Anteriormente em Uma Nova Chance...

Não havia mencionado o quarto de hóspedes por querê-lo comigo naquela noite, seria incrível o fato dele dormir ao meu lado depois de tanto tempo longe. Prestes a cair num sono profundo senti braços ao redor de minha cintura e um beijo estalado e carinhoso da parte dele.

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— Eu te amo, Tris.

Então dormi.

(...)

Um certo conforto me fazia querer ficar deitada na cama eternamente. Meus olhos recusavam-se a abrir e sequer um ruído me impedia de continuar tão tranquila. Aconcheguei-me mais próxima a Tobias e logo senti seu braço apertar levemente minha cintura. Sorri e fiquei instantes o observando dormir até me levantar com o máximo cuidado possível e caminhar até o banheiro. Lavei o rosto e escovei os dentes numa calma extraordinária para quem muitas vezes fazia tudo com pressa.

— Talvez seja uma áurea nova -murmurei para mim mesma, brincando.

Enxuguei meu rosto e pus os fios desalinhados do rabo de cavalo mal feito, no lugar. Sai pegar mais uma muda de roupas e avistei Tobias sentado na cama, coçando os olhos.

— Bom dia - disse ele, bocejando.

— Bom dia. Dormiu bem?

— Muito - mordeu os lábios. - Irei tomar um banho. - piscou e depositou um beijo na minha bochecha antes de fechar a porta.

Peguei um jeans e uma camiseta e os coloquei sobre a cama desarrumada e fui até o quarto de Ana. Silenciosamente entrei nele e a cobri mais com a manta amarela, beijei sua testa e ela resmungou, encolhendo-se. Sai evitando fazer barulho e voltei para pegar minhas roupas para tomar um banho no quarto de hóspedes. Entrando no quarto, Tobias puxou-me inesperadamente pela cintura e me fitou com um brilho nos olhos, alisou minha face e contornou minha boca com o dedo, então me beijou. Não hesitei em corresponder e em segundos já sentia as mesmas sensações sentidas sempre e unicamente ao lado dele. Meu coração dava saltos e mesmo sentindo o ar faltar pouco a pouco eu não queria que acabasse. Segurei delicadamente seu rosto e ele aproximou ainda mais nossos corpos.

— Tobias - ofeguei, quando ele me fez entrelaçar as pernas em sua cintura. - Você tem que ir trabalhar - beijei uma última vez seus lábios e pus-me no chão novamente (contra minha própria vontade), tentando me recompor.

Ele deu um sorriso de lado, ofegante. Juro que não queria acabar com o clima naquele instante, mas deveria haver um limite entre nós, pelo menos por enquanto.

— Se você não tivesse avisado eu sequer teria me lembrado desse detalhe - deu de ombros. - Vou ver Ana e depois para a empresa. Mais tarde estarei aqui.

— Não vai ficar para o café da manhã?

— Quem sabe outro dia - piscou, saindo em seguida para o corredor. - Estou atrasado, esqueceu? - um sorriso travesso brincou em seus lábios.

Ele não estava sendo nenhum pouco justo.

— Pois é.

Corri até ele e o beijei, antes dele se despedir e sumir no corredor.

(...)

— Adivinha quem está namorando? -Christina grita assim que senta-se na cadeira. - EU!!

Engoli o choque por alguns segundos e fiquei esperando ela dizer que tudo se tratava apenas de uma brincadeira.

— Não vai dizer nada? - ela murcha o sorriso. - Não tem ideia do quanto estou feliz, Tris! E tem a aliança.

Ergueu sua mão morena com um arco prateado cheio de minúsculas pedras cintilantes.

— Nossa! - soltei. - Você está querendo dizer que está namorando o Will?

— Sim.

— O Will que eu conheço?

— Sim.

— O Will amigo do Tobias?

— Sim.

— O mesmo Will que bebe mais que cachaceiro e finge que não liga para você? - disse a ponto de gargalhar.

— Posso garantir que ele fez questão de me pedir em namoro e está convicto de sua decisão.

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— Ele pelo menos estava lúcido?

— Òbvio - rimos. - Quero uma salada e outro prato á escolha do chefe. - ela diz para o garçom.

— O mesmo. - digo, antes que ele se retire. - Mas, dessa vez é sério mesmo?

— Com toda a certeza do mundo!! - sorri largamente.

— Já estava na hora!

Fiquei aliviada ao saber que era sério. Ela e Will viviam brigando como gato e rato e seria trágico não vê-los juntos, principalmente agora que Shaunna também engatara de vez seu romance com Zeke e ela estava mais carente do que nunca.

Meu celular tocou e rapidamente o atendi.

— Susan? Quanto tempo!

— Pois é! Você nem me ligou e deve ter um bom motivo, não é?

— Aconteceram muitas coisas, Su, mas em breve vou visitá-los e deixá-la a par de tudo.

— Então arrume suas malas querida, daqui uma semana você será obrigada a vir. Caleb e eu iremos nos casar!

Ergui as sobrancelhas, extasiada.

— Meus parabéns!! - disse, alegre. - Não tem ideia do quanto estou feliz por vocês, Su! Nem preciso perguntar se meus pais aceitaram a união, né?

— Acho que eles já sabiam que um dia isso iria acontecer, Tris! Seu irmão é um fofo! Ouça, eu preciso ir agora, não esqueça-se de levar minha sobrinha, ok?

— Pode deixar!

Nos despedimos e em segundos Christina engatava um novo assunto comigo. Contei sobre Tobias e sobre nossa tentativa de voltar. Foi bem a cara dela dizer que já sabia que isso iria acontecer um dia e jogar na minha cara que íamos no casar, viver felizes para sempre até que a morte nos separasse, até porquê, diante da concepção dela, Tobias nascera para mim e eu para ele. Concordei veemente, ele era sim, o homem da minha vida.

