Avatar - A Trilogia do Dragão

Capítulo 1 - O doente


A Capital da Nação do Fogo é uma das obras de arte mais complexas entre as Quatro Nações, a característica singular da cidade esculpida no alto de uma montanha no centro da Ilha do Fogo, teve seu progresso avançando em velocidade máxima devido a eficiente indústria. As criações oriundas das grandes chaleiras se tornaram tão conhecidas quanto o sistema de transporte e entrega de Bah Sing Se, por exemplo.

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Naquela cidade a base de todo esse crescimento era a Academia Real de Anghor Kot, que serve os alunos das classes mais nobres e de membros do alto escalão do governo. Muitos dos nomes mais influentes na história dos dominadores de Fogo foram escritas dentro das paredes de Anghor Kot. A escola fica a oeste da Praça Real, foi construída em uma das regiões mais valorizadas pela natureza, com árvores, uma lagoa terminal e quatro prédios com todos os tipos de documentações e com os principais mestres das ilhas de fogo.

O primeiro dia em um lugar como aquele seria um fardo para Jinzo, que preferia voltar a Rukon para continuar o trabalho que fazia com escritas para os escribas locais. Entretanto, lidar com a pressão de herdar o legado do pai era algo que em questão de tempo, o garoto de 7 anos teria que encarar. Apesar de tudo, ser filho de Hyung não era como qualquer outro na nobreza, porque mesmo com os murmúrios a respeito do filho problemático, o general tratava seu descendente com bastante paciência, mas sem ficar protegendo.

Os grandes salões da Academia estavam decorados como se só fossem para receber os netos de Azulon, Zuko e Azula filhos do príncipe Ozai. Havia flâmulas, estandartes e quadros que contavam a história da linhagem antiga da família, passando por Sozin até os dias de hoje. As vigas de sustenção do teto estava decorado com faixas vermelhas e douradas, um dragão de fogo azul eram manipulado por seis funcionários da escola que faziam movimentos sincronizados de uma varanda próximo ao telhado. A cerimônia de início das aulas era uma formalidade necessária, porém extremamente cansativa. Ao lado de seu pai, Jinzo atravessou o salão pelo tapete vermelho sangue que se estendia até o púlpito onde o diretor Shinji lhe daria as boas vindas. O garoto usava uma capa vinho, com botões pretos que cruzava a parte da frente, usava um cinto também preto que segurava a calça também preta, de atravessado uma tira de couro segurava um cantil sob o alcance das mãos do menino. As vestes eram similares aos trajes de gala militar que o pai usava ao fazer a travessia sob olhares admirados dos alunos desprovidos da nobreza suficiente.

– General Hyung, é com muita honra que recebo seu filho Jinzo na Academia de Anghor Kot para ser educado e se tornar um líder para espalhar a glória da Nação do Fogo por todos os cantos do mapa - falou o diretor fazendo uma referência a posição do meu pai, seguida por uma feita por mim a posição do diretor.

Shinji era diretor mais famoso que comandou a escola, conhecido pelo oportunismo de mostrar o seu trabalho para todos, o velho dirigente via aquelas apresentações como a melhor oportunidade de fazer alianças e amizades importantes.

– Espero poder… ser… realizar grandes feitos para honrar o nome de Anghor Kot - Jinzo tinha ensaiado as falas, mesmo assim se sentiu orgulhoso de conseguir completar a fala sem tossir ou perder a concentração.

A hipoatividade dele gera um excesso de apatia que dificulta longas conversas. Acredita-se que o problema dele seja somente psicológicos e isso tem afetado seu físico, que apesar de não ser exageradamente magro, o garoto ofegava por ter andado até o fim do salão.

