estava agindo tão ridiculamente?
Logo eu que sempre era tão segura de mim! Estava me deixando iludir por idiotices da minha cabeça. Porque aquilo era sem noção! Aquela não era eu, não podia ser! Eu mesma não estava me reconhendo.
Raphael olhava para mim sem entender nada ou melhor ele já tinha entendido tudo. Exatamente tudo! Só eu quem não tinha entendido ainda, que ele precisava de mim. Do meu apoio. Minha compreensão! Ele precisava de mim apesar de tudo.
— Desculpa Rapha! Eu... - Começo a dizer.
— Sabe Fernanda, eu esperava mais de você! Pensei que tudo o que você já me ensinou e me disse, você já tivesse aprendido tudo. Mais pelo jeito você não desaprendeu, na verdade você nunca aprendeu! - Disse Raphael.
— Aí Raphael é tudo muito novo, tudo muito difícil! Eu te amo muito! Você é minha vida, mais eu estou totalmente sem chão... - Digo.
— Se você está sem chão com tudo isso, imagine eu Fernanda? Minha vida acabou. Vou ter que ficar o resto da minha vida preso em uma cadeira de rodas! Isso você não enxerga! Isso você ainda não entendeu e não percebeu? Meu Deus! A única coisa que eu preciso é de você esteja comigo, que você me apóie! - Disse Raphael.
Comoço a chorar copiosamente. Como eu era idiota, burra, uma ignorante. Não era porque o homem que eu amava ficaria preso em uma cadeira de rodas que teria que deixa - ló! Abandona - ló! Ele precisava de mim, a única coisa que ele queria era eu do lado dele. Nós já tínhamos passado por tantas coisas para estarmos juntos, que hoje que poderíamos continuar vivendo tão bem quanto antes eu estava jogando tudo fora!
— Não sei o que dizer e nem o que pensar de você! E a cima de tudo essa sua atitude ridícula! Me deixa sozinho pfv. - Disse Raphael.
Olho para ele e resolvo atender o pedido dele e saio do quarto. Eu precisava pensar na minha vida, em mim, nas minhas atitudes e principalmente no Rapha! Saio do quarto e vou para casa!
Pego um táxi. Com toda aquela confusão tinha deixado meu carro em casa. Dou o endereço da minha casa para o taxista e rapidinho eu chego em casa.
Chego em casa e vou direto para meu quarto, precisava de um bom banho e depois cair na casa cama e pensar. Vou para o banheiro tiro minha roupa e entro no chuveiro para tomar uma ducha bem refrescante! E depois volto para meu quarto, me jogo em minha cama e fico pensando em tudo que estava acontecendo na minha vida.
Era tudo muito novo. Muito diferente. Estranho até! Da noite para o dia tudo pode acontecer, pode mudar. Em um dia o que era um sonho vira pesadelo. Queria que tudo fosse mesmo só um sonho ou então um pesadolo para que eu acordasse e visse que tinha passado, que aquilo tudo não estava acontecendo na minha vida!
Levanto de minha cama precisa beber um pouco de água e no meu quarto não tinha mais, iria buscar uma garrafa pequena com água para não precisar ficar ido e voltando do quarto para cozinha toda hora. Ainda mais agora que meu médico disse que era bom beber muita água para não dar estrias, eu não queria aquilo de jeito de nenhum!
Sai do meu quarto e fui andando de vagar até a escada que dava para o andar de baixo. Olhei em volta e vi um vulto passando rápido, pensei que fosse apenas uma das muitas empregadas que tínhamos em casa! De repente sinto alguém chegar por trás de mim e colocar a mão em minha boca a tapando por completo. Olho para cima e vejo o rosto da pessoa. Era a Ana! O que ela estava fazendo ali? O que ela iria aprontar desta vez? O que seria de mim?
— Chegou sua hora Fernandinha! - Disse Ana.