Diário de um Felino

... Mas eu abri a caixa!


Sempre considerei minha humana anti-social. Mas, ontem, duas outras garotas apareceram aqui em casa, junto com ela, depois do curso. Chamavam-se Anna e Bia. Anna tinha cabelo castanho claro, olhos castanhos e parecia italiana. Bia era japonesa, cabelos pretos, olhos castanhos e puxados. Elas eram tão... Normais, se comparado aos cabelos azuis de Alice e seus olhos de um castanho quase preto.

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Felizmente, me encheram de petiscos e comida. Eu, como sou educado, fiz alguns truques para ‘’ agradecer’’ (como um ‘’ TOCA AQUI’’ ou sentar) e elas, ficaram lá, rindo como bestas! Esses humanos são muito estranhos!

Para meu desespero, elas ficaram décadas lá, mas foram embora. Minha humana foi junto, por isso corri para fora, e resgatei minha caixa preciosa. Finalmente vou abrir essa caixa! Toma, humanos! Muito cuidadosamente, abri a caixa, para encontrar uma menor dentro. E outra e mais outra. Fomos nessa de ‘’ boneca-russa’’ até uma caixa minúscula, do tamanho da minha pata. Abri a sua pequena tampa, e encontrei um medalhão: é vermelho, com um olho de gato no centro e círculos concêntricos dourados em volta. Estou quase colocando ele em volta do meu pescoço, quando minha humana me chama.

Volto para dentro de casa, onde Alice está preparando uma torta. Já que eu não posso comer torta, ela comprou pequenos peixes de biscoito, parece ser muito bom!

Ataco os biscoitos no meu pratinho e como tudo em menos de 3 minutos. Alice parece assustada, já que aquele era ‘’ o prato mais caro da Pet Shop’’ e ela, supostamente, ‘’ gastou o resto do salário nele’’ não sei o que é salário, nem o que significa ‘’ caro’’ , então não me importo.

Já é de manhã, acordei do meu sono com minha humana tentando me colocar dentro da caixinha de transporte sem me acordar. Ela percebeu que não funcionou, já que eu comecei a miar quando ela fechou a portinha da caixa.

Chegamos a um prédio familiar... NÃO! É AQUELE LUGAR DE NOVO! SOCORRO!

– MRIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAU!

–Calma, Tom!Não vai acontecer nada! – ela não parece ter certeza – é só o... – eu corto ela. Não quero ouvir o nome DESSE LUGAR- MIAAAAH! FSSSST! – É só o vet...

– Miaaaaaaaaaaaaaaah!

– V-E-T-E-R-I-N-Á-R-I-O! – nãããão! ela falou o nome do lugar! Da sala das torturas! Dos médicos assassinos!

Entramos na sala de espera, e os outros parecem incomodados com meu barulho... quer saber? NÃO TÔ NEM AÍ! Eu grito e esperneio m-e-s-m-o!

– Quieto, Tom! Pra que tanto barulho? é só uma cirurg ...uma consulta! Isso, só uma consulta!

Espera aí.... CIRURGIA? COMO ASSIM? Espera... o que é uma cirurgia? – Ainda bem que o médico já está nos chamando! Vem, Tom! – ela fala como uma sugestão, mas eu sei que foi uma ordem. Mesmo se não quisesse, ela me levaria, já que estou nessa caixa plástica infeliz.

Entramos na sala, e uma mulher de aparência maligna nos cumprimenta cinicamente:

– Olha, que gato bonito! É ele o rapazinho que vamos operar?

– Ele mesmo! Não sabe por que estamos aqui, então, não fale em operar, sim? – Responde Alice, como se eu não entendesse cada palavra que ela diz.

– Oh! Não sabe, é? – que mulher demoníaca! – Tudo bem, ele vai dormir durante o processo! – Dormir? Fica quieta sua loira de farmácia! – Bem, o doutor já vai vir examiná-lo para mandá-lo para a sala.

Esperamos alguns minutos, até um homem desconhecido aparecer, e, sem falar nada, tira um cabo com um circulo de metal na ponta, o qual ele coloca sobre minha barriga, logo depois de ter me virado, SEM MINHA PERMISSÃO! Que povo abusado o desse lugar!

Depois de me ‘’ examinar’’ ( leia torturar) o médico me levanta da pequena mesinha onde eu estava e sai andando, me levando pra longe da minha humana. Nunca fiquei tão assustado em me afastar daquela ser humana doida!

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Eles me deram biscoitos, com um sabor doce até de mais. Sinto meus olhos pesarem...

***

Acordo em uma mesa, com vários médicos ao redor, guardando suas ferramentas. O que aconteceu? Vejo Alice do outro lado da porta, e agora me levam até ela. Minha humana assina um monte de papéis, e paga para a mulher do demo que nos recebeu.

Voltamos para casa, e vou correndo até minha caixa de areia. Começo a fazer minhas necessidades e.....AAAAAAAAAAI! Que isso! Tá doendo! Doendo!

Minha humana aparece, e, pelo visto, está em uma decidindo entre dó e riso. Escolhe dó, e se aproxima, enquanto fala:

– Tom, eu não queria ter que fazer aquela cirurgia em você, mas foi necessário! Sabe aqueles momentos do dia em que você começava a correr feito louco pela casa? Eles acabaram! – até que isso é bom, era meio ruim aqueles horários – Quanto a cirurgia que foi feita... se chama ‘’ castração’’. É uma cirurgia que faz com que você não possa ter filhotes. – explica ela, ao perceber minha confusão.Bem, eu não planejava ter filhotes mesmo – Vai doer quando você for fazer o ‘’ número 1’’ , mas é normal. Em dois dias vai tudo voltar ao normal. E assim foi. Durante 2 dias, eu não consegui fazer minhas necessidades normalmente. Mas, depois desse período, foi normal. Castração... nome estranho! Vou dormir agora...