Giocare
Reação
(um clarão, seguido por um estrondo)
Prússia: (acorda, assustado. Murmura) Deus… Foi só um trovão…
Alemanha: (vira-se para ele, olhos meio abertos)
Prússia: Também acordaste?
Alemanha: Já estava acordado…
Prússia: (leva a mão à mesa de cabeceira e pega no relógio) Ainda são onze e dez… (senta-se)
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Alemanha: O que foi?
Prússia: (boceja) Tenho de mijar. Aonde estão os fósforos?
Alemanha: Na gaveta.
Prússia: (levanta-se. Abre a gaveta e tira a caixa de fósforos) Será que os outros também acordaram? (acende uma vela)
Alemanha: (cobre os olhos) Sei lá… Não faças barulho.
Prússia: (revira os olhos, andando para a porta com a vela na mão) Sim, sim… (sai do quarto) Agora, aonde é que era mesmo… (repara que a porta do quarto dos italianos está aberta) Hm? (espreita lá para dentro) Ita? Roma? (entra no quarto) Aonde é que vocês-
??????: (voz fraca) P-prússia?
Prússia: (para, olha à sua volta) Quem está aí?
??????: Aqui idiota… Ajuda-me!
Prússia: Romano? (sai do quarto, olha para todos os lados) Onde estás?!
Romano: Ao pé das escadas…
Prússia: (corre) Mas o que…?!
Romano: (encostado à parede, camisola cheia de sangue)
Prússia: (agacha-se, preocupado) Roma! O que aconteceu?! De onde é que vem este sangue?!
Romano: (abaixa o olhar) O meu braço…
Prússia: (olha pra o braço do outro. A camisola estava rasgada e um grande corte podia ser visto) Merda! (tira a sua camisola)
Romano: Oi, o que fazes?!
Prússia: Temos de tratar de ti, certo? (pressiona a camisola contra o corte)
Romano: (estremece) Não faças tanta força!
Prússia: Como é que isto aconteceu?
Romano: (engole em seco)
Prússia: Romano! (faz mais força)
Romano: AI! (empurra-o) Okay! Foi… Foi o Feleciano…
Prússia: (em choque) O Feli?! Porquê?!
Romano: Lembras-te da lenda que ele nos contou?
Prússia: (acena com a cabeça) Porquê?
Romano: Não sei, ele ficou louco e diz que quer jogar… Que quer jogar áquilo…
Prússia: Merda... Eu sabia que ele estava… UGH! (põe um braço à volta da cintura do Romano) Anda, vamos tratar de ti… E acordar os outros.
(no quarto dos italianos. O Romano, o Prússia e o Japão estão sentados numa das camas, enquanto o Alemanha anda em círculos)
Alemanha: (a andar de um lado para o outro, claramente nervoso) Estás-me a dizer que o Itália simplesmente pegou em ti, atirou-te contra a parede, deu-te um murro na barriga quando te levantaste e depois acidentalmente cortou-te o braço quando o conseguiste empurrar e fugir para o corredor?
Romano: Exato…
Japão: (acaba de pôr uma ligadura à volta do braço de Romano) Feito. Eu só não entendo o porquê disto tudo…
Romano: Ele disse qualquer coisa sobre um jogo…
Prússia: Não me digas que ele quer jogar esse Giocere ou Giocale!
Romano: (irritado) Chama-se Giocare, idiota! E sim, eu acho que é isso que ele quer!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Prússia: (leva as mãos à cara) Mas porquê agora?! O que é que aconteceu para ele ficar assim?!
Alemanha: (suspira) Isto é mau… (para, tenta se acalmar) Romano, tu que conheces o Itália à mais tempo… Há alguma maneira de o acalmar e acabar com isto?
Romano: (pensa) Bom, poderíamos fazer o que ele quer e jogar. Somos nações, não podemos propriamente morrer.
Prússia: (levanta-se da cama) Bela ideia! Mas, como sabemos o que fazer? E quais são as regras?
Alemanha: (para ele mesmo) Se é que elas existem…
Romano: Lembram-se da história? O jogo acaba com o nascer do sol, e o objetivo é eliminar os membros da equipa adversária. Parece simples.
Alemanha: Pois, mas se bem me lembro, não está mais ninguém nesta mansão sem sermos nós. O Itália não tem uma equipa.
Romano: Mer-
Prússia: (olhos arregalados, como se tivesse percebido algo) O telégrafo! Ele deve ter usado o telégrafo!
Alemanha: (abana a cabeça) Irmão não sejas um imbecil. Quem é que hoje em dia tem um telégrafo em casa? Quer dizer, muitas nações ainda os têm, mas quem te diz que eles recebem as mensagens?
Prússia: A não ser que isto tenha sido tudo planeado!
