Depois da aula de Astronomia me toquei que tinha esquecido a minha gravata do uniforme. Sim, a gravata que estava me apertando e acabei tirando, mas como sou esquecida acabei de fato esquecendo a gravata na Torre. Disse a Harry e Hermione irem na frente, pois tinha esquecido algo na Torre de Astronomia e agradeci muito que não tinha mais ninguém ― pelo menos foi o que achei ―, até eu escutar vozes vindo da “sala”.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

― Pare de fingir que é um santo, Draco ― franzi a sobrancelha ao ouvir a voz de Theodore. ― Você é o maior preconceituoso dessa escola, até mais que Blásio e eu, e acha mesmo que vou cair nessa que você se preocupa com a Susana?

Engoli em seco, não estava curtindo muito o rumo dessa conversa. Porque a última vez que ouvi uma conversa as escondidas descobri que Sirius Black é o meu pai.

― Ela é uma nojenta traidora do próprio sangue. Não era assim que você a mencionava? Uma Grifinória que anda com sangues-ruins, com os pobretões dos Weasley e com mestiços nojentos que é o Potter ― Theodore continuou a dizer. ― Acha mesmo que depois de tudo isso vou acreditar que você se preocupa com ela?

Nojenta traidora do próprio sangue? Era isso que Draco pensava de mim. Talvez se ouvisse isso antes não me importa, mas agora é diferente, eu me senti muito incomodada com essas palavras ditas pelo Theodore. Eu sabia que deveria sair daqui antes de ouvir o que não deve, mas eu não conseguia me mexer, não conseguia me desgrudar do corrimão das escadas.

Não sei se foi certo eu ficar, mas de uma coisa eu sei é que as palavras ditas por Draco doeu mais do tudo.

― Susana é linda, vou cata-la para ver como ela é, comprovar se ela é tudo aquilo e depois jogar fora.

Segurei mais firme no corrimão para não cair das escadas, assim que perdi a noção do degrau e pisei em falso. Não sabia no que pensar, não sabia o que fazer, minha respiração estava muito ofegante e a primeira coisa que conseguir pensar é que eu queria desaparecer. Desci as escadas correndo, sem parar, fui correndo até a Torre da Grifinória. Com muito esforço disse a senha, e entrei.

Agradeci muito pelo fato da comunal estar vazia. Sentei no chão perto da lareira, abraçando os joelhos e sem aguentar mais eu me desabei em lágrimas. Não estava aguentando aquela dor insuportável. Eu queria desaparecer, pegar a Capa da Invisibilidade de Harry para sumir e não olhar para ninguém.

Não tenho a mínima ideia como deve ser a dor de uma faca sendo perfurada em você. Só que nesse momento, a dor que estava sentindo, comecei a imaginar que aquela deveria ser a dor de algo afiado te perfurando. Cada palavra que ouvi sendo dita pelo Draco era uma facada.

Como ele pode?

― Susana? ― Ouvi alguém me chamando atrás de mim, mas não me virei, apenas afundei mais o rosto e tentei limpar as lágrimas que não parava de sair.

De início não reconheci o dono ou dona da voz, mas quando ouvi dizer novamente meu nome, percebi que se tratava da Hermione.

― Su ― chamou ela se sentando ao meu lado e tocando meu ombro ― o que houve?

― Aconteceu que eu sou uma idiota ― digo com a voz embaçada.

Não estava conseguindo falar nada.

― Idiota? ― repetiu Hermione sem entender. ― Por que está dizendo isso?

Solucei, e me virei para encara-la.

― Você tinha razão ― falei entre soluços. ― Tinha razão sobre ele… Eu não passava de uma simples diversão.

Sem condições para continuar falando eu voltei a chorar, sem me importa com Hermione ao lado que não me disse nada apenas me puxou para um abraço. Ela me abraçava forte.

― O que eu mais temia aconteceu ― murmurou Hermione ainda me abraçando. ― Você realmente acabou se apaixonando pelo Malfoy.

