A Filha do Mar

Capitulo 21


O dia de ontem passou-se assim:

Eu acordei na enfermaria com meu avô, levei uma bronca. Descobri que Tântalo pode tentar de tudo para me deixar mal com os deuses, ganhei mais uma coisa para me preocupar. Me tiraram dos treinamentos e dos turnos nas linhas de defesa até que Will me liberasse da minha recuperação, agora não tenho nada para fazer além de opinar. A noite tive pesadelos horríveis com Percy sendo perseguido por monstros e depois os sonhos com a voz sinistra de fundo. Conclusão? Acordei está manhã exausta e irritada, como estava liberada de tudo vim para a praia, afim de não encontrar com ninguém. Deve fazer cerca de duas horas que estou em baixo d’água e nem as naiádes ousaram se aproximar de mim.

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Um pouco mais tarde saio da água. Já deve ser próximo do meio dia e todos devem estar se preparando para o almoço.

No chalé três me apronto colocando hoje um vestido até o joelho vermelho e largo meus cabelos lisos até metade com cachos nas pontas, passo um batom vermelho como meu vestido e coloco uma sapatilha cor de pele. Saio do banheiro e dou de cara com minha linda tia Afrodite.

– Está até parecendo ser minha filha.

– Tive algumas aulas de beleza com uma bela deusa quando visitei o Olimpo. – digo sorrindo indo na direção dela que está na minha cama e sentando-me ao lado dela.

– Ah, sua danadinha! – ela diz sorrindo e batendo palmas – Então não está curiosa do porque vim?

– Causei problemas e o senhor Zeus pediu para me buscar?

– Primeiro, Zeus não pede, manda. – ela fala revirando os olhos – E segundo, não bobinha, fiquei sabendo do que aconteceu e vim ver como você estava. Então, como está?

– Estou bem, um pouco entediada e irritada porque Will me colocou de castigo.

– O que? Quem?

– Will, um dos meus melhores amigos. Ele é filho de Apolo, mas por causa do que aconteceu comigo ele e Kai estão conspirando contra mim para me manter longe de tudo que possa fazer com que eu use meus dons, principalmente os vindos de Hades. Isso significa que estou fora do treinamento e da defesa. – digo revirando os olhos.

– A os filhos de Apolo. – diz ela colocando a mão no coração – São tão parecidos com o pai, mandões, bonitos, atenciosos e exibidos.

– Haha. Sim.

– Então você tem pensado em Apolo?

– Não tive muito tempo para pensar em nada além de cuidar do acampamento mas Will e Malakai conseguem arrumar tempo para me lembrar do pai deles quando estão me provocando.

– Eles aceitam?

– Não só aceitam como incentivam.

– Ahhh que maravilhoso. – ela fala e começa a cantarolar algo sobre mim e Apolo.

– Tiaaaa.- Reclamo me jogando para trás.

– Tudo bem. Vim também por outro motivo.

– Ah e qual é? – digo me ajeitando na cama.

– Seu irmão, está voltando, estão a caminho com o velocino de ouro.

– Sério conseguiram? Eu tive sonhos ruins com ele...

– Semideuses tem sonhos demais e a parte ruim é que a maioria dos sonhos aconteceu ou vai acontecer.

– Quer dizer que ele ainda corre riscos?

– Quer dizer que você tem trabalho a fazer, já devem ter lhe dito isso querida, mas, tome cuidado com suas escolhas. Elas podem afetar todos.

– Tu-tudo bem...

– Devo ir agora, Zeus ainda não sabe que vim e não vai gostar nada.

– Tchau tia Afrodite.

– Até mais querida.

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A conversa com Afrodite me deixou apreensiva o dia inteiro, não consegui nem almoçar. Falei com Dionísio mas ele me disse para ficar quieta pois ainda estava sob cuidados médicos a mando de Hades. A noite chegou mais uma vez e eu estava em minha mesa, revirando as ervilhas pelo prato quando uma imagem de Percy surgiu no meio do salão.

Meu irmão estava segurando sua espada, apontada para ninguém mais ninguém menos que Luke, Annabeth e Grover estavam em um canto encurralados por alguns monstros nenhum deles nos via exceto Percy.

– Quem envenenou a árvore de Thalía, Luke? – Pergunta Percy, alto e claro.

– Fui eu é claro!

– E Quíron teve algo haver com isso?

– Obvio que não o idiota jamais faria algo contra o acampamento... – ele fala desdenhoso.

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Meu coração se aperta enquanto Percy continua interrogando-o. Meu amigo Luke. Aquele que me queria. O garoto que me roubou um beijo em minha clareira secreta. Aquele que me fez ceder a tentação e abrir mão da duvida e do controle por um minuto. Agora nada é além de um traidor.

