Venena anguis

Play like a girl / Part 1


– Isso é muito ruim – Sabrina disse depois de reler a carta pela sexta vez – Será impossível recuperar o armário!

Professor Dumbledore nada respondeu e apenas continuou andando de um lado para o outro, ponderando sobre que medidas tomar. Sabrina jogou a carta no chão e esfregou os olhos, já tinha problemas demais para ter q ser preocupar com outro bruxo das trevas. Tom Riddle já lhe causava problemas suficientes.

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— O que nós faremos? – Irritou-se e sua voz se elevou um pouco – Professor... Eu não posso ficar nos anos quarenta! As consequências seriam terríveis.

— Sei disso, minha criança – O homem suspirou – Infelizmente ainda não podemos fazer nada sem acordar a curiosidade perigosa de Gellert.

A sonserina suspirou com as esperanças obviamente abaladas, já tinha muitos problemas apenas com o súbito interesse sexual que Riddle desenvolvera por ela... Não queria ter que aturar Grindelwald também. Pelo menos o atual lorde das trevas não estava interessado na fruta que ela podia dar. Isso a aliviava um pouco. Muito pouco. Que vidinha de merda.

– Então nós devemos apenas... Esperar? – Encarou o professor com desânimo.

– Acredito que seja a melhor escolha – O ruivo apenas suspirou e abriu a porta para que a garota saísse – Aproveite o resto do final de semana, senhorita – Ele abriu um singelo sorriso – Pensaremos em uma solução quando estivermos mais calmos.

A garota se levantou e agradeceu a ajuda do professor antes de se retirar da sala, esbarrando com força em alguém ao virar o corredor. Desculpou-se rapidamente e encarou o rapaz: nunca o vira antes, mas seu cachecol azul e bronze denunciava sua casa. Ele era alto e tinha cabelos negros acompanhados de olhos cor de mel, seu sorriso era um pouco sacana e o brilho em seus olhos não era convidativo.

– Não precisa se desculpa, senhorita – Ele beijou a mão dela – Eu que não estava prestando atenção.

– Nós nos conhecemos? – Perguntou e tentou não parecer desconfortável.

— Temo que não... – O sorriso dele aumentou – Eu sou Ítalo Bellamago, Corvinal.

— Sabrina Venus Gaunt – Olhou-o com desconfiança – Sonserina.

– Acho que todos abem seu nome, senhorita Gaunt – Riu-se – Apenas não a conhecemos devidamente.

— Acredito que isso seja verdade – Deixou-se relaxar – Mais uma vez, peço que o senhor me perdoe. Eu não estava prestando atenção.

– Me chame de Ítalo – Falou rapidamente – E já disse que a culpa foi minha.

– Ítalo – Repetiu o nome, percebendo que o rapaz pareceu satisfeito – Temo que eu deva voltar para meu salão comunal, minhas amigas estão esperando por mim.

– Claro claro – Ele se afastou para que ela pudesse passar – Mil perdões por atrapalha-la.

A Gaunt se despediu do novo “amigo” e seguiu rapidamente para seu salão comunal, pretendia passar o resto de seu final de semana trancada no quarto e tentando n explodir as paredes de tanta raiva. Passou pela passagem das masmorras apenas para ouvir uma onda de xingamentos vindos de alguns garotos claramente revoltados sentados no sofá. Avery e Lestrange estavam entre eles, Abraxas estava sentado um pouco mais afastado, lendo.

Foi até o Malfoy, sendo ignorada pelo grupo irritado, sentou-se ao lado do loiro e cutucou-o de leve.

— O que os deixou tão irritados? – Perguntou quando os olhos cinzentos do amigo se fixaram nela.

– Black se acidentou durante o treino de Quadribol hoje mais cedo – O Malfoy afastou uma longa mecha loira que caiam em seus olhos – Agora eles estão sem um artilheiro para o jogo de amanhã.