Romano: Está a dizer que o meu irmão, desde o inicio, queria-
Japão: (tosse) Peço desculpa por me intrometer, mas têm a certeza do que estão a fazer? Isto não é propriamente um jogo do esconde esconde. Podemos ser imortais, mas continuamos a sentir dor. E, nesta altura, eu acho que é mais importante percebemos o que aconteceu do que nos metermos em aventuras malucas. O Itália pode muito bem ter planeado isto, mas não acho que deviríamos dar palpites sem saber o que aconteceu. Devemos nos perguntar, o que o levou a comportar-se assim?
(silêncio)
Alemanha: (senta-se, confuso) De manhã ele parecia normal. Fazia piadas secas, que só tinham graça porque ele exagerava as vozes e ria que nem um perdido…
Japão: E quando chegámos aqui, ele continuava inocente e assustadiço…
Alemanha: Confesso que fiquei surpreso quando ele nos ajudou com a lâmpada, mas porra! Ele é mais velho que eu! Não pode ser assim tão inútil!
Romano: Hei! Não fales assim dele!
Alemanha: (olha para ele) Estou a elogiá-lo.
Romano: Tsk…
Alemanha: (suspira) Enfim, quando estávamos a ver os quartos, ele também não me pareceu estranho.
Prússia: Bom, quando eu cheguei ele estava normal… Quer dizer, ele do nada ficou muito calado, mas continuava normal...
Romano: Quando tu e o bastardo patata* do teu irmão saíram, ele não estava normal. Quer dizer, ele levou as minhas malas! E vocês sabem o quão pesadas elas são!
Japão: Então… Foi algo que aconteceu entre vocês chegarem e o Alemanha e o Prússia entrarem em casa.
(todos pensam)
Alemanha: (arregala os olhos) Não… Não me digas que…
Romano: (enervado) Fala logo!
Alemanha: (ignora) Não me digas que foi o que eu disse…
Prússia: (pensa) O que tu- Ah! Achas?
Alemanha: Quer dizer, eu digo isso todos os dias… Qual seria a diferença entre dizer isto hoje e dizer isto à dois anos atrás?
Romano e Japão: O quê?
Alemanha: (para o Romano) Lembras-te quando eu disse ao Itália para te ajudar com as malas?
Romano: (acena com a cabeça) E depois, ficou subentendido que tu disseste ele nunca faz nada.
(silêncio)
Alemanha: (nervoso, senta-se e leva as mãos à cara) Mas não pode ser isso! Eu-ele-
Prússia: (tenta acalma-o) Pode ter sido outra coisa! Ele se calhar só começou a agir assim porque se lembrou de algo!
Japão: Sim, pode ter sido uma memória.
Romano: (pensando) Isto não importa agora.
Alemanha: (olha para ele) O quê?
Romano: (levanta-se) Logo pensamos nisso! Agora, o mais importante é encontrar o meu irmão. Se estivermos certos e ele tiver usado o telégrafo, alguém de fora pode estar envolvido. Conhecendo o Feli como eu conheço, ele pode ter uma carta na manga… É melhor chamarmos mais gente, só para prevenir.
Prússia: (sorri) Roma! Quando queres, até consegues ser um líder!
Romano: (revira os olhos) Não te esqueças que eu sou o país da máfia.
Japão: (sussurra, para os outros não ouvirem) Doitsu?
Alemanha: Hm?
Japão: (sorri) Eles precisam de um líder a sério. Ideias são boas, mas apenas alguém com um espírito realista e de liderança as pode pôr em obra.
Alemanha: (entende o que ele está a sugerir. Levanta-se) Muito bem! Formação!
Japão, Prússia e Romano: (fazem uma fila na horizontal, com costas direitas e cabeça erguida)
Alemanha: Primeiro, vistam as fardas. Não vamos fazer… o que quer que isto seja em pijama. E as nossas roupas normais não nos dão tanta camuflagem como os uniformes dão!
Japão, Prússia e Romano: (acenam)
Alemanha: Segundo! O Romano tem razão, mais vale prevenir! Irmão, lembras-te daquele rádio que trouxeste? Vê se consegues contactar alguém com ele! A pessoa mais próxima de nós é a Hungria.
Prússia: (nervoso) Mas ela-
Alemanha: Nada de mas! Ela não precisa de nos ajudar diretamente, passar a mensagem a outro é o suficiente. E, por favor, tenta manter isto entre o menor número de pessoas possível. Estamos entendidos?
Prússia: (acena)
Alemanha: Terceiro! Precisamos de todo o tipo de velas, fósforos e objetos com que nos possamos defender. Romano e Japão, posso contar com vocês?
Romano e Japão: (acenam)
Romano: Como se tivéssemos escolha…
Alemanha: E em ultimo… Nunca andem sozinhos. Eu e o Prússia estaremos no quarto. Quando acabarem, venham cá ter. (fecha os olhos) Oh, já agora, fiquem só neste andar. É mais seguro.
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