Uma Nova Chance
A mais pura verdade
Anteriormente em Uma Nova Chance...
Meus olhos estavam quase se fechando quando o som estridente da campainha fez com que eu despertasse. Olhei para o relógio na parede, constatando que se passava da oito da noite. Delicadamente, tirei Ana do meu colo e a deitei no sofá em meio aos cobertores cor-de-rosa. Ela resmungou e abraçou sua boneca, voltando novamente a dormir. Ajeitei meu cabelo e amarrei o robe branco em meu corpo. Abri a porta e fiquei surpresa ao encontrar Tobias.
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POV Tobias
— O que pensa que está fazendo aqui? - Indagou Tris.
Seus braços se cruzaram, suspirei ao me deparar com ela de robe e o cabelo amarrado num rabo de cavalo. Beatrice podia ser tão desleixada e tão sexy ao mesmo tempo...
— Pensei em nossa situação e - cocei a nuca - resolvi voltar, colocar tudo nos eixos.
Beatrice bufou e me encarou furiosamente.
— Você não pode viajar por ai, reavaliar uma situação e simplesmente voltar quando bem entender. Sabe o porque? Por que dessa vez não é um assunto banal ou de trabalho, é a sua - apontou o dedo em meu peito - filha que está no meio disso tudo.
Ela me deu passagem para entrar antes de dar as costas para mim.
— Ah!, antes que eu me esqueça. - virou-se. - Não pense em NOSSA situação, pense em Ana. Há muito tempo não existe e nunca mais voltará a existir um NÓS, Tobias. Espero que entenda de uma vez por todas.
Engoli em seco, tentando não transparecer minha apreensão e o nítido desapontamento que senti ao ouvi-la dizer aquilo. Em duas semanas havia divagado bastante sobre minhas burradas e por desapontado Tris por diversas vezes. O pensamento de que talvez ela quisesse ser livre e viver longe de mim também incomodara por longos minutos, por fim joguei a ideia absurda dela querer se afastar de mim no ralo e voltei para New York, disposto a tentar novamente. O Brasil fora uma escolha aleatória, já que entre minhas opções para espairecer estavam Londres e Chicago. Meus dias haviam se resumido em fazer nada em ao mesmo tempo tudo. Você só sentirá essa sensação quando estiver prestes a tomar uma decisão muito importante, lembre-se do que digo.
— Quero uma chance. Quero ser um bom pai para Ana.
Fechei a porta e caminhei devagar até o amontoado de cobertores no sofá, onde minha filha dormia serenamente.
— Você nunca quis - disse Tris.
— Eu jamais disse que não queria ser o pai dela - acariciei o rosto dela e tirei uma mecha loira de seu rosto. - Só estava confuso e com raiva de você.
Ana se encolheu quando beijei sua testa e me levantei, surpreso com minha própria reação com relação á ela.
— Entendo muito bem o porquê e peço perdão. - Beatrice abaixou a cabeça, envergonhada.
Voltei-me para ela e a surpreendi ao segurar seu rosto delicadamente.
— Eu te perdoo, mas acho que essa não é a questão por aqui.
— O que quer dizer? - franziu a testa.
— Quero ter uma chance. Uma não, duas na verdade. Uma da minha filha e outra sua, Tris.
Ela se afastou e pude ver sua expressão confusa.
— O que quer? - Ela perguntou.
— Conversar. - Respondi.
Ela deu de ombros e bebeu um pouco do líquido azul.
— Você não gostava de beber. - Comentei antes de dar um gole na minha bebida.
— Então ainda se lembra? - Ironizou.
— Lembro disso e de muitas outras coisas. - Falei.
— O problema é seu. - Tris virou todo o copo na boca.
— Por que está agindo assim? - Bati o copo vazio no balcão, já irritado.
— Eu quem pergunto. Você primeiro é simpático e depois me trata mal, como se eu nem existisse.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— A culpa é sua. - Acusei-a.
— Minha? A culpa é inteiramente sua.
— Foi você quem terminou, não eu. - Falei. E era verdade. Ela quem havia "terminado", não eu.
Tris abriu e fechou a boca várias vezes. Ela queria muito poder dizer algo, mas talvez não conseguisse.
— Preciso que acredite em mim pelo menos dessa vez, prometo ser a última. Uma única oportunidade para mostrar que posso ser um bom pai para Ana e provar que posso ser o homem da sua vida.
— Você é um idiota, mentiroso bajulador. - acusou. - Quem me garante que eu não irei me decepcionar novamente? E pior que isso é minha filha sair machucada também e isso eu não admito.
Inspirei profundamente e segurei seus ombros, fazendo-a olhar para mim.
— Eu te amo, Beatrice Prior, e quero tentar de novo. Será que pode dificultar menos as coisas?
Era verdade, eu ainda amava Tris, mesmo que antes não falasse nem demostrasse da forma correta; eu queria concertar todos os meus erros, mas estava ficando difícil. Tris era a primeira e única pessoa que eu tinha aprendido a amar de verdade e eu não queria que tudo o que tivemos fosse para o ralo, mesmo que pra ela, isso já tivesse acontecido há muito tempo.
— Porque você insiste? - murmurou de cabeça baixa. - Um "eu te amo" não irá mudar nada entre nós.
Passei meus braços ao redor da sua cintura e encostei minha testa na sua.
— Acho que isso muda algo entre nós.
A beijei. Mesmo depois de namorarmos no colegial, de tê-la agarrado no estacionamento e de a ter em meus sonhos, aquela parecia ser a primeira vez que meus lábios tocavam os seus. De certa forma podia sentir um sentimento não tão estranho se alastrar em mim, eu sabia seu nome e o porquê dele despertar somente quando eu estava com Tris. Era o amor. Um beijo calmo, sem pressa. Não fiquei surpreso quando minha garota retribuiu o beijo, era algo que não podíamos evitar.
— E então? - sussurrei quando paramos para respirar.
— Isso muda bastante coisa.
Dei um leve sorriso.
— Mamãe.
Nos viramos para encarar Ana com um ar de interrogação, segurando uma boneca numa mão e um pequeno cobertor no outro.
— Sim, princesa.
Tris saiu de meus braços e se agachou na frente dela.
— O que vocês tavam fazendo?
— Coisas de adultos - Tris enrubesceu.
— Quando eu for adulta eu vou poder fazer isso também? - Ana fez uma careta.
Jamais! Ana Eaton!
Tris ignorou e arrumou o cabelo bagunçado de Ana.
— Moço bonito - pude ouvi-la dizer, numa tentativa falha de sussurrar.
Minha garota riu antes de concordar com a cabeça e se virar na minha direção.
— O moço bonito é o Tobias, filha. Dê oi á ele.
Ana caminhou na até mim, envergonhada e com um sorriso maroto nos lábios. Previ ter muito trabalho para afastar os garotos dela.
— Oi.
— Olá - disse ficando de joelhos á sua frente. - Qual o seu nome menina bonita?
Ela sorriu e abraçou sua boneca.
— Sou a Ana. E você o moço bonito.
Ri.
— Quanto anos você tem?
— Quatro. A mamãe disse que é assim - colocou o número nos dedos.
—- Então ela está certa. - sorri ternamente e a peguei no colo.
— Acha melhor contarmos agora? - Perguntou Tris, receosa.
— Por que não? - dei de ombros.
Beatrice se aproximou de nós e passou a mão carinhosamente no rosto de Ana, sorrindo.
— Promete acreditar na mamãe? - Começou. Ana assentiu várias vezes. - Pois bem querida, o moço bonito é o seu papai.
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