Forgotten

Friends


O capitão Rogers vem até mim e tira o seu escudo das minhas mãos, o colocando novamente no lugar de origem. Depois começa a ajeitar as coisas que estão pelo chão. Fico alguns minutos em pé no meio do quarto, sem saber o que fazer. Obviamente eu deveria pedir desculpas, mas como não sei por onde começar, caminho até o guarda roupa e pego a porta no chão.

– Eu vou consertar isso. – ou tentar pelo menos. O escudo havia deixado uma rachadura enorme na porta e provavelmente não teria conserto, mas não custava tentar. Olho na direção do capitão, que para o que está fazendo e me olha também. Balança a cabeça e diz.

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– Você disse que podia explicar, mas até agora não disse o que estava fazendo no meu quarto. – levanta as sobrancelhas, me incentivando a começar a falar. Respiro fundo.

– Eu estava dando uma volta pela base, precisava respirar um pouco e vi a porta aberta. Não sabia que era seu quarto até encontrar o escudo e, bom, eu quis ver qual seria a praticidade dele em combate quando... – giro a mão apontando com o dedo indicador todo o quarto – isso aconteceu. Desculpe. – peço olhando pra ele. – por ter entrado no seu quarto, pego e usado seu escudo. Me desculpe Capitão. – eu estava extremamente constrangido.

Depois da missão com o agente Barton, ele me contou várias histórias dos Vingadores, me falando sobre a personalidade de cada um, e o Capitão logo ganhou meu respeito. Mas agora eu perdi a chance de conquistar o respeito dele. Ele senta na cama e manda eu sentar também.

– Tudo bem. Só espero que isso não volte a acontecer Hayden. – olho surpreso para ele.

– Como sabe meu nome?

– Digamos que o agente Barton falou bastante de você lá na Torre. – ele ri e não consigo evitar rir também. – agora porque não terminamos de arrumar essa bagunça? – sugere. – você conserta a porta... – diz com sorriso de canto.

~~ 8 ~~

– Você disse que saiu para respirar um pouco então... Que tal darmos uma volta fora da base e ai, se você quiser, pode me contar o que aconteceu. – sugere o Capitão. Havíamos acabado de limpar toda a bagunça e o quarto parecia praticamente novo, exceto pelo guarda roupa que não teve jeito.

– Claro, vai ser bom mesmo conversar com alguém. – respondo e saímos do seu quarto.

Caminhamos com passos rápidos para fora da base, onde encontramos a moto do capitão. Fico olhando para ela por alguns minutos e então sinto uma leve pontada na minha cabeça.

– Você está bem? – o capitão me olha preocupado.

– Sim! Estou ótimo. Deve ser algum problema de visão. – dou de ombros. Ele senta na moto e me oferece o capacete. O coloco e sento na moto, ele da partida em seguida.

Algum tempo depois paramos em um bar, a rua estava movimentada e podia-se ouvir da calçada o som de alguma banda de Jazz que tocava no lugar. Entramos e sentamos numa mesa afastada. Logo uma garçonete vem até nós com o cardápio e fazemos nossos pedidos.

– Você vem muito aqui Capitão Rogers? – pergunto.

– Por favor Hayden, apenas Steve. Você me faz parecer muito velho dizendo isso... – ele faz uma careta pelo próprio comentário – e respondendo sua pergunta, sim, eu venho bastante aqui. Geralmente com alguns dos Vingadores.

– Quais? – questiono curioso.

– O Clint, Bruce, às vezes Thor ou o Tony, mas geralmente é com a Natasha. – ele sorri ao falar dela.

– Vocês são namorados? – e novamente não seguro minha língua.

– O que?! Não! – Steve cora violentamente – somos apenas amigos. Ela é minha melhor amiga... Só isso. – parece falar mais para si mesmo que para mim.

– Desculpe, não quis ser inconveniente. – ele apenas nega com a cabeça.