Hermione tinha razão: eu estou completamente apaixonada por Draco Malfoy.

DRACO MALFOY © POV

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Pela primeira vez na minha vida eu tinha certeza de algo: eu estava completamente apaixonado por Susana Black. Na verdade, acho que já sabia disso a muito tempo, desde o ano passado, mas acho que o meu orgulho e todas as discussões que tive com ela acabaram me fazendo me fechar para esse sentimento que nutria por ela.

Entre tantas garotas que conheci e já fiquei, Susana era sem dúvida a mais diferente, única e a melhor. Essa garota me fez sentir o que nunca senti por nenhuma outra, e pela primeira vez pensei em levar esse meu relacionamento com ela bem a sério. Ia esquece completamente as nossas diferenças e ia pedi-la em namoro. E tinha deixado isso bem claro para Theodore, ontem a noite, depois da aula de Astronomia.

+

― O que está rolando entre vocês dois? ― perguntou Theodore do nada, depois que todos saíram da Torre de Astronomia; menos Blásio, Theodore e eu.

Blásio e eu olhamos ele sem entender.

― Não entendemos a pergunta ― falou Blásio com o cenho franzido.

― O que está rolando entre você ― ele olhou para mim ― e a Susana?

― Por que a pergunta? ― questionei.

― Eu reparei como vocês estavam se olhando ― respondeu ele fechando a mochila. ― Além de que reparei nas horas que você sai misteriosamente na hora do almoço e da janta. O mais curioso é que a Susana sai na mesma hora que você.

― Talvez seja uma grande coincidência ― comentei mantendo a voz a tranquila.

― Realmente, pode ser uma grande coincidência ― diz Theodore sarcasticamente.

Ele soltou um suspiro e voltou a dizer:

― Cara, eu não sou o único a desconfiar disso, a sua prima também desconfia que está rolando algo entre vocês dois. Só que ao contrário da Jéssica, eu tenho certeza que está rolando entre vocês dois e não adianta negar.

― Se estou ou não estou com ela, acho que é problema meu ― digo.

― Então vocês dois estão juntos ― ele mais confirmou do que perguntou. ― Quer diria que Draco Malfoy pegaria algo que um dia foi meu.

Soltei uma risada debochada, balancei a cabeça e disse sem alterar o meu tom de voz:

― Em primeiro lugar Theodore: Susana nunca foi sua, até onde sei ela nunca foi sua propriedade vocês dois apenas ficaram, e só... nunca rolou nada sério depois. Ao contrário de vocês dois minha ficada com ela não está sendo de um dia apenas. Segundo: a culpa não é minha de você se comporta feito idiota com ela. Não sabe valoriza-la.

― E você sabe? ― retrucou Theodore com sarcasmos. ― Pare de fingir que é um santo, Draco. Você é o maior preconceituoso dessa escola, até mais que Blásio e eu, e acha mesmo que vou cair nessa que você se preocupa com a Susana? Ela é uma nojenta traidora do próprio sangue. Não era assim que você a mencionava? Uma Grifinória que anda com sangues-ruins, com os pobretões dos Weasley e com mestiços nojentos que é o Potter. Acha mesmo que depois de tudo isso vou acreditar que você se preocupa com ela?

Juro que estava querendo quebrar a cara do Theodore. Ele pede as vezes para apanhar? Só pode! Eu queria ir para cima dele já faz muito tempo que esqueci que ele era um dos meus melhores amigos. Sim, ele esse imbecil era um dos meus melhores amigos é o único que consigo conversa sobre certos assuntos, que eu não consigo conversa com Blásio, já que possuímos quase que os mesmos problemas por causa dos nossos pais.

Confesso até que me sinto mal em pensar nas palavras que me referia sobre a Susana, mas o que poderia fazer se antes eu era idiota e me arrepende muito de ter dito isso dela.

Sabia que esse jogo de palavras do Theodore era para me irritar. O que ele estava conseguindo muito bem, mas eu não iria dar esse gostinho a ele.

