Quando ela liga o carro sinto uma agitação tomando conta de mim. Acho que nunca fiquei sozinho com uma garota, e pensar nisso só aumenta ainda mais essa agitação. Respiro fundo tentando fingir que estou com a situação sob controle.

– Então gatinho, você vai me dizer seu nome ou prefere que eu continue te chamando de gatinho? – ela pergunta com um sorriso.

– Hayden. E o seu? – responde rápido demais.

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– Isabela. Vulgo Bels. – se apresenta – Quantos anos você tem Hayden? – mais uma pergunta. Penso um pouco, eu não sei exatamente qual minha idade, sendo assim não vejo problema em mentir, ou omitir, minha não tão real idade.

– 19 anos. – falo naturalmente. Vejo-a suspirar aliviada.

– Ainda bem, odiaria ter que te expulsar do meu carro por você ser menor de idade. – ela sorri e eu forço um sorriso amarelo.

– Então... – limpo a garganta – Quantos anos você tem Bels?

– 21. – pisca pra mim – Você é daqui Hayden? – ela continua o interrogatório e sei que não vai parar até chegarmos ao tal local. Suspiro e respondo, dando continuidade a nossa conversa.

POV Steve Rogers

Eu ainda não conseguia acreditar que o Hayden havia feito o que fez. Eu entendia o seu lado, mas não aprovo os seus métodos.

– Ainda acordado Steve? – viro-me e me deparo com a Natasha.

– Não consegui dormi. Você quer? – mostro a ela uma frigideira com omelete, que eu acabei de fazer.

– Claro, é impossível dizer não a sua comida. – ela senta-se em um banco próximo a bancada. Coloco a omelete em dois pratos e encaro Natasha, então noto que ela não estava usando camisola ou algo do tipo, estava com roupas casuais, como se acabasse de chegar de algum lugar.

– Onde você estava? – pergunto com o semblante sério.

– Estava na SHIELD, reunião com o Coulson. – dá de ombros. Percebo que ela está me escondendo alguma coisa.

– Reunião sobre o que? – começo o interrogatório – O Hayden estava lá? – estreito os olhos.

– Estava sim. – come um pedaço do omelete – Clint e Hill também.

– E sobre o que foi essa reunião? – Natasha, enche a boca e desvia o olhar. – Natasha... Qual foi o motivo dessa reunião? – ela me encara e vejo o movimento da sua garganta engolindo o alimento.

– Foi pra falar sobre o afastamento do Hayden da minha missão. – arregalo os olhos.

– Você não tá falando sério... – mas é claro nos seus olhos que ela está – Você o entregou Natasha? – questiono.

– Eu fiz o tinha que ser feito. – ela diz num tom duro – Me impressiona você Steve, todo correto e cheio de princípios não concordando com minha atitude. – completa.

– Eu... Eu... – gaguejo e abro a boca várias vezes tentando encontrar as palavras, mas nada vem. Natasha está certa, faz parte do protocolo, o que o Hayden fez foi errado e ele mereceu ser afastado da missão, ainda assim, eu me sentia mal por ele. – Você está certa. – assumo derrotado.

– Eu sei que estou. – afirma convencida – Você é muito ingênuo Steve, acha que todo mundo é bom como você. – ela fala e passa a mão no meu ombro.

– Eu não acho que todo mundo é bom, só acho que ninguém merece ser condenado por causa de um erro tão idiota. Principalmente um erro que foi cometido por uma boa razão. – vejo Natasha revirar os olhos.

– Não existe boa razão por trás do que ele fez. – ela fala impaciente.

– Não se esqueça que durante a invasão Chitauri, eu, Tony e Bruce fizemos o mesmo em relação à SHIELD. Queríamos respostas e vocês não queriam nos dar, fomos atrás por conta própria. Cada um a sua maneira. – relembro.

– Ali foi diferente. – afirma.

– Não foi tão diferente do que o que Hayden fez. – falo com um sorriso – Acho que você quer que haja uma diferença, um motivo que faça com que todo mundo fique contra ele. – afirmo.

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– Não quero não! – exclama indignada.

– Admita, você só tolera o garoto. – falo num tom divertido.

– Isso é verdade, mas não me incomoda ver todos vocês derretidos por ele. – consigo ouvir a mentira na sua fala.

– Natasha, você já mentiu melhor. – falo rindo – Deve ser muito difícil pra você lidar com alguém de personalidade tão parecida com a sua. – comento e Natasha enruga o cenho.

– Eu e o Hayden, parecidos? – pergunta descrente – Não temos nada em comum.

– Tem sim! Deixa eu ver... – finjo pensar um pouco – Vocês são arrogantes, impulsivos, determinados, teimosos, presunçosos, misteriosos... – cito.

– Você acha que eu sou tudo isso? – ela arregala os olhos.

– Sim. Mas isso apenas torna você uma pessoa ainda mais... Difícil de decifrar. – afirmo com um sorriso.

– Difícil de decifrar? Acho que isso não serve como elogio. – comenta com o cenho franzido.

– Mas foi um elogio! – afirmo – Nat, você tem uma personalidade e tanto... O que contrasta com seus belos olhos verdes.

– Então você acha meus olhos bonitos? – ela fala aproximando seu rosto do meu.