– Tudo bem Hayden. – suspira – E então? O que aconteceu? – não sei se é uma boa ideia falar sobre isso, afinal, eles parecem ser muito próximos e ele pode comentar alguma coisa com ela, ou até mesmo, querer me dar uma surra por tê-la agredido. Mesmo tendo sido em legitima defesa.

– Bem, a Hill me pediu para treinar alguns iniciantes hoje, e como de costume eles estranharam o fato de eu ser muito novo. – a garçonete chega com nossos pedidos e eu tomo um gole do meu refrigerante – um dos iniciantes fez um comentário infeliz sobre isso, e me irritei um pouco.

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– Você bateu nele? – pergunta com as sobrancelhas arqueadas.

– Não! Quer dizer, sim. Mas não foi isso o que me causou desconforto. Foi o que aconteceu depois do treino com os iniciantes. – solto um suspiro tomando coragem – Eu lutei com a agente Romanoff. – Steve arregala os olhos e aproxima seu rosto do meu.

– O que aconteceu exatamente? – seu semblante está sério e percebo que ele está levemente irritado.

– Quando terminei o treinamento, ela se candidatou a treinar comigo, eu aceitei e ela... Ela quis me humilhar na frente do grupo, me chamando de moleque e dizendo que eu não era de nada. Ela me acertou várias vezes, e eu tentei não acertá-la, eu juro que tentei. Mas quanto mais eu esquivava e bloqueava, mas irritada ela ficava. Então o único jeito de pôr um fim naquela loucura, era nocauteando ela, e foi o que eu fiz. Ela caiu no chão um pouco tonta e eu pedi desculpas, mas não adiantou, ela disse que vai haver revanche que não irá pegar leve comigo na próxima vez. – conto tudo de uma única vez. Fico em silêncio por alguns minutos olhando para o rosto do capitão, esperando alguma reação, até que ele começa a rir e eu franzo a testa, confuso. – qual é a graça? – pergunto já me irritando com tudo aquilo.

– Cara, você é muito corajoso! Sério! – ele continua rindo, e eu apenas reviro os olhos. Ao fazer isso ele para instantaneamente de rir. – você ficou muito parecido com alguém que conheço fazendo isso... – percebe minha confusão aumentar e dá de ombros – como eu dizia antes, já vi muitos agentes abandonarem o ringue e até mesmo implorar misericórdia para não continuar numa luta com a temível viúva Negra, e você para pôr fim preferiu nocauteá-la. É um milagre você ainda está respirando. – completa com um sorriso de lado.

– Eu sei, e sei também que ela não vai perder uma oportunidade de acabar comigo. – dou uma mordida no sanduíche, embora tenha perdido a fome.

– Eu vou falar com ela. – diz naturalmente.

– Não! Não faz isso! – praticamente imploro – Ela já me odeia por tê-la nocauteado, se você falar com ela, ela pode achar que estou me vangloriando pelo que aconteceu! – ele me encara e parece estar seguindo minha linha de raciocínio.

–. Vamos esperar a poeira baixar okay? Eu vou sondar o estado dela e ai, se estiver tudo bem, eu falo com ela. – já vi que não adianta tentar argumentar.

– Eu não acho uma boa ideia. – falo derrotado.

– Relaxa Hayden. Eu sei como domar a fera. – pisca pra mim e naquele momento tenho certeza que rola alguma coisa entre os dois.

– Tudo bem Capit... Steve. – corrijo-me assim que vejo seu olhar reprovador.

– Você já terminou? Preciso te levar de volta para a base. – olha no relógio de pulso.

– Você não vai dormir na base? – questiono.

– Não. Tenho algumas coisas para resolver na torre dos Vingadores, então dormirei lá essa noite. – esclarece.

– Então não precisa se preocupar comigo. Eu volto sozinho para a base. – afirmo já me pondo de pé.

– Tem certeza? – ele coloca o dinheiro na mesa e começamos a caminhar para fora do bar.

– Sim, sem problema. – confirmo.

– Tudo bem Hayden. Então, nos vemos depois. – ele me estende a mão e eu aperto. Nos encaramos e ele sorri, e eu retribuo quase instantaneamente.

