Mês de Novembro
Capítulo 24 - Haverá uma segunda comunicação?
Eu tomava uma xícara de chá de camomila na tentativa de me acalmar. Michelle me olhava sentada ao meu lado à mesa. Enquanto isso Frank tomava banho e Gerard falava com a polícia pelo telefone. Os dois iriam à delegacia quando Frank acabasse o banho.
- tem certeza que era mesmo um bebê chorando?
- tinha. O bebê chorava e uma respiração forte...Era uma respiração de alguém no telefone...Foi horrível.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- se Deus quiser o Gerard vai conseguir alguma informação com a polícia. Talvez rastrearam a ligação.
- se Deus quiser. – disse pra mim mesma. – pelo menos agora eu tenho certeza de que o Alex ainda está vivo.
- lógico que está. E você vai vê-lo de novo. Eu sinto que essa tortura está próxima do fim.
- tomara...eu não vou agüentar mais isso. Não vou suportar.
- más noticias. – disse Gerard aparecendo na cozinha. Frank saia do banheiro nessa hora.
- o que foi, Gerard? – perguntei nervosa me levantando da cadeira e Michelle me sentou novamente pra que eu não ficasse ainda mais nervosa.
- eles grampearam todos os telefones, com exceção do celular da Lily.
- não! – gritei e me senti cansada de chorar novamente. Não tinha mais lágrimas.
- não acredito! – disse Frank revoltado.
- e agora? – perguntou Michelle.
- nós vamos lá agora e contaremos tudo o que aconteceu. É só o que resta a se fazer. Vamos pedir pra que eles grampeiem o celular da Lily também. Pode ser que façam mais algum contato. Você ofereceu dinheiro Lily?
- eu disse que se queriam dinheiro que era só falar que eu dava tudo que quisessem pra ter nosso filho de volta.
- fez bem. Eles vão ligar novamente com certeza.
- tomara. – disse Michelle alisando meu braço tentando me consolar.
Fomos para a delegacia e lá contei toda a história do telefonema pro delegado que me ouvia atentamente. Mas algo no rosto dele me dizia que ele não levava muita fé em mim, talvez por eu estar nervosa e não conseguir falar direito. Eu tremia dos pés a cabeça e gaguejava muito. Depois de me ouvir ele disse que iria grampear todas as ligações a partir daquele dia.
- bom, Sra Way. Nós pedimos desculpa pelo ocorrido e a partir de hoje estaremos rastreando todas as ligações do seu celular também.
- ótimo. – disse mais calma enquanto Gerard me abraçava pra me deixar mais confortável.
- agora eu gostaria que me deixasse a sós com seu marido.
- aconteceu alguma coisa? Sabem de algo do meu filho?
- não. Pode ficar calma. Quero apenas fazer algumas perguntas. – respondeu ele calmo. – Falcão, leve a moça pra tomar um café e se acalmar.
Eu me levantei e saí da sala com o tal do policial que me levou até a cantina e lá encontrei Michelle e Frank. Ficamos os três por lá aguardando a saída do Gerard. Eu estava apreensiva, mal podia esperar pra saber o que o delegado queria com ele.
- bom senhor Way. Eu pedi que ficasse aqui pra conversarmos mais a respeito desse ocorrido.
- vocês souberam de alguma coisa e não quiseram falar na frente da minha esposa?
- não. Mas é que...Como dizer? Vou ser bem sincero com o senhor.
- claro. Pode sim.
- eu sei que não sou psicólogo nem nada, mas acho que sua esposa precisa de ajuda.
- mas...Por que está dizendo isso?
- ela me pareceu muito perturbada. Com razão já que acaba de perder um filho que foi arrancado de seus braços quando nasceu.
- é...Ela ficou muito mal com isso realmente. Mas ela não está louca.
- me entenda. Não estou querendo dizer que sua esposa está louca, longe disso. Mas temos que concordar que ela necessita de ajuda. Ela está muito transtornada com toda essa história. E pelo que eu pude ver aqui hoje ninguém precisa ser psicólogo pra ver como isso a afetou até mesmo psicologicamente.
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- eu só disse tudo isso por que...Eu desconfio de algo.
- como assim?
- pode ser, não estou afirmando nada, mas pode ser que ela tenha se enganado com essa ligação.
- como assim? Eu vi no celular dela registrado.
- sim, mas nada garante que tenha sido realmente a pessoa que levou o filho de vocês.
- mas e o choro de um bebê?
- aí que está. Quem nos garante que tinha um choro?
- está querendo dizer que minha esposa possa ter imaginado tudo?
- imaginado não, pois você mesmo disse que realmente aconteceu uma ligação, mas que ela pode ter distorcido a situação. Pode ter sido alguém ligando por engano ou até mesmo alguém que queria falar com ela e ela pode ter imaginado todas essas coisas.
- será?
- não duvido nada depois de ter visto o estado dessa moça. Por isso eu aconselho levá-la a um psicólogo. Ela precisa se tratar.
- mas e se não for mentira ou coisa da imaginação dela?
- em todo caso estaremos rastreando as ligações feitas e recebidas de todos os aparelhos telefônicos. Peço que não mude o número de nenhum aparelho e que fiquem atentos a qualquer tipo de ligação estranha e entre em contato conosco.
- pode deixar. Com dinheiro não precisem se preocupar. Eu pago quanto for preciso pra que achem logo meu filho e acabem de vez com essa desgraça toda que pairou na nossa família.
- ficaremos atentos, Sr. Way.
- muito obrigado seu delegado.
- De nada.
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