Meu Primeiro Amor Impossível
Misterioso, Ele
Dentro de algum sonho, ouvi uma árvore com a voz da Juuh dizer: “Você precisa ser punida”. Sem nem esperar meu “Eu” se preparar, meu mundo ficou gelado.
— AAAAA AAAAA AAA – Gritei enquanto me debatia contra coisas geladas espalhadas pela cama.- OQQQQQQQQQ? HÃA? – Eram saquinhos de gelos.
Depois de chutar uma boa parte dos saquinhos no chão e me levantar rapidamente da cama, encarei a Juuh que sorria de forma maldosa.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— É por isso que eu sempre digo: nunca me deixe esperando. – Disse ela.
— Você é sádica, certeza!
— Nem fui tão má assim. – Ela, ainda sorrindo, se direcionou para a porta do quarto - Troque-se logo, vou estar te esperando na sala.
Ela saiu do quarto e eu fiquei olhando para a porta agora fechada. Respirei fundo e soltei o ar, deixando que toda a raiva instantânea que eu senti dela se esvairasse.
— E eu nunca pensei que isso fosse acontecer... – Disse baixinho.
Me troquei rapidamente e dei uma checada no whatsapp, para ver se o Noah havia falado algo, porém não havia nada além de “visualizado”... E não respondido. Ele deveria estar ocupado, então deixei de lado e logo me encontrei com a Juuh.
Ela, minha mãe e a Alice estavam sentadas na mesa tomando café da manhã.
— Quer comer algo, Lena? – perguntou minha mãe.
— Ah, não. Não estou com fome. – Respondi.
— Seria bom para você tomar algo quente – Disse a Juuh se fazendo parecer preocupada – Se não você pode ficar resfriada.
— Se eu ficar resfriada será por outro motivo...
Mesmo tendo recusado inicialmente, me sentei à mesa e tomei meio copo de leite quente com bolo de chocolate. Após ambas terminarmos o breve café, nos despedimos da minha mãe e da Alice e fomos para a escola.
Caminhamos com um pouco de pressa, já que aquele café tinha nos tirado alguns minutos. Percebi, então, que eu nem havia me atrasado.
— Eu preveni que o atraso acontecesse. – Disse ela - Graças a isso saímos no horário certo.
— E como você sabia que eu ia me atrasar?
— Magia negra.
— ... ... ... – Eu fiquei encarando-a.
— O quê? – Perguntou ela.
— Acho que o primeiro livro que eu lançar depois que eu me formar, vai ter você como protagonista.
— Acho que o gelo fez mal para sua cabeça. Você está bem?
— Oh, sério. Pensa comigo. Seria muito interessante. Uma bruxa bipolar que vive atormentando as pessoas a sua volta enquanto se diverte, mas ao mesmo tempo se arrepende do que faz...
— Com certeza essa bruxa não sou eu. – Disse ela me interrompendo. – Mas, conte-me mais sobre isso.
Criei um monte de historias aleatórias que tinham haver com a Juuh até que chegamos à escola. Como o sinal havia acabado de tocar, fomos direto para a sala e eu comecei a escrever, em uma folha, as ideias que eu tive para não esquecê-las depois.
Na segunda aula, o professor deixou os alunos um modo “livre”, então chequei o celular novamente para ver ser tinha alguma mensagem do Noah. Me decepcionei ao ver que não havia nada e desliguei o celular, para que eu não ficasse tentada a pegá-lo de novo.
Noah era da sala do lado, então eu não conseguiria vê-lo até o intervalo da manhã. Mas mesmo no intervalo da manhã, não consegui encontrá-lo e decidi não procurar demais, já que pareceria perseguição.
No final das aulas, Juuh e eu nos dirigimos para o portão da escola, já que iriamos para a casa dela. Infelizmente, ou felizmente, ela esqueceu uma pasta de lições na sala e voltou para buscar, e eu que fiquei esperando, tive a chance de ver Noah.
— Hey – Acenei.
— Finalmente a sumida, aparece.
— Eu? Sumida? É você que desapareceu do nada.
— Estava resolvendo umas coisas. – Disse ele mexendo no cabelo. – Mas e você? Vai ir para a casa da Julia hoje de novo?