― Susana é linda, vou cata-la para ver como ela é, comprovar se ela é tudo aquilo e depois jogar fora ― disse com a voz fria, recebendo olhares de Blásio e Theodore. ― Não foi isso que você...

Só que antes de continuar a falar ouvi alguém descendo as escadas correndo. Olhamos para a saída da Torre, Blásio que estava mais perto olhou para o lado de fora.

― Ninguém ― ele disse voltando a nos olhar. ― Acho que foi o vento, ou algum primeirista...

Por um momento tive uma sensação ruim com esse barulho.

Balancei a cabeça para tirar esse sentimento de mim, e voltar ao que ia dizendo ao Theodore.

― Então? ― insistiu Theodore para que eu continuasse a dizer o que dizia antes do barulho.

Bufei cansando e disse:

― Eu vou logo finalizando esse assunto, e te deixar as coisas bem claras: Susana não é nenhum brinquedo para mim! Ao contrario de como você a via, Theodore, eu a vejo de outra forma. Eu gosto da Susana de verdade.

― Está dizendo que se apaixonou por ela? ― disse Theodore com a sobrancelha levantada.

― Sim ― respondi simplesmente, colocando a mochila no ombro e ficando de costas para Theodore.

Blásio fez a mesma coisa e ia já me acompanhando, mas antes eu parei e disse:

― Já avisando que amanhã mesmo irei pedir Susana em namoro.

+

Diferente de Theodore, Blásio concordou e aprovou muito a minha decisão de deixar meu relacionamento serio com Susana. E hoje tinha acordado bem decidido com essa minha ideia e até que feliz. Pode até parecer besteira, mas já estava me imaginando andando junto com ela pelos corredores de Hogwarts sem nós importa com os olhares de outros alunos.

Antes de entrar no Salão Principal para tomar o café da manhã, dei uma breve olhada no salão na mesa da Grifinória e nada de Susana. Tinha encontrado o Weasley na mesa, mas nada dela ao lado dele. Então imaginei que ainda não tinha decido. Disse para Blásio ir na frente que ia espera-la descer para falar logo o que queria.

Não demorou muito para Susana aparecer junto com a Granger e o Potter. Precisei respirar muito fundo para me controlar e pensar que eles dois são apenas amigos. Susana já disse que Potter é um dos melhores amigos dela, e nada mais, eu não preciso me preocupar com mais nada. Potter passou primeiro por mim, logo atrás vinha Susana e a Granger, mas minha atenção ficou apenas na Susana principalmente na face dela. Havia algo de diferente nela.

Reparei que quando as duas estavam para passar por mim, Granger cutucou Susana dizendo algo no ouvido dela, que balançou negativamente a cabeça e continuou com a cabeça baixa.

― Susana ― a chamei assim que passou por mim, mas ela me ignorou por completo. ― Ei, vai me ignorar mesmo? ― disse em um tom brincalhão. Eu já sabia que ela tinha essa mania de fingir que não escutou.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

O sorriso tinha se formado no meu rosto, desmanchou assim que Susana se virou para me olhar e encarei rosto com olheiras, além dos olhos vermelhos como se tivesse chorado por muito tempo. Sem contar a expressão seria que a muito tempo não via.

― O que você quer? ― disse ela rispidamente.

― Não é meio obvio o que eu quero? ― digo.

Susana revirou os olhos, e me respondeu uma única palavra:

― Tchau.

Já estava começando a ficar de saco cheio com essa atitude dela. Susana estava muito diferente comigo. Cadê aquele brilho nos olhos dela? Aquela expressão apaixonante que via em seu rosto quando me aproximava dela? Onde tudo isso foi parar?

Por mais que goste muito de Susana, eu não vou aguentar essa ignorância toda dela, principalmente quando ontem ela estava bem carinhosa. É por isso que digo que a Susana parece ser outra pessoa.

― Ei ― chameia, segurando pelo pulso e a impedindo de se virar. ― O que está acontecendo com você?

Tentei, mas não consegui controlar meu tom de voz; deixando bem claro que estava ficando sem paciência.

