Venena anguis

Prologue


– HARRY! – Gina Weasley gritou em meio a multidão – NÃO!

Todos permaneceram em silêncio, encarando o corpo imóvel nos braços de um choroso Hagrid. O corpo da pessoa que simbolizava sua única esperança de vencer aquela guerra. O corpo de um amigo.

O corpo de Harry Potter.

– Acabou – Voldemort se dirigiu aos membros da resistência a sua frente – Seu “herói” está morto! – Ele apontou a varinha para o corpo do Eleito e o jogou para longe com um feitiço e Dino teve que segurar Gina para que ela não avançasse no lorde – Sua única esperança é se juntar a mim! – Gesticulou para a horda de comensais atrás de si, uma Belatriz se sobressaindo entre eles – Pouparei suas vidas e as de suas famílias.

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Draco apertou a mão da mulher ao seu lado com mais força, inquieto, a garota o olhou de forma reconfortante e sorriu amavelmente quando ele olhou para ela com seus olhos cinza e preocupados. A atenção de Voldemort se focou nos dois jovens e riu de escárnio internamente. Estúpidos adolescentes cheios de hormônios.

– Sua “amiga” também será poupada, jovem Draco – O perturbador sorriso no rosto do homem tornava quase impossível encara-lo, por mais que a garota quisesse evitar olha-lo não poderia demonstrar medo – Você arranjou uma bela e atrevida sonserina, jovem Malfoy – Sua risada foi acompanhada por alguns comensais mais baixos – A cria de vocês provavelmente será difícil de lidar... Se me incomodarem, alguns Crucios podem resolver – Seus olhos vermelhos se fixaram na garota – Qual é o seu nome?

– Sabrina Zahra — Frisou com acidez o sobrenome de seu pai trouxa, adorando o som dele saindo de seus lábios pela primeira vez em muitos anos – Mestiça – Acrescentou sem desviar os olhos verdes dos dele.

Os lábios de Belatriz se crisparam, provavelmente entrando em um estado de total fúria e revolta por seu amado sobrinho estar envolvido com uma “mestiça imunda”; Voldemort, por outro lado, parecia estar achando graça daquela situação toda, como se tivesse se lembrado de alguma piada bastante engraçada. Ele gesticulou para o exército de comensais atrás dele, como se convidasse os dois sonserinos para se juntarem ao grupo. Draco deu um passo a frente, mas Sabrina não se moveu.

– Sabrina... Mon Viper – Os olhos cinzentos de Draco a encaram com visível aflição – Você sabe que essa é a melhor opção... A única opção! – Falou baixinho para ela, encarando-a com esperança.

Ela estava ciente do que aquele olhar quase desesperado significava, era um pedido quase discreto para que ela aceitasse ficar ao lado dele, era a única opção, afinal. Ou a Zahra se tornava uma Malfoy (E consequentemente uma comensal) ou ficava ao lado de Hogwarts e morria ao lado de seus amigos. Nenhuma das duas lhe soava muito tentadora. Olhou para trás, fixando o olhar em Jorge, sem Fred ao seu lado, sozinho. Jorge devolveu o olhar, captando a linha de pensamento da garota e um sorriso triste surgiu em seu rosto.

– Sabrina – O loiro chamou-a outra vez – Venha comigo, por favor – Segurou o rosto dela entre as mãos – Ele está nos aceitando! – Sua voz soou animada – Estaremos a salvo! – Encostou a testa na dela – Será tudo tão fácil!

Fácil.

Aquela palavra ecoou várias vezes em sua cabeça. Não podia fazer aquilo. Não amava Draco o bastante para fazer aquilo.

– Logo, deveremos escolher entre o que é certo e o que é fácil – Sussurrou a frase que escutara de Dumbledore alguns anos antes.

– O que? – O Malfoy não compreendeu o que ela disse.