— Sim, vamos treinar a apresentação do trabalho.
— Boa Sorte, então. – Disse ele com um sorriso discreto – Agora, eu preciso ir.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Ahm, tá. É... Vai terminar o trabalho?
— O trabalho já está pronto – Disse ele enquanto ajeitava a mochila em um dos ombros – Vou ir ver um parente hoje.
— Ah, que legal. Então, até mais.
— Até mais.
Nos despedimos com um aceno e depois de uns dois minutos a Juuh chegou. Nós fomos para a casa dela e treinamos a apresentação a tarde inteira. Eu estava um pouco incomodada com o Noah já que ele parecia um pouco diferente, mas provavelmente era minha imaginação.
Depois que a Juuh se satisfez com a nossa apresentação, nos despedimos e fui para casa. Por algum acaso, o horário coincidiu com o do dia anterior e eu pude ver o céu alaranjado. Aquele crepúsculo estava tão bonito que acabei parando no meio do caminho para apreciá-lo.
Sentei em uma calçada e me inclinei para trás, me apoiando com os braços. Eu me sentia cansada e acreditava que conseguiria relaxar se eu ficasse ali. Olhando para aquele céu hipnotizador, me sentia inspirada e um pouquinho mais renovada.
— Eu queria parar no tempo. – Disse para o céu.
— Você tem certeza disso? - Guiada por aquela voz, me virei e encontrei um rapaz moreno apoiado no muro de uma casa atrás de mim.
— Não, eu falei no impulso. – Respondi voltando para minha posição confortável.
— E agora? Você tem certeza?
— Sim. Eu não quero parar no tempo.
— Por quê?
— Porque a noite também é bela. – Observando o sol partir e a escuridão dominar o céu, me levantei e andei até aquele rapaz, que parecia ser alguns anos mais velho que eu.
— Eu... – Fazendo um gesto com a mão, ele me interrompeu.
— Não me diga, eu sei. Você também sabe.
— Como você sabe? - Perguntei curiosa.
— Eu escrevo histórias.
— Então você pode ser quem eu quiser que você seja?
— Se nossas historias forem iguais, poderemos fazer delas realidade.
— E quem eu sou na sua história?
— Alguém.
— Quem?
— Não sei. – Disse ele – Ainda não escrevi a sua história.
— Isso é meio ruim – Eu sorri. – Então, se algum dia nós nos encontrarmos novamente... Me diga quem sou eu. Eu também direi quem você é. – Ele concordou com a cabeça.
— Estarei esperando. - Com uma última troca de olhares, nos despedimos sob a lua que acabara de nascer.
Passei todo o caminho que restava pensando no que tinha acabado de acontecer. Aquele rapaz era excêntrico. Eu esperava ter a chance de encontrá-lo novamente, já que algo me dizia que ele era alguém que valia a pena conhecer.
Cheguei em casa, tomei um bom banho e passei o resto da noite com minha família, como sempre. Porém desta vez, diferente das outras, eu estava pensando na história dele.
Quando o relógio marcou 23hrs, fui para meu quarto e comecei a pensar em um nome para ele. Ficar chamando ele de “ele” era irritante, então decidi chamá-lo de Chris.
Peguei meu celular que estava na mochila, coloquei o despertador e fui me deitar. Quase instantaneamente, minha consciência foi “sumindo”. Me lembrei, então, que eu não havia dado boa noite para o Noah, mas decidi ignorar isso e, ai sim, apaguei de vez.
Acordei com alguém me ligando. Pela música que tocava, era a Juuh. Peguei o celular sem jeito, vi o horário, 6:37. Atendi.
— O que você quer comigo as 6:37? Ainda não estou atrasada.
— Só me diz uma coisa: Você viu ou não viu?
— Vi o que? Eu não me lembro de ter visto nada.
— Então veja. É melhor ver agora do que ser surpreendida depois. - Ela desligou.
Não entendi o que aconteceu, mas logo depois dela desligar, chegou uma mensagem no whatsapp. Tinham me colocado em um grupo cujo nome era “Noah e a loira”.
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