— Lynn está sentindo sua falta na empresa, aliás, todos nós. Se já se resolveu com o Eaton, não há motivos para ladainha e frescura. Por que não volta?

Suspirei.

— Por enquanto não, Chris. Irei procurar outro emprego, encontrar novos ares, entende?

Ela concordou e deu de ombros.

— Você quem sabe.

Bebi um gole da minha água e fui surpreendida com o sorriso mais sacana e pretensioso de Eric.

— O tempo passa e sua beleza continua a mesma, senhorita Prior. Sentiu saudades? Por que eu senti.

Reprimi o riso com um revirar de olhos e levantei-me para cumprimentá-lo, relutante, e ele logo me envolveu com um abraço carinhoso forte demais e um beijo na face.

Era difícil omitir que ele tinha falado mal de Tobias durante a festa que parecia ter ocorrido milênios atrás. No início ele estava certo, mas agora eu entendia que Tobias tinha um motivo plausível para agir daquele jeito e tínhamos tomado uma decisão juntos. E não seria eu a voltar atrás.

— Você é alguém difícil de esquecer, Eric.

— Resposta errada para a minha pergunta, Prior.

Ele mordeu o lábio inferior e em seguida olhou para Christina que nos fitava com curiosidade.

— E como anda seu assunto com o Max, Christina? - Ele se sentou na cadeira ao lado da minha.

Sentei-me também, erguendo uma sobrancelha para minha amiga, interessada com a suposição que cercava minha mente instantaneamente. Desde quando ela tinha assuntos para resolver com Max Bell?

— Já. Há muito tempo - respondeu ela, dando de ombros. - Mas o que o traz aqui?

— O que você acha que pessoas como eu vêm fazer num restaurante? - indagou Eric, debochado.

— Não sei, quem sabe as mulheres que costumam vir comer desacompanhadas e, após uma rodada de cantadas baratas suas, são levadas para sua cama? - Christina rebateu, irritada.

— Só saberá quando vier almoçar sozinha.

— Chega - inspirei fundo. Até meu nível de conhecimento sobre Christina, jamais a vira daquela maneira com alguém. - Nós já estávamos de saída, Eric, desculpe-me - apontei para a mesa agora vazia.

— Sem problema, linda.

— Espero você lá fora. - disse Christina, apertando a alça da bolsa com força e caminhando com o nariz empinado para fora do restaurante.

Levantei-me também ao passo que Eric me acompanhava com o olhar centrado e hipnotizante que possuía. Se ele não fosse tão estranho e se não tivesse motivos para ser odiado por Tobias, eu me apaixonaria fácil por ele. È simples assim, há pessoas que são "apaixonáveis", mesmo não sendo a escolha correta.

— E o Eaton? - Eric dobrou os braços.

— Estamos juntos agora - disse, sem vontade de prolongar o assunto.

Ele bufou.

— Sério mesmo, que depois dele ter sido um idiota você vai dar uma chance á ele?

— Sim, todos merecem uma segunda chance.

— Até aquele que traem na cara dura?

— Não quero saber o que pretende dizendo essas coisas, Eric. Mas saiba que jogar sujo e envenenar minha mente não vai me fazer mudar de ideia.

— Duvido, se soubesse onde ele passou a noite - e com quem, continuaria defendendo-o.

Ele tirou o celular do bolso e em seguida o entregou a mim. Uma foto de Tobias aos beijos com Molly destacava-se no fundo de cores em neon despontando nas paredes, o vulto de pessoas dançando também preenchia o espaço.

— Sim, eu sei onde ele estava ontem a noite, Eric. - olhou-me com expectativa. - Na minha cama.

Dei-lhe as costas, tentando controlar minhas emoções. Podia pular no pescoço de Eric naquele instante mas depois me sentiria negligente e idiota, fazê-lo engolir suas palavras más era o bastante.

Entrei no carro de Christina e minutos depois ela estacionava em frente ao prédio e subíamos no elevador.

— Eu sempre soube das intenções dele com você, Tris. Sabia que você logo daria um pé na bunda dele então não seria problema deixá-lo se aproximar. Mas ele foi longe demais tentando fazê-la ficar contra o Tobias. E burro também, ele deveria ter sacado que tinha uma grande probabilidade de estarem juntos ontem.

— Concordo com você, mas será que podemos mudar de assunto? - Pedi, enquanto Christina fechava a porta do meu apartamento.

— Está bem, mas nossa conversa ainda não está terminada.

— Muito menos agora que sei que você e o Max tiveram algo - falei.

Joguei-me no sofá e pus minha bolsa ao lado. Christina fez uma careta e sentou ao meu lado.

— Tris, isso aqui é para você. Chegou há pouco tempo. - Marlene, contente e pulando, trouxe consigo um buquê de rosas vermelhas. - Tem um cartão também.

— Obrigada - sorri, ansiosa. Cheirei as flores de aroma leve e adocicado e peguei o cartão neutro do meio delas. Abri com expectativa e deixe-me ser levada pela sensação de euforia e bem estar ao ler em caligrafia torta mas legível as palavras de Tobias.

Conheci várias pessoas e nenhuma delas conseguiu arrancar o mais sincero de meus sorrisos além de você (e nossa filha, claro).

Cada dia, cada hora, cada minuto e cada segundo da minha vida pertencem a você, tenho a certeza de que meu coração escolheu a pessoa certa para amar verdadeiramente.

Obrigado por surgir em meu caminho e por simplesmente existir.

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Obrigado por ser você.

T.