— Eu não posso. – Se afastou dele e largou sua mão – Seria egoísta — Foi até Jorge e colocou sua mão no ombro dele, sentiu Gina agarrar sua outra mão e apertou-a com força – Seria errado com o Fred, Lavander, Collin, Dennis, Remo, Tonks, Dumbledore, Snape – Olhou para Voldemort – Cedrico.

A risada alta e irritante de Belatriz rompeu o silêncio que se seguiu. Draco continuou parado encarando Sabrina E Voldemort parecia estar se lembrando de algo engraçado.

– Viu isso, Draquinho? – A louca Lestrange não conseguia parar de rir – O Cedrico— Falou em uma vozinha enjoada – Ela nem gosta de você! Está mais preocupada com o defunto da Lufa-Lufa...

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A comensal não teve tempo de terminar a sua frase cruel: A Zahra enfureceu-se e puxou a varinha, apontando-a para a mulher insuportável e lançando um Confringo em sua direção. A comensal reagiu um pouco tarde e apesar de seu Protego tê-la impedido de se ferir, sua varinha se partiu ao meio com a intensidade do feitiço.

– SUA MESTIÇA IMUNDA! – Puxou uma adaga de prata belamente ornamentada – Você vai pagar por isso!

– Bela, já chega – Voldemort ergueu a mão e a mulher histérica se calou – Você é muito atrevida para uma mestiça – Seus olhos vermelhos encararam os verdes – Corra, Sabrina Zahra – Abriu um sorriso sádico – Você tem cinco minutos – Apontou para os comensais – Quando esse tempo acabar eles irão atrás de você.

A sonserina não esperou mais instruções: largou a mão de Gina e correu para dentro do castelo e menos de dois segundos depois ela escutou a risada de Belatriz um pouco atrás de si, os comensais que a acompanhavam davam risadas animadas. Obvio que o lorde das trevas mentira para ela. Filho da puta. A garota praguejou muito e correu o mais rápido que conseguiu, ocasionalmente desviando de alguns feitiços e lançando outros cegamente na direção do grupo lhe perseguindo. Chegou ao corredor da Sala Precisa e pediu alguma coisa (qualquer coisa) que a tirasse do castelo sem que aqueles comensais a seguissem. Empurrou as grandes portas com força e encontrou uma sala quase vazia exceto por um bonito armário em seu centro.

– Crucio! – Um dos comensais a atingiu com o feitiço.

A dor era horrível.

Era como se várias facas fossem cravadas em todo o seu corpo; seus gritos de dor ecoavam pelo local e os comensais riam com uma animação doentia, Belatriz decidiu se juntar a diversão e apontou a varinha para a Zahra e a pobre garota se viu sob duas maldições imperdoáveis ao mesmo tempo. A dor parecia ter triplicado: ao invés de facas, era como se milhares de agulhas em chamas perfurassem sua carne e atravessassem até mesmo seus ossos. Talvez tivesse perdido a capacidade de gritar muito antes de ser liberada do efeito dos feitiços.

– A vadiazinha está cansada, é? – Belatriz ajoelhou-se ao lado dela e puxou o cabelo da garota com força para que as duas se encarassem – Eu devia arrancar alguns de seus dedinhos sujos por ter quebrado minha varinha – Ela encostou a ponta do punhal na bochecha da sonserina – Mas se eu extrair não vai ser tão doloroso assim.

A Lestrange posicionou o punhal de prata um pouco abaixo do seio esquerdo da garota e a apunhalou com absurda brutalidade, remexendo a faca ainda dentro dela para piorar ainda mais o corte. Sabrina cuspiu no rosto da mulher, sujando-o de saliva e sangue. A garota estava mais assustada com o gosto metálico em sua boca do que o sangue escorrendo da ferida em si, mas manteve-se firme e recusou-se a desviar seus olhos verdes dos negros da comensal.

– Façam o que quiserem logo ante que a imunda morra de hemorragia – Rosnou de raiva e soltou o cabelo da garota, fazendo-a gemer de dor com o impacto de sua cabeça no chão – E exponham o corpo morto pros amiguinhos dela depois – Saiu da sala dando uma risadinha.

