Diario da Academia

Diários interligados.


Página 2 – Diário de William T. Spears – Dia 12 de Agosto de 1799

Hoje o dia foi consideravelmente animador. Nesta manhã estava muito nervoso por causa do ingresso na academia, tinham medo e curiosidade sobre o que me aguardava além das portas de madeira rústica daquele prédio branco. Assim que cruzei aquela porta me deparei com os outros estagiários do departamento onde, caso passasse no teste final, trabalharia pelo resto da minha existência. Todos eles se vestiam de negro, alguns loiros, outros morenos e uma única criatura com cabelos ruivos que parecia infeliz com algo e não fazia questão de fingir não estar. Caminhei pé ante pé até onde o instrutor estava discutido com o rapaz ruivo e pude escutar sua conversa.

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Mas não existe outra coisa que eu possa vestir? exclamava o ruivo indignado.

— Infelizmente terá que se contentar com estes trajes, senhor Sutcliff, são as regras da academia. — disse-lhe em resposta o instrutor. Aproximei-me e tomei coragem para perguntar.

— Com licença senhor instrutor, mas seria possível informar-me qual o numero do meu dormitório? — perguntei formalmente com o olhar fixo no shinigami a minha frente.

— Claro, eu realmente estava tentando fazer isso com o restante da classe antes do senhor Sutcliff vir aqui reclamar sobre o uniforme. — respondeu o shinigami de idade com toda certeza mais avançada do que a minha.

— oh, agradeço pela parte que me toca — bufou o ruivo ao meu lado com um tom um tanto quanto rude. Olhei para ele pela primeira vez, seu queixo era fino e delicado, seus cabelos ruivos esvoaçados e medianos, sua franja caia levemente sobre seus olhos verdes, como os de qualquer outro shinigami, mas estes eram diferentes, possuíam um brilho misterioso.

O rapaz murmurou algo e foi o que me acordou de meu devaneio.

— Meu nome é Grell Sutcliff e o seu? — disse ele com uma voz fina, digo, pelo menos para a voz de um homem era fina.

— William T. Spears, Prazer em conhecê-lo Grell Sutcliff. — respondi educadamente, tentando formar um sorriso em meus lábios e lhe estendendo a mão direita.

— É um prazer conhecê-lo também. — disse-o cumprimentando-me com um sorriso sincero.

***

— Agora... quem eu chamar deverá apresentar-se, pegar sua deathscythe e aguardar seu colega de quarto... — disse o instrutor movendo seus dedos finos de maneira ágil nas folhas da prancheta que segurava — Grell Sutcliff, deathscythe — murmurou para Grell lhe entregando uma pequena foice — seu colega de quarto será William T. Spears... aguarde eu até chamá-lo... — o tempo foi passando e eu aguardei até ser chamado observando Grell lixar as unhas despreocupadamente — William T. Spears, sua deathscythe e você já sabe quem é seu colega de quarto — murmurou ele lançando um olhar estranho para Grell — aqui estão as chaves, quarto 310. — aproximou-se um pouco e sussurrou no meu ouvido — boa sorte com esse daí.

— Obrigado Onigawara-sensei. — disse e ele respondeu com um aceno. Virei-me para o ruivo e arrumei meus óculos — Vamos Grell Sutcliff? — perguntei com uma expressão vazia.

— Frio... gostei. — disse Grell sorrindo — Vamos... Wiru.

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Grell correu os dedos até o seu diário com um sorrisinho no canto dos lábios já se recordando daquela ocasião, daquele seu primeiro “encontro” com William. Os olhos de íris verde-amareladas correram até o topo da folha de seu próprio diário e iniciaram a leitura.

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Página 2 - Diário de Grell Sutcliff – dia 12 de agosto de 1799

Querido diário,

O dia de hoje foi P-E-R-F-E-I-T-O , exceto por aquele instrutor baka e por aquelas malditas regras sobre o vestuário.

O importante é que tem muitos garotos legais na minha turma, junto com eles tem o meu colega de quarto que, bem o nome dele é William T. Spears ele é tão... argh... frio e tem aqueles olhos... fiquei observando-o com o canto dos olhos enquanto aguardava o senhor estragaprazeres Onigawara chamá-lo e... argh... ele também me olhava... não sei se gosto dele, mas gostei do fato dele ser frio.

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Sobre o resto do dia? Nada de muito interessante exceto o tamanho do armário que tinha no quarto, aquilo sim teria sido um problema.

— Pode usá-lo por completo — disse Wiru com aquela expressão inexpressiva. Sorri.

— Mas... não se importa de deixar suas roupas na mala? — perguntei por pura curiosidade, já que para mim é extremamente desagradável ter minhas lindas roupinhas apertadas nas malas.

— Não... se quiser pode ficar com as prateleiras do banheiro também não tenho nada demais que precise ficar a mão alem do básico. — murmurou ele tirando uns livros de dentro na maleta e colocando-os sobre uma das escrivaninhas.

— Obrigada Wiru! — disse saltitando em sua direção e o abraçando com um sorriso enorme no meu rosto.

— Se não... se... importa... poderia soltar... meu pescoço... Grell? — perguntou enquanto eu o abraçava-sufocava. Soltei-o e senti minhas bochechas arderem como fogo.

Depois disso me tranquei no banheiro para tomar banho e em seguida fui dormir.

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Grell fechou o próprio diário com as bochechas ruborizadas pela simples recordação daquele momento.

Até agora nada de mais... pensou o ruivo com o olhar perdido em ambos os diários com a curiosidade lhe empurrando para o abismo de onde despencaria se William descobrisse que estava lendo o seu diário.

Os dedos e a mente cheios de curiosidade o dominavam, mas o ruivo se lembrou de que tinha trabalho para fazer. Então ele juntou os dois diários escondendo-os debaixo de algumas caixas de maquiagem dentro do guarda roupas e pegando sua deathscythe o ruivo saiu para seu trabalho no D.D.D.S. (Departamento de Despacho Dos Shinigamis).