– Obrigado por tudo Steve. – falo pondo as mãos nos bolsos da calça.

– Que é isso garoto... – coloca uma mão no meu ombro – depois podemos sair novamente, treinar um pouco. Ai eu te ensino a usar o escudo sem causar tanta destruição. – dou um sorriso constrangido.

– Desculpe novamente. – ele acena com a cabeça e caminha até a sua moto. Vejo ele dar a partida e depois virar na esquina.

Fico mais alguns minutos ali parado, observando as pessoas caminharem pelas ruas, indo encontrar com seus amigos, familiares, indo pra casa e aos poucos a sensação de conforto que eu estava sentindo vai me abandonando. Respiro fundo e começo a caminhar em direção a um ponto de taxi.

POV Natasha Romanoff

Já estou quase dormindo quando escuto batidas na porta do meu quarto. Penso em deixar a pessoa bater até cansar, mas percebo que seja lá quem for, está decidido a não me deixar em paz. Amaldiçoando o Sr. Insistência levanto-me e caminho até a porta. A abro num rompante e fico surpresa ao ver Steve parado na mesma.

– O que faz aqui Rogers? – pergunto ríspida.

– Ah, eu vim saber como você está. O Tony disse que você não chegou muito bem. – fala um pouco desconcertado. Reviro os olhos e dou passagem para ele entrar.

– Eu estou ótima, Rogers. – afirmo já me jogando na cama. Olho para Steve e é notável que alguma coisa aconteceu. – aconteceu alguma coisa Steve? – pergunto um pouco preocupada.

– Não, nada. – sorri e faz pouco caso, mas é obvio que ele está mentindo.

– Diz logo Rogers. – mando. Ele suspira e olha pra mim.

– Eu conversei com o Hayden hoje. – Ao ouvir o nome daquele moleque, sinto meus ombros ficarem tensos na hora. – Nat, calma! – pede Steve. – ele lamenta o que aconteceu. – Steve pousa a mão sobre minha perna, mas a retiro bruscamente.

– Aquele moleque me humilhou na frente dos iniciantes! – falo me pondo de pé.

– Ele fez isso porque você não quis parar a luta! Você começou Natasha! – fuzilo Steve com os olhos.

– Não acredito que você tá defendendo aquele garoto! – digo incrédula.

– Eu não estou defendendo ele. Apenas expondo os fatos! Você começou a confusão, você que quis humilhá-lo primeiro! Ele apenas se defendeu... – só pode ser brincadeira. Steve passa a mãos pelos cabelos e dá um passo na minha direção. – Nat, ele é uma criança. Já é bem difícil para ele não saber de onde veio e quem ele realmente é. Você mais do que ninguém sabe como é isso. Porque tornar as coisas mais difíceis para o garoto? – fala calmamente. Ele passa a mão pelo meu braço, deslizando até minha mão e a segura. Cerro os olhos e o encaro.

– Eu sei o que você está tentando fazer Steve. E em consideração a você, eu não vou acabar com ele. Mas é bom ele nem sonhar em cruzar o meu caminho. – vejo um sorriso brincando nos lábios de Steve.

– Obrigado Nat. – ele leva minha mão aos lábios e deposita um beijo casto nela. Suspiro com todo esse cavalheirismo do Steve.

– Tudo bem Steve. Agora dá o fora daqui que eu quero dormir. – começo a empurrá-lo para a porta. Assim que abro a porta ele para e diz.

– Eu sabia que podia contar com sua compreensão Nat. – dito isto, me dá um beijo na bochecha e caminha até o elevador.

Fecho a porta e volto para a cama, deito na mesma e penso no que o Steve havia dito. Sim, eu mais que ninguém entendo como é se sentir perdido, e talvez a culpa pelo que aconteceu tenha sido mesmo minha. Mas isso não quer dizer que vou passar uma borracha no que aconteceu. Um moleque nível 7 conseguiu me vencer numa luta.

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– Você é bom Hayden. É realmente bom, mas não é melhor que eu. – afirmo para mim mesma, desligo as luzes e mergulho em um sono sem sonhos.