– Bom – fala Dionísio – Acho que ganhamos um entretenimento bônus para o jantar.

– Pode ser um truque... – Tenta argumentar Tântalo.

– Não seja ridículo – corto-o.

– É verdade... – concorda Dionísio – Tântalo, está demitido, pode voltar para o mundo inferior!

No mesmo momento o Pavilhão-cantina explode em aplausos e gritos enquanto Luke avança para a fonte e PUF a mensagem se desfaz.

Já era madrugada quando Clarisse chegou, Percy Quíron e os outros chegaram logo depois. O Velocino foi colocado sobre a arvore de Thalia, histórias foram contadas a respeito da missão, e os campistas festejaram pelo resto do dia, agora protegidos novamente pelo espírito de Thalia.

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Uma semana havia se passado e Percy, Annabeth e Tyson, meu novo irmão ciclope, haviam vencido a corrida de Bigas. Isso significava mais motivos para festejar. Porém para mim e Percy o fim do dia veio com a tristeza da despedida, pois o novo irmão que recebemos partirá para o fundo do oceano a mando de nosso pai. Antes de dormir, pude sentir a tristeza de Percy pela partida de Tyson.

– Vai ser bom para ele – tentei mais uma vez – Papai quer que ele aprenda a fazer coisas e ele também quer isso. Logo o veremos novamente.

– Eu sei. É que ano passado, você partiu, agora Tyson.

– Desculpe, no ano passado eu..

– Não estou julgando ou reclamando você tinha direito, deixá-la trancada aqui a vida inteira... entendo que quisesse sair, fico feliz que tenha conhecido o mundo.- ele para e pensa – mas sabe, parece que todas as vezes que fui em uma missão tive ajuda de um irmão. É como se ele não confiasse em mim.

– Papai confia em você Percy, mas quer sua segurança, a de nós três. Poseidon nos assumiu de bom grado mesmo com o acordo, mesmo sabendo que seria julgado pelos demais deuses por romper com o acordo. Ele só nos coloca juntos em nossas batalhas porque sabe que juntos somos mais fortes.

– Você tem razão... Ele não trouxe Tyson a mim somente porque eu precisava mas porque ele também precisava.

Quando ele termina de falar um trovão ecoa pelo acampamento e o lago de agita nos assustando.

– Vamos dormir, a tempestade não nos atingirá agora que a barreira está restaurada. – tranquilizo-o.

Ele concorda e logo estamos ambos deitados com as luzes apagadas. Minha noite de sono não é calma e não dura muito, sou acordada por sussurros. Levanto e olho em volta, mas Percy está dormindo. Vou até o deque de nosso chalé e não encontro nada novamente. Praguejo silenciosamente, entre tanto quando vou retornar para o chalé alguém tapa minha boca me apertando contra si. Esperneio e tento me desprender de quem quer que seja mas a pessoa é forte. Consigo mordes a mão da pessoa que me solta.

Mais três aparecem. Dois garotos e uma garota. Semideuses.

– Quem são vocês? – Pergunto me aproximando mais do lago.

Sinto a água remexer sob meus pés, uma sensação fria no meu estomago. Percy. Penso na esperança que ele me escute em seu sonho. Percy, preciso de ajuda. Mas ele não me ouve.

Água explode atrás de mim e jorra na direção dos três semideuses mas o quarto consegue se desviar me acerta na nuca.

– Não a machuquem seus idiotas. – Alguém grita. A voz tão familiar para mim quando minha própria voz.

O dono da voz familiar se aproxima de mim, estou zonza no chão pronta para causar confusão assim que ele tocar em mim e então, nada. Meus poderes me abandonam. Ergo a cabeça encontrando com os olhos negros de Luke e em meus pulso que ele segura correntes. Não simples correntes, correntes mágicas que anulam meus poderes.

– Desculpa, mas era o único jeito de você me escutar.

Levando rapidamente ignorando a dor na nuca, ele estende a mão pedindo calma e silencio. Os outros semideuses estão se afastando indo em direção a praia, é minha única chance de pedir ajuda então eu desvio dele e tento correr para dentro do chalé chamando por Percy. Mas Luke rapidamente me agarra pela cintura me puxando para trás. Consigo ver Percy levantar quando Luke me põe em seus ombros como um saco de batata, tento me agarrar as pare com as unhas mas nós simplesmente desaparecemos. As coisas ficam escuras por um segundo e então não estou mais no acampamento. Estou no navio do qual Percy falou.

Estou no Princesa Andrômeda. E sou uma prisioneira sem poderes.