― Não é da sua conta ― ouvi-a murmurando irritada.

Revirei os olhos e bufei.

― Como não é da minha conta? ― disse irritado. ― Claro que é! Afinal de contas preciso saber o motivo da sua ignorância comigo? Se é que tem.

Olhei para os lados por um momento e reparei que vários alunos pararam para olhar. Só que estava pouco me importante com aquilo. Não me importaria se agora mesmo Hogwarts ficasse sabendo que estou ficando com Susana Black.

― Su, vamos indo… ― Granger acabou se intrometendo e tentou tirar Susana de lá.

― Fica na sua Sangue Ruim ― digo com o tom ainda elevado.

Só fui lembrar que não deveria ter chamado a Granger de sangue ruim, quando levei um tapa na cara da Susana.

― Não se atreva a chama-la assim de novo ― exclamou Susana nervosa. ― Seu… Fique longe de mim, Malfoy! Vamos Mione.

Susana pegou e puxou a Granger pelo braço para dentro do salão, mas antes dela se virar; além de estar olhando-a abismado com o tapa e com suas palavras. Me surpreendi mais ainda ao reparar que os olhos dela estavam cheios de lágrimas.

Droga.

O que me deixava mal, não era o fato do meu pedido de namoro ter ido ralo abaixo e sim, ela ter me trato feito um lixo. Passei o dia todo pensando se eu tinha feito algo de ruim, ou a tinha provocado, mas não me lembrava de nada do gênero. Ou até mesmo fosse algum problema familiar. Até que comecei a suspeitar o motivo disso tudo com o nome de Harry Potter, mas gosto mais de chamar de Testa Rachada.

― Cara não viaja ― diz Blásio na hora do jantar. ― Não esta rolando nada entre o Potter e a Black.

― Duvido ― murmurei, apertando com força a taça de suco enquanto observava a Susana ao lado do Potter.

Esses dois não se desgrudaram um minuto se quer. Nem mesmo na aula daquele grandalhão nojento do Hagrid. E não é diferente nos corredores e no Salão Principal que estão sempre de papinho, sorrindo e quase colocados.

― Olha só como ele fica olhando pra ela ― digo.

Blásio levantou um pouco a cabeça para olhar, mas logo voltou sua atenção para o ensopado, balançando a cabeça.

― Acha mesmo que estou viajando?

― Acho ― ele respondeu desanimado.

― Eu também acho ― disse Theodore do nada.

Theodore estava olhando por trás do ombro para Susana e Potter.

― Você está vendo coisas que não existe ― disse ele desviando o olhar da mesa dos Grifinórios.

― Cala a boca, Nott ― retruquei nervoso. ― Você nunca se importou com ela, então não tem direito de dizer nada. Não sabe nada da Susana.

― Não sei de nada dela? ― repetiu Theodore com deboche. ― Está aí uma coisa que sei mais do que você. Convivi com ela por mais tempo que você; posso dizer que nesse meu tempo de convivência com Susana aprendi que a única relação que rola entre ela e o Potter é amizade. Fim! Ela mesma já me disse isso que nunca conseguiria ter algo a mais do que amizade com Potter, assim como o Weasley que vive colocado no pé dela.

Bufei furioso e revirei os olhos.

Eu não consigo engolir essa história de serem apenas. Não vindo de Potter, duvido que ele não queira algo mais já que não larga do pé dela. Acho que nem o pobretão do Weasley fica tanto colado com Susana. Diferente do testa rachada.

Para ferrar mais ainda meu dia. Susana cochicha algo no ouvido de Potter e em seguida encosta a cabeça no ombro dele. E o idiota ainda acaba também encostando a cabeça dele no dela.

― Xii, acho melhor rever direito isso deles serem só melhores amigos ― comentou Blásio, vendo a mesma cena que eu.

― Também acho ― concordou Theodore de rosto virando para a mesa da Grifinória.

― Eu juro que o Potter vai me pagar ― digo já sentindo meu sangue fervendo.

Maldito Potter!