Hyung e o filho eram os últimos pequenos nobres a serem apresentados antes da entrada oficial do Senhor do Fogo, seu filho, o príncipe Ozai e a princesa Ursa, os mais importantes membros daquela Academia, Zuko e Azula. Todos sentamos em cadeiras almofadadas e assistimos o anúncio da comitiva imperial. Primeiro, sobre uma liteira enorme que parecia uma pequena casa simples das redondezas da Capital, só que cravejada com brilhantes pedras de rubi e uma imponente fênix na parte de cima, os criados atravessaram o salão e pousaram o transporte real paralelo ao púlpito, as cortinas estavam fechadas, e no momento que a casa tocou o chão, elas se abriram e deram lugar a uma cortina densa de fogo, atrás dela sentava em uma enorme poltrona, Azulon, um homem que mesmo na casa dos 95 anos mantinha a imponência de um grande líder.

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A música continuava, e Jinzo estava olhando para o chão, alternando para olhar para os outros alunos que faziam fila para assistirem os netos do Senhor do Fogo passarem pelo tapete para serem ingressados oficialmente na Academia, uma perda de tempo, já que a família real tem um poder absoluto sobre o que acontece dentro das paredes de Anghor Kot. Jinzo fitava Shinji, passou o olho sobre os servos de Azulon, tentou enxergar através do fogo que queimava na frente daquele senhor, mas o que chamou atenção foram os olhos dourados da filha de um dos conselheiros do chefe de estado, a menina Mai parecia ter o mesmo desinteresse de Jinzo e quando percebeu que era observada, retribuiu o olhar curioso do garoto com um desdém que o deixou envergonhado. Hyung percebeu e sussurrou:

– Muita calma campeão, você ainda vai receber muitos olhares assim até perceberem quão bom você realmente é - a fala seguiu de um abraço. Jinzo via o pai como herói.

Jinzo tomou um longo gole de seu medicamento, uma infusão de ervas e raízes colhidas na ilha de Roku para controlar suas mudanças de humor e amenizar as dores musculares. Com adição correta de mel, a bebida ficava tragável, mas nunca era suficientemente boa. Após tampar o cantil, Jinzo reparou que Ozai e sua esposa tinham começado a caminhada pelo salão. Ozai tinha o olhar malicioso e a ambição queimava como o fogo das cortinas de Azulon. Ursa, por sua vez, era delicada e simpática sempre retribuindo os sorrisos que lhe mandavam. Azula a filha mais nova vinha na frente do pai, a herança genética lhe deu os traços do príncipe, se não fosse pelos cabelos da mãe. Os olhos dela eram penetrantes, da cor do âmbar presentes archotes que iluminavam o salão. Seu irmão, Zuko tinha a mesma cor dos olhos e seus cabelos pretos e compridos estavam presos com uma insignia da Nação do Fogo em um rabo de cavalo. Ele também tinha a postura de um líder, mas conseguia ser mais carismático que sua irmã, também retribuía acenos e olhares, e Jinzo percebeu que havia uma pessoa que fez o menino corar, a distância não permitiu que ele descobrisse.

– É uma grande honra estar na presença do Senhor do Fogo Azulon, do príncipe Ozai e sua esposa, a princesa Ursa e seus admiráveis filhos, Azula e Zuko.

– Nós honraremos a tradição… - as crianças falariam o discurso sincronizadamente se não tivessem sido interrompidas pelas incessantes tosses de Jinzo.

Hyung não ligava para o olhar ameaçador de Ozai para seu filho, o velho general apertou as mãos contra o peito de Jinzo para tentar resolver o problema. As crianças do príncipe começaram a questionar o que acontecia, o garoto tossia como se estivesse na idade do pai. Jinzo estava com dores no peito e a dor de cabeça começou a incomodar. Os burburinhos preencheram o grande salão e só foram cessados quando Azulon disparou:

– General Hyung, o senhor tem a permissão de levar o garoto para enfermaria - a voz disparou como um trovão, até mesmo Jinzo assustou com a potência da fala do Senhor do Fogo.

Jinzo conseguiu pensar que seria o único a quem o líder máximo da Nação do Fogo falaria naquela escola. Hyung soltou o peito do garoto para ajoelhar-se perante Azulon, e fez questão, também, de reverenciar Ozai e sua família. Jinzo estava começando a perder a consciência quando o general o levou em seus braços para fora do grande salão.