– Acho sim – tento não demonstrar meu constrangimento – Você é linda Nat. – elogio e ela cora levemente.

– Obrigada Steve. Você também não é nada mal. – pisca pra mim.

– Se eu não te conhecesse acharia que você esta flertando comigo... de novo. – comento num tom de brincadeira.

– Steve, eu não sou mulher de flertar. – ela puxa minha camisa, aproximando-me dela e sussurra próxima do meu rosto – Sou mulher de agir. – larga minha camisa e eu tento lembrar como se respira. Ela beija minha bochecha, demoradamente, e sai da cozinha.

Respiro fundo tentando estabilizar minha respiração. Sei que não aconteceu nada demais para eu ficar nesse estado, mas a Nat é tão... Sexy, que bastam algumas palavras e ela consegue deixar qualquer um louco.

– Acho que você precisa... Se acalmar Steve. – murmuro para mim mesmo, quando sinto um leve incomodo na cueca. Suspirando cansado, deixo a cozinha bagunçada mesmo e vou para meu andar... Talvez ler um livro melhore as coisas.

POV Hayden

– Acho que você já bebeu demais Isabela! – elevo a voz, tentando me fazer ouvir em meio ao som alto e o barulho da boate.

– Claro que não Hayden! À noite tá só começando! – ela grita entornando mais uma dose de vodca. – Você precisa relaxar! Vem dançar comigo! – ela me agarra pela camisa e praticamente me arrasta para a pista de dança. Reviro os olhos e acabo me deixando envolver pela batida da música.

Isabela começa uma tentativa de dança sensual, mas como está bêbada seus passos saem meio desengonçados. Não consigo evitar rir e ela me encara.

– Você tá rindo de quê gatinho? – pergunta, passando seus braços pelo meu pescoço.

– De você! – falo e vejo seu sorriso se desfazer – Não! Não tô rindo de você de forma maldosa, tô rindo da sua espontaneidade! E dessa sua dança maluca! – tento me explicar. Ela fica séria, mas logo dá uma gargalhada.

– Até parece que você dança melhor que eu! – fala sarcástica. Finjo estar ofendido, mas logo começo a rir também.

– Espera aqui! – falo e ela me olha confusa, caminhando em meio à multidão vou até o DJ e peço que ele coloque uma musica mais... Ao meu estilo.

– Voltei! – anuncio me aproximando da Bels.

– Onde você foi? Achei que tivesse ido embora. – comenta e vejo que ela ficou chateada com essa possibilidade.

– Relaxe, eu não vou a lugar nenhum sem você. – afirmo e ela abre um sorriso. Começa a se aproximar de mim e meu coração dispara, mas felizmente (ou não) a musica que pedi começa a tocar. – Agora vou te mostrar que eu danço sim, e mais que você! – falo e ela me encara, curiosa.

Afasto-me dela e começo a repetir alguns passos que vi na TV, passos de hip hop. Obviamente não sou tão bom quanto o dançarino que eu vi, mas como tenho um bom condicionamento físico, isso me facilita. Logo um círculo se forma a minha volta e varias pessoas aplaudem e elogiam. A música vai chegando ao fim e finalizo com o moonwalker, passo do Michael Jackson. A musica termina e o pessoal grita e aplaude mais, alguns caras, batem em minhas mãos e eu me agradeço enquanto vou até a Bels.

– Nossa, Hayden, isso foi incrível! – elogia surpresa – Realmente você dança muito! – ela dá um leve tapa no meu peito e começamos a rir.

– Esse é apenas um dos meus vários talentos! – afirmo convencido. Ela revira os olhos.

– Mas sabe, eu fiquei curiosa... – começa, se aproximando lentamente. Morde o lábio inferior e tal ato me deixa sem ação.

– Ficou curiosa com o que? – pergunto e minha voz sai mais rouca que o normal

– Eu fiquei curiosa pra saber se você beija tão bem quanto dança. – ela fala e dá mais um passo, acabando com a pouca distancia entre nós.

Olho nos seus olhos e eles brilham, de desejo, expectativa e muitas outras emoções. Passo a mão pela sua bochecha e a levo para sua nuca. Seus lábios entreabertos parecem incrivelmente vermelhos e o mundo a minha volta parece congelar, não há mais música, barulho, pessoas... Só eu e a Isabela. Aproximo meus lábios dos seus e sinto uma espécie de corrente elétrica percorrer meu corpo no momento que nossos lábios se encontram

O beijo começa lento, calmo, estamos explorando a boca e as sensações que um provoca no outro. Sinto suas mãos enveredarem por meus cabelos e a puxo contra mim, passando o braço por sua cintura. O beijo vai ficando mais urgente e voraz, é como uma fome que não pode ser saciada.

– Com certeza você beija melhor do que dança. – sussurra ofegante, com os lábios ainda próximo dos meus e instantaneamente abro um sorriso.

– Eu já ouvi isso antes... – comento brincalhão e ela revira os olhos.

– Você é muito convencido. – ela fala e eu volto a beija-la, tentando aprofundar o beijo, mas ela impede.

– Calma gatinho... Temos a noite toda pra aproveitar. – avisa maliciosa e começa a dançar, ainda com os braços em torno do meu pescoço. Com as mãos na sua cintura começo a dançar também, envolvido dessa vez, não pela música, mas pela garota incrível que dança a minha a frente.