– ESTOU LIVRE!
– Vamos ter mais provas quarta e sexta.
– Que pena né? Deveriam fazer tudo em um só dia...
– Eles não podem fazer isso. Não querem matar os alunos.
– Bem que podiam né?
– Bom, vamos pra casa.
– EEEEEEEE... Vamos não. Nem é meio dia... Você terminou a prova rápido demais! Eu queria enrolar mais um pouco...
– Se você quiser enrolar, enrole sozinha. Preciso terminar nosso trabalho interdisciplinar. E provavelmente, sua ajuda só vai atrapalhar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Mas... Mas...
– Tchau, estou indo. Até depois.
– Até...
A Juuh já tinha ido e eu estava com a tarde livre. Eu realmente queria voltar para casa para escrever sobre o casamento da Mary e do John, mas precisava de ideias. E nada melhor do que andar para pensar.
Decidi então, ir para uma praça perto de casa, onde havia um parquinho de madeira. Lá era sempre vazio e foi onde a maioria de minhas histórias nasceram. Meu lugar secreto.
Cantarolando diversas melodias e pensando em um nome para os filhos de Mary e John, fui andando lentamente até a praça.
Cheguei depois de uns 20 minutos e sentei em um dos bancos. Não havia mais sol, então eu estava bem. Mas o tempo estava fechando e parecia que iria chover.
– Acho que eu não trouxe o guarda-chuva. Será que é melhor eu ir embora? E minha mãe me avisou. Ok, da próxima vez eu pego o guarda-chuva. Ah, não. Mas ai ela vai achar que ela sempre tem razão... só que... AHH, o tempo está fechando mais. Que nuvens rápidas! Realmente vai chover...
– Não se preocupe com isso, não acho que vá chover.
– ... Oi?
Eu sempre falo sozinha, mas desta vez alguém havia me respondido. E, era um garoto.
– Desculpa, te assustei?
– Ah não, claro que não. Só não esperava que alguém estivesse aqui.
– Bem, você sentou do meu lado...
– Sentei!?!? Você estava aqui antes?!?!
– Sim, cheguei faz uns 20 minutos.
O garoto era loiro de olhos azuis e devia ter mais ou menos a minha idade. Ele usava jeans e “blusão” preto e, pode-se dizer que era bem bonito. Ele não parecia ser um estuprador, louco e psicopata, então puxei conversa.
– Qual seu nome?
– Noah, e o seu?
– Helena. Por que seu nome é “No...ah”?
– Boa pergunta, minha mãe é meio doida.
– MEIO? Quem dá o nome do filho de Noah?
– Heyy...
– Ah, foi mal. É diferente mas é bonito. – Sorri.
– Valeu... Mas então, o que está fazendo aqui?
– Eu? Pensando.
– Pensando?
– Sim, pensando nos nomes dos filhos de Mary e John. Eles vão ser lindos e fortes. Uma menina e um menino. Bonitos, gentis e inteligentes, igual aos pais.
–Mary e John são seus parentes?
– É, pode-se dizer que sim. São minha segunda família. Só que de forma diferente – Eu sorri – Eu sou escritora. Eles são minha família, mas de forma... diferente. Entende?
– Ah sim, então... É um livro?
– Seria mais... Uma série infinita. Não pretendo acabar a história de Mary e John, pois eles sempre terão alguém para continuar sua história. Por exemplo, quando seus filhos nascerem, eles terão uma família (em um futuro distante, mas terão...) e essa família vai carregar a essência de Mary e John para sempre.
– Você não é muito normal, né?
– O-O que!? Não se fala isso para uma pessoa que você acabou de conhecer!
– Sério?
– SIM. E antes de falar de mim, o que VOCÊ está fazendo aqui?
– Eu? Ah, o que será mesmo? Nem eu sei. Eu estava andando sem rumo, cansei, sentei e fiquei.
– Ah, que vida chata a sua né? Você não faz nada?
– Eu jogo.
– Só?
– Vejo filmes.
– Só?
– Faço sexo.
– S-S-Só?
Ele riu. O vento soprou e as árvores a nossa volta balançaram. Foi naquele instante que eu soube: Ele é especial. O frio, o instante, o som do riso e do balanço das folhas... Cada detalhe foi gravado para sempre na minha mente. Era o começo de tudo.
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