H.I.D.H.Y. — Honestly I Don't Hate You

Capítulo 13 - Mudança de Rotina


No dia seguinte acordei com o som horrível do despertador, sério que já é dia? Quando finalmente consegui levantar e desligar o despertador marcavam seis da manhã. Estou tão acostumada em acordar as sete e meia para ir ao colégio que acordar tão cedo parecia coisa de outro mundo. Corri, andei me arrastando, até a escrivaninha e peguei a agenda do Haru.

6h00 — Pegar o uniforme do clube de basquete na lavanderia, separar os materiais da aula do dia que estão no escritório, pegar o café da manhã na cozinha e levar ao meu quarto.

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6h30 — Me acordar! NOTA 1: nunca ouse me acordar um segundo antes deste horário a não ser que queira ser arremessada pela janela! NOTA 2: não se esqueça de usar o uniforme!

Olhei para o relógio, seis e cinco. Estou atrasada! Corri até o guarda-roupa a procura do tal uniforme e encontrei uma capa preta. Dentro dela estava o uniforme, porque não me surpreendi ao ver uma rupa tradicional de maid? Suspirei fundo antes de me trocar, mas quando me olhei no espelho senti algo estranho.

— Deixe me conferir. Já vi muitas maids vestidas assim na televisão, mas o que está errado? Vestido preto com detalhes em branco cheio de babados, ok. Avental branco com babado, ok. Cauda de gato, ok… HEIN?? — Me virei sem acreditar, mas era isso mesmo, tinha uma cauda no meu uniforme. O Haru só podia estar de brincadeira.

Senti a etiqueta da gola me incomodar então a puxei com força, mas quando olhei com atenção descobri que não era uma etiqueta e sim um bilhete onde dizia: “não se esqueça dos acessórios, eles estão no armário”. Voltei para o guarda-roupa e encontrei uma caixa, meu queixo caiu quando abri, mas acho que eu já esperava por isso. Um par de sapatilhas, um relógio de pulso, um arco de cabelo com babado e orelhas de gato e um par de luvas em forma de pata de gato, tudo com as cores do vestido. Fechei os olhos e contei até dez e vesti tudo aquilo preparada para o que viria.

— Você não vai me derrotar! — gritei apontando para a porta e sai do quarto.

Fiz todas as obrigações que estavam na agenda e as 6h29 estava em frente a porta do quarto do Haru com uma bandeja onde se encontrava o seu café da manhã, esperei que desse a hora exata para entrar, não queria correr o risco de sofrer um acidente.

Havia se passado um minuto exato quando adentrei no quarto e quase cai com a bandeja, estava tudo uma bagunça, roupas e sapatos jogados por todo o lado, caixas de pizza e latas de refrigerante. Como pode existir uma bagunça tão grande assim numa casa com tantos empregados? Caminhei até uma mesinha de canto e deixei ali a bandeja, fui até a janela e abri uma grande cortina escura que impedia a luz do sol de iluminar o quarto, depois fui até a cama para acordá-lo. Pode parecer inacreditável, mas vendo o Haru dormindo até parece que ele é humano. Mas não se engane, mesmo nesse momento meu desejo era asfixiá-lo com um travesseiro, mas vamos deixar isso para depois.

— Haru? — disse no meu tom de voz normal a alguns passos da cama. — Haru? — Ele deve estar em um sono pesado. — Haru! — Desta vez minha voz saiu um pouco alta, até demais, mas pelo menos ele resolveu se mexer.

— O que foi agora? — A voz dele saiu baixa e rouca.

— Está na hora de você acordar. — Minha voz conseguiu sair ainda mais baixa, por medo do que aconteceria por despertar a fera.

— Que horas são exatamente? — Ele estava de costas e cobria a cabeça com um cobertor enorme.

— Seis e Trinta e dois — disse olhando para o relógio.

— Droga! Porque me acordou tão cedo? — Sua voz mais parecia um rosnado.

— Foi você quem disse para eu te acordar as seis e meia. — Enquanto falava eu andava de costas, meu instinto me dizia para sair dali o mais rápido possível.

— Idiota! A aula só começa às oito e meia, você não tem noção de tempo? Pode-se ver que nem mesmo se deu ao trabalho de ler a minha agenda com atenção. Agora saia daqui e só volte quando realmente estiver na hora de eu levantar.

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Haru cobriu a cabeça com o cobertor e foi minha deixa para sair do quarto. Após fechar a porta atrás de mim peguei a agenda que estava no bolso do meu avental e reli as instruções, tudo estava certo, mas então notei uma nota minúscula no rodapé onde dizia: se não houver compromissos de manhã, me acorde às oito horas. Suspirei irritada e caminhei de volta ao meu quarto enquanto tentava decorar a agenda matutina do Haru.

Segunda: Treino de basquetebol às 6h45.

Terça: Ensaio de banda às 6h45.

Quarta: Academia às 6h45; Natação às 7h30.

Quinta: Treino de basquetebol às 6h45.

Sexta: Ensaio de banda às 6h45.

Sábado: Trabalho na agência, apenas nas datas marcadas.

Domingo: Trabalho na agência, apenas nas datas marcadas.

— Droga! — exclamei ao me lembrar que hoje era terça-feira. Olhei o relógio que marcava 6h43 e voltei ao quarto de Haru correndo. — Haru! Acorda, você está atrasado — gritei enquanto o cutucava.

— O que foi agora idiota? — Ele sentou-se na cama enquanto seu mau humor era visível.

— Hoje você tem ensaio às 6h45.

— E que horas são agora?

Olhei o relógio mais uma vez, engoli em seco e sussurrei:

— Seis e quarenta e seis.

— Sua garota inútil! — gritou Haru pulando da cama e ficando de frente para mim. — Eu te dou um trabalho simples e nem isso você consegue fazer! Pode ter certeza que eu vou descontar do seu salário. Agora saia daqui!

Sai correndo para o meu quarto antes que eu fraquejasse e deixasse minhas lágrimas aparecerem. Deixei meu corpo cair sobre a cama e comecei a gritar com o rosto abafado em um travesseiro para minhas frustrações irem embora. Decidi tomar um banho de água fria pois sabia que o dia seria longo e quando sai do banheiro a senhora Masashi me esperava com uma travessa cheia de aperitivos. Ela acertou novamente, eu estava morrendo de fome. Então me sentei ao lado dela e começamos a comer juntas enquanto conversávamos.

Quando acabei, passava um pouco das oito horas. Peguei minha mochila e a do Haru e fiquei o esperando na sala de estar. Após receber muitas dicas da Masashi-san eu me sentia mais confiante. Haru apareceu em menos de dez minutos e então fomos direto para o colégio. Ele disse que eu podia usar minhas próprias roupas para ir ao colégio, mas estava proibida de tirar as orelhas de gato.