Quadribol. Como amava aquele esporte. Fred e Jorge o apresentaram para ela e se apaixonou loucamente pelo incrível sentimento que voar lhe provocava.

– Eu poderia substitui-lo – Sugeriu inocentemente – Eu costumava jogar Quadribol.

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As reclamações dos sonserinos subitamente pararam. Sabrina olhou na direção deles e notou que todos a encaravam com expressões que variavam de surpresa para dúvida e o irritante deboche. Lestrange estava em um meio termo entre a surpresa e a dúvida, mas o rosto de Avery era puro deboche e sarcasmo.

— Você joga Quadribol? – Ele falou alto, soltando uma risada repleta de veneno logo depois – Isso é algo que eu duvido seriamente, Gaunt.

Abraxas lançou um olhar de reprovação para seu colega, mas o Malfoy também não pareceu acreditar na garota. Os olhos verdes de Sabrina encararam os de Avery com um ódio profundo.

– Tenho certeza que consigo voar melhor do que você – Disse com acidez.

Lestrange prendeu o riso e Abraxas pareceu concordar internamente.

– Uma bruxa? Montada em uma vassoura? – Avery riu-se outra vez – Tenho algo muito mais apropriado para você montar bem aqui – Apontou para o meio das pernas.

Lestrange parou de rir automaticamente e pareceu muito nervoso, Malfoy estava uma mistura de indignação e raiva muito visíveis em suas feições geralmente calmas (continuava bonito como sempre, é claro). A morena sentiu-se praticamente violada, levantou-se de supetão e agarrou a varinha, mas antes que o feitiço saísse de seus lábios uma voz bastante familiar soou pela sala silenciosa.

– Ajoelhe-se e implore o perdão de Sabrina – Tom Riddle surgiu das sombras, sua voz calma e assustadora.

– O que? – Avery gaguejou, parecendo surpreso com o que acabara de ouvir.

– Ajoelhe-se – Repetiu – E implore o perdão dela.

Sabrina encarou Riddle com a mesma descrença com que Avery o fez, não esperava aquilo dele.

– Mas... – Tentou contrariar.

– Está desobedecendo minhas ordens, Ledo? – Os olhos de Riddle se tingiram de vermelho.

O sonserino arregalou os olhos e empalideceu.

– C-claro que não, Tom – Gaguejou um pouco e virou-se para a garota, se ajoelhando – Me perdoe senhorita Gaunt.

Sabrina apenas assentiu com a cabeça sem tirar os olhos verdes de Riddle.

– Agora vá providenciar uma vassoura e um uniforme para que ela possa provar seu valor voando – Ordenou – Tenho certeza que ela se sairá bem.

Avery se levantou um pouco contrariado e saiu do salão comunal arrastando Lestrange com ele, Abraxas desistiu de sua leitura e fechou o livro. Tom voltou a encarar a garota e abriu o leve sorriso convencido, aproximando-se dela sem conseguir fugir do olhar atento de Abraxas.

– Espero que você seja boa mesmo – Ele a encarou, a diferença de altura fazia com que Sabrina tivesse que levantar muito a cabeça para encara-lo nos olhos – Não quero ser lembrado por defender uma garota mentirosa.

A Gaunt se irritou um pouco, mas não retrucou. A felicidade de poder voar novamente era forte de mais.

– Obrigada Riddle – Tentou não sorrir – Quadribol significa muito pra mim.

– É mesmo? – Os olhos dele brilharam em triunfo, mas a morena não viu – Poderia me dizer o motivo?

– O Cedrico que me ensinou a voar – Falou sonhadora, mergulhada em uma de suas amadas lembranças com o falecido namorado.

O brilho de triunfo e o sorriso de Riddle sumiram, Abraxas riu baixinho.

– O feitiço virou contra o feiticeiro? – O Malfoy murmurou, sendo ouvido pelo moreno.

— Cale-se – Tom rosnou baixo.