Merlin... Eles não iriam...

– Belatriz deixa a vadia sangrando antes da nossa diversão – Avery se ajoelhou e puxou a blusa da garota para cima, expondo os seios da garota – Essa aqui já pensou em nos poupar tempo... Que vadia prestativa.

Arrependeu-se totalmente de ter saído do banho e ido direto para a batalha sem checar se estava com todas as roupas necessárias no lugar. Os outro comensais (entre eles o marido e cunhado de Belatriz) riram alto antes de começarem a discutir sobre quem iria primeiro. A Zahra sentiu-se enjoada e em pânico, preferia mil vezes ter que enfrentar Lord Voldemort do que se submeter a algo como aquilo. O lorde das trevas apenas a mataria. Aqueles homens pretendiam fazer algo muito pior.

— Parem de discutir! – Avery beliscou um dos mamilos da garota – Quem vai primeiro sou eu!

Sabrina aproveitou a discussão para olhar ao redor em busca de sua varinha, avistando-a a alguns centímetros de distância. Olhou para o grupo de homens e agradeceu aos céus por eles estarem ocupado demais discutindo entre si para notar a garota esticando o braço e agarrando a varinha.

– Estupefaça! – Apontou a varinha para Avery e sentiu um enorme prazer pessoal de vê-lo voar para longe de si.

Os comensais ficaram em choque por tempo suficiente para que a sonserina conseguisse se levantar, abaixar a blusa e correr até o misterioso armário no meio da sala. Os irmãos Lestrange reagiram mais rápido e lançaram Avadas na direção da Sabrina, mas a garota conjurou um Protego Horribilis forte o bastante para bloquear os feitiços. Atrás de si, Avery se recuperou.

– Avada... – Sua voz estava repleta de ódio, mas já era tarde.

Sabrina Zahra já partira.

///////

Tudo estava girando

//////

Quando o mundo ao seu redor parou de girar ela se viu apoiada em uma parede de pedra um pouco familiar, assim que levantou a cabeça sentiu algo subir pela sua garganta e começou a tossir, ouvindo o barulho do sangue batendo no chão. O som ecoou pelo local por alguns segundos até que a tosse parasse; olhou para cima e teria gritado de susto se a dor não fosse grande demais para permitir aquilo.

Estava em Hogwarts.

Olhou ao redor, totalmente descrente: a escola estava intacta, nenhum vestígio da batalha podia ser encontrado naquele corredor. Tentou dar alguns passos apoiando-se na parede, mas a dor do corte era insuportável e a perda de sangue deixou-a sonolenta e um pouco letárgica. Ouviu barulho de passos cada vez mais próximos e se deixou ser apoderada pelo pânico: e se a Hogwarts em que estava fosse no futuro? E todos os professores fossem comensais? Teria saído de uma armadilha e entrado em outra.

Notou que alguém se aproximava e entrou em desespero, sentiu uma pontada forte no ferimento e voltou a cuspir sangue. Sentiu alguém tocar seu braço e torceu para que fosse um comensal e seu sofrimento terminasse ali.

— Senhorita... – Uma voz aparentemente preocupada chamou sua atenção. Era gentil de mais para um comensal – Precisa ir para a enfermaria – A voz era aveludada, agradável de ouvir, quase hipnotizante.

Sentiu mãos gentis segurando-a para que não caísse e conseguiu levantar a cabeça o bastante para olhar seu salvador nos olhos: ele era belíssimo. Cabelos muitos negros e bem arrumados, um rosto aristocrático que lhe dava um ar de realeza, como um príncipe que todas as damas da corte gostariam de casar; seus olhos eram... Bonitos e um pouco engraçados: o olho esquerdo parecia ser feito de absoluta escuridão, mas o direito estava recebendo iluminação da luz na parede e sua cor parecia ser de um suave cor de verde... Aquele homem era, por unanimidade, perfeito.

Mas sua admiração morreu quando notou quem ele era.

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– Tom Riddle? – A perda de sangue a levou a inconsciência